Thomas Cromwell

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Mark Cartwright
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 22 maio 2020
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol
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Thomas Cromwell by Hans Holbein the Younger (by Hans Holbein the Younger, Public Domain)
Thomas Cromwell por Hans Holbein, o Jovem
Hans Holbein the Younger (Public Domain)

Thomas Cromwell (c. 1485-1540) atuou como principal ministro de Henrique VIII da Inglaterra (r. 1509-1547) de 1532 a 1540. Com o rei e o Arcebispo de Canterbury, Thomas Cranmer (no cargo entre 1533-55), Cromwell planejou a Reforma Inglesa, que provocou a ruptura da Igreja da Inglaterra com o Papa em Roma e resultou em decisões importantíssimas, como a Dissolução dos Monastérios. Obtendo o favor do rei por seu papel na anulação bem-sucedida do primeiro casamento de Henrique, ele também merece crédito pela reestruturação das finanças inglesas e o desenvolvimento das instituições governamentais. Enfrentando inimigos poderosos na corte e responsabilizado pelo inadequado casamento do rei com Ana de Cleves (1519-1557), Cromwell foi preso. Acusado de traição e heresia, acabou sendo executado sem julgamento em Julho de 1540.

Vida Pregressa e Ascensão

Thomas Cromwell nasceu em Putney, Londres, filho de um ferreiro e mercador de tecidos c. 1485.. O jovem Thomas ganhou a vida como um soldado mercenário na Itália a partir de 1503 e, em seguida, entrou para os negócios, aprendendo o ofício de banqueiro no banco italiano de Francesco Frescobaldi. Visitou Roma em 1517 e então se mudou para Antuérpia, onde trabalhou como mercador no ramo de tecidos. Por volta de 1520 estava de volta a Londres, ganhando reputação tanto na comunidade financeira quanto na legal ao ao atuar como advogado. Em 1523 tornou-se membro do Parlamento, já demonstrando interesse na reforma da Igreja. O trabalho de Thomas na área legal chamou a atenção do Lorde Chanceler, Thomas Wolsey (no cargo c. 1513-29). O Cardeal Wolsey nomeou Cromwell como um conselheiro legal em 1524 e seus talentos administrativos eram tão evidentes que logo se veria como o mais importante secretário do cardeal. Tornou-se membro do Conselho do Rei em 1530, o que por fim levou o aprendiz a assumir o papel do seu mestre.

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Uma das tarefas de Cromwell foi interrogar Thomas More e persuadi-lo a aceitar o rei como o líder da Igreja da Inglaterra.

Thomas Cromwell, pela terceira vez, ganhou a sorte grande quando tanto o rei quanto o cardeal falharam na Grande Questão: garantir o divórcio de sua primeira esposa, Catarina de Aragão (1485-1536). Wolsey não conseguiu persuadir o Papa Clemente VII (r. 1523-1534) a anular o casamento de Henrique e Thomas More também se opunha totalmente à ideia. Wolsey morreu antes de ser preso e julgado por traição, em 1529, e More foi encarcerado em 1534. Cromwell, que habilmente havia se distanciado de Wolsey à medida que a carreira deste desmoronou, encontrou-se então como principal ministro de Henrique VIII a partir de 1532. Como um iniciante, ele teria agir cuidadosamente, uma vez que servia a um soberano altamente temperamental. Aliás, uma de suas principais tarefas seria interrogar More e convencê-lo a aceitar o rei como o líder da Igreja da Inglaterra, ao invés do Papa.

Sir Thomas More as Lord Chancellor
Sir Thomas More como Lorde Chanceler
Hans Holbein (Public Domain)

A "Grande Questão''

Ainda em busca do divórcio de Catarina e um herdeiro masculino legítimo, Henrique encarregou Cromwell da solução da "Grande Questão", que permitiria o casamento do rei com sua nova favorita, Ana Bolena (c. 1501-1536). Para criar mais pressão sobre o soberano, Ana recusou-se a dormir com ele até que fossem casados. Cromwell tentou usar o Parlamento para pressionar o Papa. O Ato de Restrição de Annates, aprovado em 1532, limitou os fundos pagos pela Igreja inglesa ao Papado. No ano seguinte, o Ato de Restrição de Apelações estabelecia que o monarca inglês era a maior autoridade em todas as questões legais (seculares e eclesiásticas), e não o Papa.

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Como o pontífice ainda se mostrava contrário à anulação, Henrique consultou seu novo Arcebispo de Canterbury, Thomas Cranmer, que o aconselhou a levar o assunto adiante não como um processo legal, mas como uma questão de autoridade moral. Como a Bíblia não faz menção aos Papas, o rei por direito divino deveria ter a mais alta autoridade. Acompanhando esta interpretação, Henrique tomou a célebre decisão de separar a Igreja inglesa de Roma e tornar-se seu novo líder. Desta forma, ele poderia anular seu próprio casamento. Assim começou a Reforma Inglesa.

O Arcebispo Cranmer anulou formalmente o primeiro casamento de Henrique em Maio de 1533 (embora Henrique e Ana Bolena tivessem se casado em segredo alguns meses antes). A anulação e a aprovação pelo Parlamento do Ato de Sucessão (30 de Abril 1534) significavam que a filha de Catarina, Mary, era declarada ilegítima. A seguir, o Ato de Supremacia, aprovado em 28 de Novembro de 1534, declarava que Henrique, e todos os monarcas ingleses subsequentes, tornavam-se líderes da Igreja da Inglaterra.

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Henry VIII Meets Anne Boleyn
Henry VIII encontra Ana Bolena
Daniel Maclise (Public Domain)

Henrique sabia perfeitamente que seu antigo chanceler, Thomas More, permanecia uma figura influente, não somente na Inglaterra mas também na Europa. Sua nítida falta de apoio, mesmo que não houvesse uma oposição clara, iria prejudicar sua reputação, tanto no país quanto no estrangeiro. O rei, portanto, insistiu para que More jurasse respeitar tanto o Ato de Sucessão quanto o Juramento de Supremacia. Ao se recusar, o ex-chanceler foi levado para a Torre de Londres para minar sua resistência. Após um ano de confinamento sem ceder, ele foi julgado por traição em Westminster Hall. Era, porém, difícil chegar a um veredito de culpado, uma vez que o acusado insistia em permanecer em silêncio a respeito do apoio ou não ao Ato de Supremacia. O crime de traição, na lei inglesa, precisa ser demonstrado por uma negação, não silêncio. Mesmo assim, Thomas Cromwell, que estava encarregado do caso, conseguiu um veredito graças ao perjúrio de um de seus agentes, Sir Richard Rich, o Procurador-Geral. Rich fez uma afirmação altamente improvável: a de que, em conversa com More durante seu período de aprisionamento na Torre, este último havia quebrado seu silêncio e manifestado sua desaprovação tanto ao Ato quanto ao Juramento. Desta forma, More foi considerado culpado e executado em 6 de Julho de 1535. Mas, como se viu posteriormente, a dificuldade do rei não residia somente nos figurões – havia muita resistência junto aos súditos comuns.

A Romaria da Graça reuniu manifestantes que reivindicavam a remoção dos conselheiros maléficos, em especial Cromwell, a quem chamavam de "falso bajulador".

Os Monastérios e a Rebelião

A próxima cena neste célebre drama ocorre em 1536, quando Henrique apresentou ao Parlamento uma lei para abolir todos os monastérios do reino, a Dissolução dos Monastérios. A lei foi aprovada e as propriedades dos monastérios foram redistribuídas para a Coroa e os apoiadores de Henrique. O rei sabia exatamente de tudo o que tomara posse, já que Cromwell havia enviado uma equipe de inspetores para os cerca de 800 monastérios situados na Inglaterra e País de Gales, a fim de determinar com exatidão sua riqueza e rendimentos. As descobertas foram relacionadas num vasto catálogo, conhecido como Valor Ecclesiasticus, finalizado em 1535. Em acréscimo a estes relatórios fiscais, outro grupo de homens de Cromwell - a maioria clérigos pró-Reformistas - elaboravam uma lista de transgressões e abusos envolvendo membros de ordens monásticas. A lista de delitos, que variava de simples corrupção até falta de cumprimento do Juramento da Supremacia, tornou-se a Comperta Monastica (também conhecida como Compendium Compertorum), uma ferramenta que se provaria útil na repressão aos monastérios que viria pela frente. A conclusão das iniciativas de Cromwell's foi a de que a Igreja tinha um rendimento anual superior a 360.000 libras (acima de 150 milhões de libras em valores atuais).

Começando com os monastérios menores, Cromwell garantiu um andamento ágil às operações ao pagar generosas pensões aos monges sêniores, priores e abades. Sem seus líderes, todos os que ainda moravam nas instituições precisavam escolher entre se mudar para outra de maior porte ou abandonar a vocação. O Ato de Traição de 1534, que o Parlamento aprovou sob pressões de Cromwell, até mesmo proibia discursar contra ou criticar o rei ou suas políticas. A oposição existia, no entanto, e não limitada a um punhado de tradicionalistas ferrenhos do clero, como Cromwell iria descobrir em breve.

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Thomas Cranmer Posthumous Portrait
Retrato Póstumo de Thomas Cranmer
Unknown Artist (Public Domain)

A Dissolução, combinada com uma obra de Cromwell intitulada As Injunções (Agosto de 1536) - uma série de recomendações sobre o que o clero deveria ensinar às suas congregações, tais como melhores explicações sobre os Dez Mandamentos e os Sete Pecados Capitais - foi a gota d'água para muitos tradicionalistas católicos. Manifestantes se reuniram na chamada Romaria da Graça, de Outubro a Dezembro de 1536, para expressar sua desaprovação, além de outras questões, como o temor de novos impostos, o cercamento de terras e o declínio econômico generalizado. Os manifestantes, compostos por uma preocupante mistura de pessoas comuns, nobres, pequena nobreza, monges e clérigos, reivindicava a interrupção do fechamento dos monastérios e a remoção dos conselheiros maléficos, especialmente Cromwell, a quem chamavam de "falso bajulador", interessado somente em fazer de Henrique "o príncipe mais rico da Cristandade" (Brigden, 126). Os protestos irromperam inicialmente em Lincolnshire e em seguida espalharam-se para York e por todo o norte da Inglaterra. Cerca de 40.000 manifestantes marcharam e tomaram York e o Castelo Pontefract. A rebelião tornou-se a maior ameaça doméstica do Período Tudor (1485-1603).

O rei respondeu com um exército de 8.000 homens, liderado pelo Duque de Norfolk, que conseguiu persuadir os manifestantes a debandarem. Na verdade, este resultado foi tão fácil de ser obtido porque foram prometidas reformas e perdão total aos manifestantes. Por volta do dia 10 de Dezembro, os "peregrinos" haviam desaparecido. Henrique até poderia ter deixado as coisas como estavam se não fosse pela erupção de uma terceira rebelião, sem relação com as duas primeiras, mas também localizada em Yorkshire, e que ocorreu em Janeiro de 1537. O rei aproveitou então a oportunidade para aprisionar os líderes da Romaria da Graça e executar cerca de 200 deles. Ele insistiu com seus planos e, em 1539, um Ato do Parlamento fechou todos os monastérios remanescentes, independente do tamanho ou rendimento. Quem resistiu foi executado. Este foi o caso dos abades de Glastonbury, Colchester, Reading e Woburn, todos enforcados. O último monastério a fechar as portas foi a Abadia de Waltham, em Essex, em Março de 1540.

A Reforma Inglesa prosseguiu a passo acelerado com os Dez Artigos de Cromwell, de 1536, que rejeitavam os Sete Sacramentos do Catolicismo, mantendo apenas três (batismo, penitência e a Eucaristia). O Livro dos Bispos, publicado em Julho de 1537, trazia a declaração da nova doutrina. Cromwell elaborou até uma versão mais forte da obra As Injunções, lançada em 1538. Foi recomendado que as relíquias de santos fossem removidas das igrejas, peregrinações deveriam ser evitadas e, numa decisão que se provaria de valor inestimável para os historiadores desde então, registros deveriam ser mantidos em cada paróquia de todos os nascimentos, casamentos e mortes. Também houve a aprovação real para uma tradução da Bíblia para o inglês, em 1539. É importante lembrar, entretanto, que Henrique não estava totalmente comprometido com a reforma da doutrina da Igreja; seu compromisso com práticas católicas tradicionais, como as missas, confissão e o celibato clerical é evidenciada no Ato dos Seis Artigos, de 1539. Os componentes mais radicais da Reforma só seriam adotados durante o reinado do filho e sucessor de Henrique.

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Outros Cargos e Títulos

Cromwell supervisionou uma extensa renovação da Torre de Londres a partir de 1532, um projeto que utilizou quase 3.000 toneladas de pedra de Caen. As defesas foram fortificadas e ergueu-se uma nova casa de joias, esta última iniciativa provavelmente devido ao cargo de Mestre das Joias de Cromwell. Em 1533. ele se tornou Mestre dos Registros (e por causa disso tratava dos registros legais nos tribunais de Chancery). Outro título conferido a ele foi de vigário-geral, o equivalente ao segundo posto mais importante nos assuntos da Igreja. O cargo, concedido em Janeiro de 1535, permitiu-lhe levar adiante as reformas. Cromwell fez amplo uso de seus poderes, como temos visto, mas também aproveitou a oportunidade para interferir nas questões mais cotidianas da Igreja (por exemplo, recrutando padres radicais, imprimindo livros de devoção radicais e criando uma rede de informantes), tanto que o Cardeal Pole o descreveu como " um agente de Satã enviado pelo mal para atrair o Rei Henrique para a danação!" (Turvey, 104). Tais opiniões não impediram a ascensão de Cromwell, que foi nomeado Lorde do Selo Privado em 1536 e Conde de Essex, além de Lorde Camareiro-Mor em 1539.

The White Tower, the Tower of London
A Torre Branca da Torre de Londres
Frerk Meyer (CC BY-SA)

Duas Novas Esposas para o Rei

Após todo o estardalhaço em torno do divórcio de Catarina de Aragão e o casamento com Ana Bolena, veio o desapontamento para todos quando Henrique logo começou a buscar uma terceira esposa. Além de uma relação tumultuada, Henrique e Ana não tinham tido um herdeiro masculino saudável. Os olhos do rei perambularam uma vez mais e se voltaram para uma das damas da corte, Jane Seymour (c. 1509-1537). Cromwell encarregou-se do caso contra Ana Bolena, que foi acusada de adultério e aprisionada na Torre de Londres. Auxiliado pela ainda forte facção pró-Catarina na corte, ele se superou no episódio. A lista de acusações contra a rainha era impressionante, ainda que majoritariamente fictícia, e incluía incesto com seu próprio irmão, Lorde Rochford, casos com pelo menos quatro amantes, tentativa de assassinato por envenenamento do marido e até mesmo feitiçaria. Uma confissão e implicação de outros foi extraída do músico favorito de Ana, um certo Mark Smeaton, mas a própria Ana negou todas as acusações, assim como todos os demais. Declarada culpada por um tribunal, Ana foi decapitada no dia 19 de Maio de 1536.

Em duas semanas, Henrique casou-se com sua terceira esposa, Jane Seymour, que finalmente deu ao rei um filho, Eduardo, nascido em 12 de Outubro de 1537 (o futuro Eduardo VI da Inglaterra, r. 1547-1553). Tragicamente, Jane morreu logo após de complicações do parto e o rei ficou desesperado. Afinal, ter um único herdeiro masculino ainda era um risco para a Dinastia Tudor. Cromwell ofereceu então uma quarta esposa ao rei, desta vez com vantagens diplomáticas. Ana de Cleves era a filha mais velha de John, Duque do Ducado germânico do mesmo nome. O acerto foi orquestrado por Cromwell, tendo em vista que a Inglaterra precisava de aliados protestantes contra os superpoderes católicos da Europa: França e Espanha. Os noivos encontraram-se logo após a chegada de Ana à Inglaterra, em 26 de Dezembro de 1539, mas ela revelou-se um presente de Natal decepcionante para o monarca inglês.

Ana imediatamente desagradou ao noivo - sua aparência, higiene pessoal, voz alta e maneiras bruscas. Henrique e Cromwell haviam sido enganados por um retrato altamente lisonjeiro da jovem, apresentado antes do encontro pessoal. O rei declarou a Cromwell: "Meu senhor, se não fosse para satisfazer ao mundo e ao meu reino, não faria isso por nada neste mundo" (Philips, 103). Henrique casou-se com Ana, mesmo assim, em 6 de Janeiro de 1540, no Palácio Greenwich mas, chamando-a rudemente de "égua de Flanders", não demorou a mudar de de ideia. A planejada coroação de Ana em Fevereiro foi cancelada e o par divorciou-se por mútuo consentimento em 9 de julho de 1540. Ana escapou com vida e ainda recebeu duas residências campestres, um castelo e uma pensão anual bastante generosa. O fracasso do casamento foi creditado pelo rei a Cromwell, que saiu chamuscado do episódio.

Anne of Cleves by Hans Holbein
Ana de Cleves por Hans Holbein
Hans Holbein (Public Domain)

Queda e Execução

No verão de 1540, Cromwell começou a perder seus poderes, à medida que os inimigos conspiravam contra ele. Os mais perigosos eram Thomas Howard, Duque de Norfolk, e o Bispo Stephen Gardiner, líderes da facção conservadora católica que rivalizava com o grupo mais radical de Thomas Cranmer. Estas águias políticas tanto argumentaram que convenceram o rei de que Cromwell era culpado de traição e heresia. O Lorde Chanceler, o "arquiteto da Reforma", aparentemente tinha ido longe demais e foi preso em 10 de junho de 1540. Os protestos de inocência do prisioneiro e várias cartas suplicantes a Henrique foram ignoradas. Sem ter direito a um julgamento, Cromwell foi decapitado em Tower Hill, Londres, em 28 de Julho de 1540. A execução transformou-se num ato sangrento, já que a lâmina do carrasco estava sem fio. A cabeça foi espetada numa lança e exibida na Ponte de Londres, como um alerta aos súditos.

O cargo de Lorde Chanceler ou Primeiro Ministro ficaria a cargo do Conselho Privado, que recuperou algumas de suas funções anteriores. Desta forma, o governo novamente passou a envolver um gabinete de ministros, ao invés de uma única pessoa toda poderosa que pudesse monopolizar o rei. A influência de Cromwell na prática governamental inglesa foi exagerada por alguns historiadores e as afirmações de que ele "revolucionou" a política estão desacreditadas atualmente. No entanto, ele talvez tenha visto potencial naquilo que seus predecessores haviam ignorado até então. Como o historiador J. Morrill resume:

A visão ampla de Cromwell percebeu possibilidades adicionais para a ação parlamentar... Ele viu que os poderes do estado poderiam ser usados para resolver ou pelo menos amenizar os problemas gerados pela explosão populacional de sua época - pobreza, desemprego e desordem social. Suas iniciativas nesta direção, além das leis religiosas, produziram um volume de sem precedentes de promulgações parlamentares, inaugurando uma era na qual o escopo da legislação e a atividade parlamentar iria aumentar rapidamente. (318)

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Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é um escritor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Os seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações partilham. Tem Mestrado em Filosofia Política e é o Diretor Editorial da WHE.

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Estilo APA

Cartwright, M. (2020, maio 22). Thomas Cromwell [Thomas Cromwell]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-18870/thomas-cromwell/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Thomas Cromwell." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação maio 22, 2020. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-18870/thomas-cromwell/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Thomas Cromwell." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 22 mai 2020. Web. 07 dez 2024.