Pandora

Definição

Mark Cartwright
por , traduzido por Jose Gonzalo Armijos Palacios
publicado em 27 julho 2015
Disponível noutras línguas: Inglês, Árabe, francês, alemão, Persa, Polaco, espanhol, Turco
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Pandora About to Open Her Box (by Lawrence Alma-Tadema, Public Domain)
Pandora Prestes a Abrir Sua Caixa
Lawrence Alma-Tadema (Public Domain)

Pandora é uma figura da mitologia grega que não foi só a primeira mulher, mas, como instrumento da ira de Zeus, foi responsabilizada por liberar os males da humanidade pelo mundo. Outra Pandora teria sido também uma deusa da terra no antigo panteão grego.

Pandora – um Instrumento de Castigo

O nome Pandora significa “dons” e “todos”. De acordo a (e talvez mesmo inventado por) Hesíodo em sua Teogonia e n'Os Trabalhos e os Dias, Zeus ordenou que Hefesto fizesse Pandora, a primeira mulher, da terra e da água. A intenção de Zeus era usar a bela e adorável Pandora para punir Prometeu que tinha roubado o fogo dos deuses e dado à humanidade, a que, por sua vez, seria punida. Zeus promete:

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Filho de Jápeto [Prometeu], sobre todos hábil em tuas tramas, apraz-te furtar o fogo fraudando-me as entranhas; grande praga para ti e os homens vindouros! Para esses em lugar de fogo eu darei um mal e todos se alegrarão no ânimo, mimando muito esse mal. (Os Trabalhos e os Dias, 54-59).

Os divinos dons de Pandora

Antes de sua partida, Pandora recebeu uma série de dons de cada um dos deuses olímpios. Atena lhe ensinou toda a bela artesania e a vestiu com mantos prateados, Afrodite lhe deu sua graça e os meios para provocar ardentes desejos, Hermes lhe deu “a mentalidade do cão e desonesto caráter” e no seu peito “pôs mentiras e fraudadoras palavras” (Os Trabalhos e os Dias, 67-68, 77-78). Se isso não bastasse, ela foi adornada com fina joalharia pelas Graças, com magnífica coroa dourada moldada por Hefesto e com flores vernais pelas Horas. Finalmente, a Pandora se lhe deu um grande jarro para levar para a terra com a advertência de que não o abrisse sob qualquer circunstância.

Cumprindo seu destino, a curiosidade foi mais forte que Pandora e ela levantou a tampa da caixa com o que liberou todos os males no mundo.

A Caixa de Pandora: Os males do mundo

Pandora, levada por Hermes, foi enviada a Epimeteu, o irmão de Prometeu. Torpemente esquecendo a advertência de seu irmão de nunca aceitar um presente dos deuses, Epimeteu acolheu a bela Pandora na sua casa, os dois se casaram e tiveram uma filha, Pirra. Um dia, e cumprindo seu destino, a curiosidade foi mais forte que Pandora e ela levantou a tampa da caixa com o que liberou todos os males no mundo. Entre as desgraças se incluíam doenças, guerra, vícios, laboriosa fadiga e a necessidade de trabalhar para sustentar-se.

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Pandora, percebendo seu erro, rapidamente repôs a tampa, mas era tarde demais e só uma coisa ficou presa no canto do interior do jarro – a Esperança – de modo que a humanidade pudesse de algum modo suportar seu súbito e eterno infortúnio.

“Esperança” é a tradução costumeira do grego, mas, efetivamente, pode ser melhor traduzida por “antecipação”, que inclui uma expectativa tanto de eventos bons como maus.

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Por meio deste castigo Zeus compensou o roubo do fogo e restaurou a eterna divisão entre deuses e humanos.

Pandora Receiving Gifts from the Gods
Pandora recebendo presentes dos deuses
The British Museum (CC BY-NC-SA)

Pandora na Arte

Um friso em baixo-relevo, na base da gigantesca estátua de Athena Parthenos, de Fídias, que ficava dentro do Parthenon, mostrava o nascimento de Pandora. De acordo a Plínio, a cena incluía 20 deuses olhando-a. Pandora aparece também em alguns vasos áticos em cenas inspiradas provavelmente na sátira Pandora, de Sófocles, hoje perdida.

Em um vaso de figuras vermelhas e fundo escuro do século V AEC, agora no museu Ashmolean de Oxford, Pandora surge da terra simbolizando sua origem do barro. A cena mostra Epimeteu, ou sátiros, carregando marretas, mas o significado disso, desafortunadamente, se perdeu e isso mostra mais uma vez a riqueza da mitologia grega que está além das fontes literárias que sobreviveram.

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Sobre o tradutor

Jose Gonzalo Armijos Palacios
Desde muy joven se interesó por el origen de las cosas, especialmente de la sociedad. Estudia con profundidad la filosofía griega clásica con énfasis en la relación entre filosofía y mitología griegas.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor a tempo inteiro, investigador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem um mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

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Estilo APA

Cartwright, M. (2015, julho 27). Pandora [Pandora]. (J. G. A. Palacios, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-13940/pandora/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Pandora." Traduzido por Jose Gonzalo Armijos Palacios. World History Encyclopedia. Última modificação julho 27, 2015. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-13940/pandora/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Pandora." Traduzido por Jose Gonzalo Armijos Palacios. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 27 jul 2015. Web. 11 out 2024.