Sociedade Romana Antiga

Artigo

Joshua J. Mark
por , traduzido por Pedro Lucas
publicado em
Imprimir artigo PDF

Roma começou como uma pequena cidade nas margens do rio Tibre, na Itália. As tribos latinas (também conhecidas como os latini ou latinos) habitavam a região a 1000 a.C., mas a fundação da cidade é datada de 753 a.C. A família era o centro e a base da sociedade romana, com o pai como o chefe.

Roma era uma sociedade patrilenear ( descendência legítima e herança pela linhagem de sangue paterna) que, entre muitas outras divindades, adoravam o supremo deus do céu Deus Pater ("Deus Pai") - mais conhecido como Júpiter - que era associado com cavalos, trovões, tempestades e fogo. A divindade masculina como líder do panteão refletia o valor da masculinidade sobre a feminilidade na cultura latina.

Remover publicidades
Publicidade

Fresco, Pompeii
Afresco de Pompeia
Mary Harrsch (Photographed at the Museo Archaeologico Nazionale di Napoli) (CC BY-SA)

A sociedade era claramente patriarcal desde um estágio inicial e continuaria seguindo o mesmo padrão durante a história da República Romana (509-27 a.C. ) e do Império Romano (27 a.C.–476 d.C. no Ocidente, 330 a.C.–1453 d.C. no Oriente). Embora exista uma lenda na qual uma mulher troiana, chamada Roma, viajando com o herói Enéias, fundou Roma, o mito fundacional mais popular e conhecido é o de que a cidade foi fundada em 753 a.C. pelo semideus Rômulo, após ele matar seu irmão Remo.

Parte da história de Rômulo envolve o Rapto das Mulheres Sabinas, que retrata os primeiros raptando mulheres de outras tribos, especialmente as sabinas. Essas tribos organizaram uma força armada para resgatar suas mulheres, mas uma delas - Hérsilia, que havia se tornado esposa de Rômulo, reuniu as outras mulheres para impedir um derramamento de sangue desnecessário e insistiu em permanecer com os romanos Essa história representa, de maneira mitológica, o papel vital das mulheres na sociedade romana de conectar famílias e manter relações pacíficas entre facções rivais através do casamento.

Remover publicidades
Publicidade
Famílias estáveis eram o componente mais importante em uma hierarquia estrita, baseada em gênero, cidadania, ancestralidade e posição no censo.

Classes e Conflito

A família era o núcleo da sociedade romana e formava as bases de todas as comunidades. Famílias estáveis faziam uma sociedade estável e eram o componente mais importante em uma hierarquia estrita, baseada em gênero, cidadania, ancestralidade e posição no censo (onde alguém vivia e quantas terras possuía). Um cidadão era inicialmente definido como qualquer homem acima dos quinze anos que fosse membro de uma das três tribos latinas originais, que então ditavam a vida das pessoas politicamente e socialmente.

Politicamente, havia um líder no topo (o cônsul durante a república, e imperador durante do império), o senado, juízes, e assembleias enquanto, socialmente, havia o cabeça da casa (pater familias), sua esposa, filhos e, em alguns casos, sua família estendida (irmãs não casadas, mães viúvas, pais idosos). O patriarcado, em ambas as esferas (política e social) agia de acordo com as regras do patronato: aqueles no poder eram obrigados a cuidar daqueles que estavam sob seu cuidado. O cônsul, imperador, e o cabeça da casa forneciam seus cuidados parentais e necessidades básicas aos seus dependentes e, em troca, recebiam sua lealdade e serviço.

Remover publicidades
Publicidade

Ancient Roman Society and Social Order
A Sociedade e Ordem Social na Antiga Roma
Simeon Netchev (CC BY-NC-ND)

A sociedade era dividida em duas classes - os patrícios da alta classe e a classe trabalhadora, os plebeus - onde a posições sociais e direitos perante a lei eram, inicialmente, rigidamente definidos em favor da classe alta, até o período marcado pelo Conflito das Ordens (500–287 a.C.), uma luta por poder entre os plebeus e os patrícios.

O Conflito das Ordens começou quando patrícios romanos estavam em uma campanha contra as tribos vizinhas pela supremacia na região, e precisavam de homens para os seus exércitos. Em 494 a.C., os plebeus, que eram uma massa grande na força militar, se recusaram a servir no exército até que recebessem voz no governo. Suas reivindicações foram atendidas por novas leis, que permitiram que eles enviassem seu próprio representante (um tribuno) ao senado e, em 449 a.C., pelas Doze Tábuas, as leis de Roma, que foram publicamente postadas para todos verem, e garantiam que ninguém estava acima da lei.

Antes desse conflito, os plebeus eram estritamente cidadãos de segunda classe e proibidos de se casarem com patrícios, e depois de 445 a.C., essa lei mudou e plebeus podiam se casar com quem quisessem e receberam uma voz na política. Quando o Conflito das Ordens acabou, a sociedade romana foi definida por cinco classes sociais:

Remover publicidades
Publicidade
  • Patrícios
  • Equites
  • Plebeus
  • Libertos
  • Escravos

Embora os patrícios tenham sido tradicionalmente representados como nobres proprietários, e os plebeus como pobres sem terras, isso é um equívoco. Os patrícios definitivamente compunham o senado sendo a classe dominante, mas havia muitas famílias plebeias poderosas, e conforme a história romana progredia, muitas famílias patrícias perderam sua riqueza e prestígio, enquanto a fortuna dos plebeus melhorou significativamente. Basicamente, os patrícios eram a aristocracia - o indivíduo deveria nascer patrício - enquanto os plebeus eram todo o resto; mas o nome plebeu não necessariamente significava pobre. Fazendeiros, trabalhadores hidráulicos, artistas, professores, empreiteiros, arquitetos, entre outras profissões respeitáveis e lucrativas, sendo todas representadas pela classe dos plebeus.

Roman Toga, Tarragona
Toga Romana, Tarragona
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

Os equites (a classe dos cavaleiros, da cavalaria) eram originalmente os cavaleiros reais, que recebiam uma certa quantia de dinheiro para comprar e manter um cavalo, no período da república velha e se associaram ao comércio. Eles eventualmente formaram parte da alta classe, lidando com negócios. Em 218 a.C., uma lei foi aprovada, a qual proibia senadores de participarem do comércio, já que isso poderia interferir em suas decisões legislativas. Os equites eram homens da classe dos patrícios, socialmente inferiores à classe dos senadores, que comandavam os bancos, coletavam impostos, operavam a importação e exportação de mercadorias, além de gerenciarem casas e o comércio dos escravos.

Libertos eram escravos que conseguiam comprar sua liberdade, ou cujos donos haviam libertado. Esses libertos (homens ou mulheres) se tornavam então clientes de seus antigos donos, dependendo de seu patronato. Escravos libertos podiam adquirir cidadania, mas não podiam estar em cargos políticos. Qualquer criança ou escravo liberto, contudo, gozava de todos os direitos de cidadania. Libertos podiam trabalhar em qualquer emprego no qual se qualificassem, mas geralmente permaneciam nas tarefas que performavam anteriormente para seus donos quando ainda eram escravos.

Remover publicidades
Publicidade
Revoltas de escravos eram uma preocupação recorrente dos romanos, como a realizada na Revolta de Escravos de Espártaco, de 73-71 a.C..

Escravos estavam na classe mais baixa da sociedade, sem nenhum direito e considerados propriedade de seus mestres. A qualidade de vida de um escravo romano variava de acordo com seu mestre e seu trabalho. A vida nas minas ou na construção de estradas era consideravelmente mais difícil do que a dos escravos artesãos mais hábeis, que auxiliavam os artesãos ou serviam como tutores e músicos. Mesmo assim, independentemente de quão fáceis fossem as responsabilidades de um escravo, eles ainda estavam sujeitos à vontade de seus mestres, que podiam agredi-los, ou até mesmo matá-los, sem nenhuma razão.

Os romanos utilizavam os escravos em abundância em qualquer trabalho que não quisessem fazer. As escravas serviam suas senhoras em todas as tarefas do dia a dia, desde ajudá-las a se banhar, vestir e se maquiar até cuidar das crianças, limpar a casa e ajudar nas compras. Os escravos serviam ao mestre da casa em muitas atividades, sendo auxiliares pessoais, tutores de crianças, garçons, mordomos, guarda-costas, supervisores nas propriedades, entre outras funções. Em determinado momento, os romanos instituíram uma lei que exigia que os escravos usassem um uniforme específico para sua identificação, mas decidiram revogar a mesma conforme temiam que isso mostrasse para os escravos o quão numerosos eram, e possivelmente encorajasse uma revolta. Revoltas de escravos eram uma preocupação recorrente dos romanos, como a realizada na Revolta de Escravos de Espártaco, de 73-71 a.C., que aterrorizou os romanos e os assombrou por anos após o ocorrido.

Roman Slaves Relief Slab
Placa em Relevo com Escravos Romanos
Carole Raddato (CC BY-NC-SA)

A maioria dos escravos eram estrangeiros capturados em guerra, mas alguns romanos vendiam a si mesmos ou seus filhos para a escravidão como forma de pagar alguma dívida. As famílias de patrícios às vezes mantinham até 1,000 escravos em uma pequena propriedade, além de outros em diferentes locais, servindo aos interesses do estado através do serviço prestado ao núcleo da sociedade: a família.

Remover publicidades
Publicidade

Família

Há muito mais documentação acerca das famílias patrícias do que das classes inferiores, mas ainda assim, os paradigma básico era o mesmo para ambos. O pai era o cabeça da família, e tomava todas as decisões relacionadas às finanças e à criação das crianças. Os pais possuíam o controle total de seus filhos, independentemente da idade ou do estado marital, desde o nascimento até sua morte (embora um filho pudesse ir até à corte e demandar a emancipação de seu pai, caso ele provasse que o mesmo era incompetente ou estivesse claramente agindo contra os interesses de seu filho). O pai tinha o direito até de decidir se seu filho recém nascido seria criado em casa ou abandonado.

O parto acontecia em casa, realizado por uma parteira e pelas escravas da mãe. Os homens não participavam dos partos, porém às vezes as classes mais altas chamavam um médico homem no caso de um parto mais difícil. Uma vez que a criança nascia e era limpa, era colocada no chão em um cobertor e o pai era chamado para entrar no quarto. Nesse momento, o pai poderia pegar a criança em seus braços - o que significava que ele havia aceitado a mesma em sua casa - ou dar as costas para ela.

Caso o pai rejeitasse a criança, ela era retirada da casa e abandonada nas ruas para morrer. Um pai poderia rejeitar uma criança por qualquer motivo, independente do qual fosse, e sua vontade não poderia ser questionada. Era mais provável que filhas fossem rejeitadas do que os filhos, já que os meninos eram desejados para que carregassem o nome e as riquezas da família, mas recém nascidos podiam ser abandonados simplesmente porque outra criança seria um peso financeiro adicional para a casa, especialmente se a família já tivesse um filho saudável, não precisando de outro. Essas crianças abandonadas eram muitas vezes resgatadas por comerciantes de escravos, que as criariam para que fossem posteriormente vendidas como escravos.

Remover publicidades
Publicidade

Mulheres

As mulheres estavam submetidas à vontade de seus pais durante toda a vida, mesmo após o casamento, e não possuíam voz ou poder político. As filhas eram ensinadas a como manter e chefiar os serviços domésticos, cuidar de seus maridos e ajudar em suas carreiras. Nos estágios mais avançados da República Romana, as mulheres ganharam mais direitos, porém ainda estavam sob o controle de seus pais e maridos.

The Intervention of the Sabine Women
A Intervenção das Mulheres Sabinas
Jacques-Louis David (CC BY-SA)

Mesmo assim, as mulheres podiam se divorciar, abortar (com o consentimento de um homem), adquirir herança, administrar e vender propriedades, e as mulheres de classe baixa poderiam ter seus negócios, trabalhar em lojas e restaurantes e operar suas próprias boutiques vendendo produtos como joias, roupas e cerâmica. Mulheres não possuíam direito legal sobre seus filhos, e em caso de divórcio, as crianças automaticamente ficavam com o pai. Quando uma mulher atingia a idade média de 15 anos, seu pai já teria encontrado um possível marido para ela, ainda que muitas meninas fossem prometidas -frequentemente a homens muito mais velhos – em idades mais precoces.

Casamento

Não havia cerimônia de casamento como a que é celebrada atualmente. O casamento só era legal entre dois cidadãos romanos que consentissem, mas provavelmente o "consentimento" nem sempre era dado de livre e espontânea vontade. Caso um pai arranjasse um casamento para seu filho ou sua filha, a não ser que ele fosse incrivelmente leniente, a criança deveria aceitar esse compromisso, querendo ou não.

As cerimônias de casamento geralmente acontecia depois do amanhecer, simbolizando a nova vida na qual o casal estaria embarcando. Essa cerimônia requeria dez testemunhas para ser legal, e, embora houvesse um sacerdote presente, ele não oficiava o casamento. A noiva deveria recitar os votos tradicionais, e após isso os convidados se juntariam em uma grande festa, e então seguiam a noiva e o noivo para o novo lar (ou para a casa do pai do noivo).

Remover publicidades
Publicidade

A noiva, conforme andava, deixava cair uma moeda dedicada aos espíritos das estradas (uma oferenda para trazer sorte em sua futura jornada no casamento), e dava duas moedas a seu marido, uma para honrá-lo pessoalmente e outra para honrar os espíritos de sua casa. Conforme andavam, os noivos também jogavam nozes e doces na multidão, e as pessoas que seguiam o cortejo também jogavam o mesmo em retorno (um ritual lembrado atualmente ao jogar arroz no casamento) até que chegassem na casa do noivo.

Roman Copper As
Ás de Cobre Romano
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

Uma vez lá, o noivo ergueria a noiva sobre a soleira da porta para levá-la para dentro. O estudioso Harold W. Johnston sugere que isso pode ter sido “mais uma remanescência do casamento por sequestro”, fazendo referência à história do Rapto das Mulheres Sabinas (Nardo, 79). Embora isso seja possível, o real motivo também poderia ser o de prevenir a noiva de tropeçar e cair (um mau presságio) ou, ainda mais provável, um gesto simbólico que a retiraria de sua vida antiga e a levaria para uma nova. Familiares e amigos próximos eram então convidados para a nova casa, onde o marido oferecia fogo e água para sua esposa, como elementos essenciais do lar, e ela acenderia o primeiro fogo na lareira. Após isso, haveria mais comemoração até que o casal se retirasse para a noite.

Casa e Família

A idade mínima para uma garota se casar era de 12 anos, e para um garoto 15, mas a maioria dos homens só casaria mais tarde, aos 26. Isso porque se acreditava que os homens eram mentalmente desequilibrados dos 15 aos 25 anos. Se acreditava que eles eram guiados unicamente por suas paixões, e incapazes de tomar decisões sensatas. Acreditava-se que as meninas já pensavam de maneira mais madura em uma idade mais jovem (um fato muito aceito nos dias atuais) e já estavam prontas para as responsabilidades do casamento, sendo consideravelmente mais novas do que seus noivos.

O principal propósito do casamento era o de produzir e criar crianças que se tornariam membros responsáveis e produtivos da sociedade. Já que os homens dominavam a hierarquia social, o foco geral da casa era geralmente centrado no primeiro filho homem. Nove dias após o nascimento de um filho homem (oito dias para uma menina), o o bebê recebia um nome na cerimônia de purificação conhecida como Lustratio, e recebia um amuleto para afastar espíritos malignos. O amuleto dado a garotos era chamado de bulla enquanto o amuleto que as garotas recebiam era chamado de lunula. Esses objetos eram feitos de chumbo ou tecidos, e de ouro em famílias mais ricas.

Meninos usavam a bulla diariamente até os 15 anos, quando eram considerados homens após uma cerimônia de maioridade e se tornarem cidadãos. As meninas usavam a lunula até pouco antes de seu casamento, quando o descartavam junto de seus brinquedos de infância e roupas, e colocavam vestimentas e acessórios femininos. O menino seria criado aprendendo o ofício de seu pai e, caso fosse um patrício ou equites, aprenderia a cavalgar, caçar e lutar. No tempo da república romana, o serviço militar era compulsório, e todo homem aprendia habilidades marciais independentemente de sua classe, enquanto na era imperial o serviço era voluntário. As meninas, como já visto, eram criadas para se tornar esposas e mães, e ainda assim, houve exemplos notáveis de mulheres poderosas na história de Roma, sendo elas mulheres casadas e com filhos.

Roman Ivory Doll
Boneca Romana de Marfim
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

A casa podia ser governada pelo pai, mas era mantida pela mãe em todos os aspectos, e isso incluía fazer do local um paraíso de paz e harmonia. Embora todo mundo no ambiente doméstico fosse responsável por agradar os deuses e espíritos, era uma tarefa primariamente atribuída às mulheres da casa garantir que os espíritos da casa fossem honrados diariamente. Esses espíritos incluíam os panes e penates (da despensa e da cozinha), e os genius (espíritos da masculinidade e do cabeça dos lares individuais). Os lares (espíritos dos ancestrais) e os parentes (espíritos imediatos e próximos da família) eram honrados através do festival da Parentalia. Também havia os manes (espíritos coletivos dos mortos) e os lemures (mortos irados), que eram honrados e apaziguados no festival comunal da Lemúria.

Remover publicidades
Publicidade

Religião e Estado

A religião guiava cada casa, comunidade, e o próprio estado. O estado fiscalizava e promovia uma crença religiosa homogênea, e a religião e os rituais empoderavam o estado. Durante o ano inteiro havia festivais celebrando os deuses, grandes acontecimentos do passado ligados aos deuses e a colheita provida pela providência. O aniversário do cabeça da casa honrava o genius do lar, que habilitava o pai a reconhecer as necessidades em qualquer situação e encontrar forças para fazer o certo. Rituais diários na casa honrando os panes e os penates eram ressaltados pelo estado ao honrar deuses naionais, como no papel das Virgens Vestais e no fogo sagrado da deusa da lareira, do lar e da família, Vesta.

O maior festival no calendário romano era a Saturnália, honrando o deus agrícola das sementes, da semeadura e da colheita, Saturno. A Saturnália era celebrada em alguns períodos, de 17 até 23 de Dezembro, e durante o festival todo o trabalho parava, os negócios fechavam, e as tradições eram suspensas. Esse era o único período no ano no qual o cabeça da casa abdicava de sua responsabilidade, e um membro mais novo do lar assumia o controle. Todas as leis e rituais eram menos rígidos, escravos se juntavam às festividades como iguais, e as festas substituíam as reuniões de conselho, assembleias e projetos de construção.

As pessoas se vestiam com cores coloridas, decoravam suas casas com flores, grinaldas e figuras de cerâmica, e convidavam seus amigos e familiares para festejar e beber, enquanto celebrações comunais recebiam a todos na vizinhança. Presentes eram trocados, geralmente incluindo pequenas figuras de Saturno como o doador de todos os presentes, e no dia seguinte todos se recuperavam dos festivais e voltavam para suas vidas normais.

A Saturnália, obviamente, foi a precursora da celebração de Natal moderna. Os estudiosos concordam que Jesus Cristo provavelmente nasceu na primavera, mas a Igreja, buscando manter através da cristianização os feriados pagãos mais populares, escolheu o dia 25 de Dezembro para celebrar o nascimento de Cristo e substituir a Saturnália com seu próprio feriado. A Saturnália era apenas a mais popular e receptiva data de muitos festivais religiosos durante o ano, contudo, todos eles serviam para unir a sociedade romana em uma unidade única com o cabeça da casa e os cabeças do estado como representantes da coesa família do povo romano.

Remover publicidades
Publicidade

Perguntas e respostas

Quando a sociedade da Roma Antiga começou?

A Antiga sociedade romana, de acordo com a lenda, teve início com a fundação de Roma em 753 a.C.

Como a sociedade da Roma Antiga era organizada?

A sociedade da Roma Antiga era organizada com o pai como o cabeça da casa, e com a maior parte da comunidade baseada no modelo da família. O imperador, durante o império romano, era o "pai" de seu povo e demandava o mesmo tipo de respeito.

As mulheres possuíam algum direito na antiga sociedade romana?

Os direitos das mulheres na antiga sociedade romana eram ditados por seus pais e maridos, e coletivamente, pelos cabeças do estado. Apesar de que as mulheres podiam possuir e gerenciar seus negócios, comprar e vender, e demandar pelo divórcio, suas vidas eram amplamente controladas por homens.

Quão importante era a religião na antiga sociedade romana?

A religião guiava todos os aspectos da sociedade romana antiga, desde os espíritos domésticos até os espíritos da terra, passando pelos deuses honrados pelo estado através de cerimônias e festivais. Acreditava-se que os deuses abençoavam o estado, e o estado, por sua vez, homenageava os deuses.

Sobre o tradutor

Pedro Lucas
Tradutor bilingue (inglês-português) com formação acadêmica em Línguas e Literaturas: Português, Inglês e suas respectivas literaturas. Apaixonado pela literatura e pela língua inglesa, com um forte interesse na relação entre língua, cultura e tradução.

Sobre o autor

Joshua J. Mark
Joshua J. Mark é cofundador e diretor de conteúdos da World History Encyclopedia. Anteriormente, foi professor no Marist College (NY), onde lecionou história, filosofia, literatura e redação. Ele viajou extensivamente e morou na Grécia e na Alemanha.

Citar este trabalho

Estilo APA

Mark, J. J. (2019, outubro 23). Sociedade Romana Antiga [Ancient Roman Society]. (P. Lucas, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1463/sociedade-romana-antiga/

Estilo Chicago

Mark, Joshua J.. "Sociedade Romana Antiga." Traduzido por Pedro Lucas. World History Encyclopedia. Última modificação outubro 23, 2019. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1463/sociedade-romana-antiga/.

Estilo MLA

Mark, Joshua J.. "Sociedade Romana Antiga." Traduzido por Pedro Lucas. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 23 out 2019, https://www.worldhistory.org/article/1463/ancient-roman-society/. Web. 06 jul 2025.