Dez factos sobre o Antigo Egito que precisa de saber

Artigo

Joshua J. Mark
por , traduzido por Cláudia Barros
publicado em 24 fevereiro 2020
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, grego, espanhol
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O Antigo Egito floresceu no Norte de África, entre 6000-30 AEC – desde o Período Pré-Dinástico (c.6000 - c.3150 AEC) até à Dinastia Ptolemaica (323-30 AEC), bem antes de se tornar numa província romana. O domínio romano (30 AEC-646 EC) no Egito termina com as invasões árabes.

Por mais de mil anos, a civilização egípcia esteve entre as mais emblemáticas do Mundo Antigo, e os seus reis eram considerados os representantes dos deuses na Terra. O coração da cultura egípcia residia na ordem e equilíbrio, personificado na deusa Ma'at, o que originou uma sociedade estável, cujos personagens eram livres de explorar o Mundo e descobrir a melhor maneira de como habitar nele e, num futuro hipotético, o que os esperaria na vida após a morte.

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Os egípcios desenvolveram uma cultura muito sofisticada, que conseguiu alcançar grandes conquistas em distintas valências, como nas práticas médicas e procedimentos cirúrgicos, na arquitetura e construção, na literatura, poesia e prosa, nas crenças religiosas e na vida após a morte, com uma visão bastante diferente e mais reconfortante do que qualquer uma outra daquela altura.

Os seguintes dez factos a apresentar respondem às perguntas mais comuns.

Qual a diferença entre os períodos conhecidos por "Império Antigo/ Médio/ Novo" e os "Períodos Intermédios"?

Os egípcios não possuíam quaisquer tipos de demarcações entre eras da sua civilização. Os eventos eram datados com base nos reinados ou em acontecimentos memoráveis, quer naturais – inundações, más colheitas e outros sinais fruto da ira divina –, quer históricos – como vitórias militares e projetos construtivos. Designações de 'Império' e 'Período Intermédio' surgem na comunidade académica, criados de maneira a facilitarem o estudo da civilização egípcia.

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A história do Antigo Egito encontra-se dividida em diferentes eras. As datas, por vezes, divergem umas das outras, devido aos sistemas escolhidos; no entanto, aquelas genericamente aceites são as seguintes:

  • Época Pré-Dinástica: c. 6000 - c. 3150 AEC
  • Época Arcaica: c. 3150 - c. 2613 AEC
  • Império Antigo: c. 2613 - 2181 AEC
  • Primeiro Período Intermédio: c. 2181 - 2040 AEC
  • Império Médio: 2040 - 1782 AEC
  • Segundo Período Intermédio: c. 1782 - c. 1570 AEC
  • Império Novo: c. 1570 - c. 1069 AEC
  • Terceiro Período Intermédio: c. 1069 - 525 AEC
  • Época Baixa: 525 - 323 AEC
  • Período Ptolemaico: 323 - 30 AEC

Os termos 'Império' e 'Período Intermédio' surgem relacionados com a centralização do poder. Durante os ditos “Impérios”', encontrava-se no poder um monarca que governava a partir de uma capital central, a economia e a sociedade encontravam-se estáveis e o progresso cultural era uma constante. Por sua vez, nos períodos intermédios o poder encontrava-se dividido, a estabilidade era muito incerta e as evidências mostram-nos um reduzido avanço a nível cultural. Ainda assim, estes períodos intermédios não foram de longe tão caóticos, como alguns investigadores do século XIX-XX os interpretaram.

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Quem é o faraó referido no Êxodo?

A história que vem escrita no Êxodo é um simples mito cultural, sendo que não existiu nenhum faraó que tenha escravizado os israelitas.

O monarca mais associado ao faraó do Êxodo bíblico é Ramsés II (o Grande, quem reinou de 1279-1213 AEC), seguido por Akhenaton (governa entre 1353-1336 AEC), embora muitos tenham sido referidos ao longo dos séculos tempo. Não há qualquer evidência histórica, textual ou física, que comprove que os hebreus foram escravizados no Egito, num dado período e em tão larga escala.

Há amplas evidências de que as pirâmides foram construídas por trabalhadores qualificados e não-qualificados, que dedicavam o seu tempo a um tipo de serviço comunitário – como o caso das obras públicas –, em momentos em que o Nilo inundava e que era impossível lavrar as terras. Apesar das afirmações constantes, a história que vem escrita no Êxodo é um simples mito cultural, não tendo existido nenhum faraó que tenha escravizado, efetivamente, os israelitas, visto que estes nunca foram escravizados em massa no Egito. Normalmente, os escravos eram trazidos de várias terras depois de vitórias militares, ou poderiam, também, ser vendidos em mercados e usados como mão-de-obra em minas ou como servos da realeza. Podem, realmente, ter existido escravos hebreus entre eles, mas nada se compara aos números fornecidos pela Bíblia.

Book of Exodus
Livro do Êxodo
Walters Art Museum Illuminated Manuscripts (Public Domain)

Como se organizava o exército egípcio?

Durante o Império Antigo, o exército era composto por recrutas de vários distritos (os nomos), que se encontravam sob a liderança de um governador regional (o nomarca). O governador organizava os seus homens e enviava-os ao rei. Durante o Primeiro Período Intermédio, este sistema começou a ser posto de parte, à medida que cada governador granjeava mais influência com a queda do poder central e utilizava a sua milícia para gerir a própria agenda. No Império Médio, o rei Amenemhat I (governa de c. 1991 - 1962 AEC) criou o primeiro exército permanente. Nota-se uma certa evolução nas forças armadas durante o Segundo Período Intermédio, no qual se podem contar as importantes contribuições dos hicsos, como a carruagem puxada por cavalos, o arco, a espada cimitarra e a adaga de bronze. No Império Novo, o exército assumia-se como uma força de combate profissional, altamente bem treinada, que ajudava a contribuir para a coesão do Império egípcio.

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O exército encontrava-se ramificado em várias divisões/batalhões, cada um com o nome de uma divindade, possuindo um valor aproximado de cerca de 5000 homens. Cada divisão tinha um oficial que supervisionava 50 soldados, que, por sua vez, reportava a um superior responsável por 250 homens. Este superior reportava a um capitão que se encontrava no topo do comando. O comandante das tropas era responsável pelo superintendente das tropas, que informava o superintendente da fortificação – onde o séquito militar se encontrava –, que estava sob a égide de um tenente que reportava a um general. O general encontrava-se sob a supervisão direta do vizir, o qual prestava contas diretamente ao faraó.

Egyptian Soldiers
Soldados Egípcios
Σταύρος (CC BY)

A guerra egípcia nunca teve como objetivo o ato de conquista, mas sim a defesa e estabilidade. Mesmo durante a extensão do Império egípcio, os exércitos foram usados para criar – e, também, manter – uma zona tampão à volta do país, com o objetivo de se prevenir possíveis invasões, não indo nunca além do necessário para se manter a ordem. Parte da razão para esta situação foi a crença religiosa de que, se alguém morresse depois da fronteira egípcia, a alma teria mais dificuldade em alcançar o paraíso.

Como funcionava a religião e de que maneira influenciou as pessoas?

A vida na terra era apenas uma parte da jornada rumo à vida eterna.

A religião egípcia sempre esteve muito presente na vida quotidiana de um egípcio. Os deuses podiam estar em todo o lado e acreditava-se que tinham oferecido à Humanidade o melhor local para viver, com todos os luxos necessários. Em troca, os estes apenas pediam aos humanos que os honrassem através da adoração e mantivessem em total equilíbrio a ordem celestial, conhecida como ma'at – harmonia –, a qual todos unia.

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Na mentalidade egípcia, a vida na Terra era apenas parte de uma longa jornada em direção à felicidade eterna na vida após a morte. A vida de um egípcio no Além era a imagem espelhada das atitudes da pessoa na Terra. Depois da morte, a alma era guiada até à Sala da Verdade onde o coração era pesado, juntamente com a pena da deusa Ma'at, uma cerimónia presidida por Osíris. Se o coração fosse mais leve que a pena, o seu proprietário poderia seguir em direção aos Campos de Juncos; se fosse mais pesado, o coração era atirado ao chão e devorado por um demónio, ao mesmo tempo que a alma deixava de existir. O Livro dos Mortos foi escrito como um guia para a alma para a ajudar a evitar quaisquer armadilhas que surgissem no Além, de modo a encontrar o caminho para o paraíso de maneira segura.

Esta crença influenciava em muito a vida quotidiana dos egípcios, pois era entendido que a existência de uma pessoa, não era determinada pelo tempo que decorria entre o nascimento e a morte: sendo uma alma imortal, viajava pelo mundo terreno durante uns tempos, tornando-se num ser eterno que iria um dia viver entre os deuses, num paraíso em que tudo o que havia sido perdido era devolvido.

Porque é que os egípcios mumificavam os seus mortos?

Os egípcios acreditavam que a alma era constituída por nove partes:

  • Khat, o corpo físico
  • Ka, o duplo
  • Ba, um pássaro com cabeça humana que tinha a capacidade de voar entre o céu e a terra
  • Shuyet, a sombra
  • Akh, o lado imortal transformado
  • Sahu e Sechem, os aspetos etéreos do Akh
  • Ab, o coração, a fonte do mal e do bem
  • Ren, o nome secreto do indivíduo

O corpo físico (Khat) necessitava de ser preservado para que o Ka e o Ba reconhecessem o corpo e o Akh pudesse continuar em direção ao Campo de Juncos. Nos rituais de enterramento egípcios, bens pessoais do defunto eram deixados no túmulo, para que a pessoa os pudesse utilizar no Além; só tendo estes valor se o corpo se mantivesse intacto. Contrariamente à crença popular, os egípcios não eram obcecados com a morte; eles gostavam tanto da vida que não queriam que acabasse, o que encorajou a ideia de um reino eterno onde um mortal poderia viver para sempre, disfrutando de todo o bem que praticou em vida, mas na companhia dos deuses.

Existe alguma veracidade na Maldição de Tutankhamon / Maldição dos Faraós?

Não há quaisquer indícios de veracidade na conhecida Maldição dos Faraós, a qual ganha grande visibilidade com Howard Carter depois de, em Novembro de 1922, ter aberto o túmulo de Tutankhamon. Das 58 pessoas presentes na sala quando o sarcófago foi aberto, apenas oitos morreram nos doze anos seguintes, por causas ditas normais e racionais, nada tendo haver com o túmulo. O mito da Maldição de Tutankhamon começou em 1923 EC, no momento em que a escritora Marie Corelli (1855-1924 EC) enviou uma carta para o New York World, a dizer ser portadora de um texto antigo que mencionava terríveis consequências para aqueles que perturbassem o descanso dos reis do Egito. Corelli era uma escritora muito popular no momento, e a sua carta acabou por ser muito bem acolhida.

Death Mask of Tutankhamun
Máscara Mortuária de Tutankhamon
Richard IJzermans (CC BY-NC-SA)

Howard Carter, na mesma altura, encontrava-se profundamente frustrado com a quantidade infindável de visitantes que interferiam com o seu trabalho no túmulo, e a carta de Corelli – bastante dinamizada pela imprensa – teve precisamente o efeito que ele tanto desejava, ao afastar as pessoas. Carter conseguiu continuar com a escavação e estudo do túmulo sem qualquer distração, nunca se dando ao trabalho de contradizer as afirmações de Corelli – embora nunca tenha existido qualquer evidência de que a escritora possuía qualquer texto antigo referente a uma maldição. Os filmes de Hollywood viriam, mais tarde, a popularizar ainda mais esta "Maldição da Múmia" e a incuti-la na mentalidade moderna.

O que comiam os antigos egípcios?

A dieta egípcia era, maioritariamente, vegetariana. A carne não podia ser armazenada, pois os egípcios não possuíam uma fonte de refrigeração, sendo logo comida após o abate em festivais e banquetes. A classe alta, consumia bastante carne, dado o tempo de sobra para caçar animais. Aves e peixe eram comidos por todas as classes sociais. Os alimentos básicos da dieta egípcia eram pão e cerveja. Embora o vinho fosse feito de uvas e de outras frutas, era a bebida de eleição das classes altas. A cerveja era mais dirigida às classes populares – consumida em todas as refeições do dia –, já que era considerada mais saudável do que beber diretamente água do Nilo ou de riachos que poderiam estar poluídos. Acreditava-se que a cerveja promovia um espírito leve e um coração satisfeito. Os salários dos trabalhadores incluíam, na realidade, uma porção de cerveja e pão.

Ancient Egyptian Brewery and Bakery
Cervejaria e padaria egípcia antiga
Keith Schengili-Roberts (CC BY-SA)

Vegetais e frutas constituíam maior parte da dieta egípcia, onde se incluíam cebolas, lentilhas, alho-porro, alho, azeitonas, romãs, uvas, tâmaras e figos. Os egípcios mais ricos apreciavam muito cocos, os quais estavam entre os produtos de luxo importados mais populares. Vacas, cabras e ovelhas eram criadas para leite, enquanto que os touros (com a exceção do touro sagrado) eram utilizados para o trabalho manual nas quintas. Os egípcios apreciavam uma enormidade de especiarias e óleos que juntavam às suas refeições, como gergelim, semente de linho, canela, cominhos e, o mais popular, a armoracia rusticana. Diferentes alimentos eram prescritos pelos médicos como remédios. Na medicina egípcia, a dieta era reconhecida como um importante fator que em muito contribuíam para um estilo de vida saudável.

Como era o dia-a-dia no Antigo Egito?

A sociedade egípcia estava baseada numa hierarquia, que ia do mais alto para o mais baixo:

  • Rei (conhecido como faraó, somente depois do Império Novo) e a família real
  • Vizir
  • Membros do Tribunal
  • Sacerdotes e escribas (incluindo médicos)
  • Governadores regionais
  • Altos comandos militares
  • Artesãos e operários (incluindo trabalhadores qualificados)
  • Supervisores de trabalho
  • Trabalhadores não-qualificados e camponeses
  • Escravos

A mobilidade social não era encorajada, pois acreditava-se que a ordem social foi decretada pelos deuses de acordo com a ma'at, sendo vital manter a harmonia e o equilíbrio na terra. Era responsabilidade do rei garantir o cumprimento da ma'at a todos os níveis, apesar de todos terem noção do modo como se deveriam comportar.

A economia baseava-se na agricultura e maior parte da classe baixa era composta por camponeses. O dia de um camponês começava com o nascer do sol, no momento em que – juntamente com a mulher e os filhos – se dirigia aos campos, terminando ao anoitecer quando regressava a casa para jantar. O comércio era gerido através de um sistema de troca, até c. 525 AEC, momento em que a moeda foi introduzida pelos Persas. A unidade monetária, antes disso, era o deben, que possuía um determinado valor consoante o produto.

Egyptian Cattle Herd
Rebanho de gado egípcio
Jan van der Crabben (CC BY-NC-SA)

Nos tempos livres, a classe alta caçava, praticava desportos, pescava, divertia-se em jogos de tabuleiro e assistia a eventos desportivos. Com exceção da caça, a classe baixa disfrutava dos mesmos passatempos, além de nadar e passear de barco. Os egípcios divertiam-se em festas e festivais, e os aniversários dos deuses e outros eventos eram celebrados como feriados nacionais, momento em que o trabalho era suspenso e todos se reuniam para beber, comer e dançar.

Houve alguma outra mulher tão importante como a Cleópatra?

Embora Cleópatra VII (viveu entre 69-30 AEC) seja indiscutivelmente a rainha egípcia mais famosa, esta não era realmente egípcia, mas sim grega, e foi a última monarca da Dinastia Ptolemaica. Na realidade, existiram muitas outras grandes rainhas ao longo de toda a história egípcia. Na Época Arcaica, surgem Neithhotep da I Dinastia (c. 3150 – c. 2890 AEC) e Merneith (c.2990 AEC). No Império Antigo, a rainha Heterpheres I (esposa do rei Sneferu, reina entre 2613-2589 AEC), mãe do rei Khufu (governa entre 2589-2566 AEC), exerceu uma influência considerável sobre ele. Uma das mais controversas rainhas, do mesmo período, é Nitócris (reinou entre 2184-2181 AEC), a qual vingou a morte do irmão, convidando os assassinos para um banquete numa câmara subterrânea, afogando-os de seguida. Contudo, deve-se ter em atenção que os estudiosos se continuam a debater acerca da veracidade dessa história e se a rainha realmente existiu.

No Império Médio, a rainha Sobeknefru (governa entre 1807-1802 AEC) viveu num período em que surge o título honorário de Esposa do Deus Amón, o qual viria a elevar a posição da mulher e levaria o sexo feminino a posições de grande influência. A rainha Ahhotep I (governa entre 1570-1530 AEC) é a primeira mulher conhecida, a quem foi atribuído o título de Esposa do Deus Amón, e que o passou à sua nora, Ahmose-Nefertari (c. 1570-1544 AEC). As rainhas mais conhecidas surgem no Império Novo, tais como Hatshepsut (governa entre 1479-1458 AEC), Tiye (esposa de Amenhotep III, que reinou entre 1386-1353 AEC), Nefertiti (governa entre 1370-1336 AEC), esposa de Akhenaton, a qual assumiu o poder quando o faraó se dedicou inteiramente aos interesses religiosos do seu reinado. E ainda Nefertari (c. 1255 AEC), mulher e grande inspiração de Ramsés II, retratada por este em Abu Simbel.

No Terceiro Período Intermédio, algumas das mais influentes mulheres possuíam o título de Esposa do Deus Amón, tais como Amenirdis I (c.714-700 AEC), que avidamente reinou o Alto Egito. Uma outra, Nitokris I (também conhecida como Neitiqert, c. 655-585 AEC), governou quase todo o Egito e foi das Esposas de Amón mais ricas, da história deste título. Na altura em que Cleópatra VII subiu ao trono, o Egito tinha já uma incrível lista de mulheres colocadas em posições de poder.

Quais são os legados culturais do Antigo Egito?

O Antigo Egito contribuiu para um número ínfimo de invenções e inovações, que chegaram aos dias de hoje. Os egípcios valorizavam muito a higiene pessoal: banhos diários, pentes, escovas, maquilhagem (usada tanto por mulheres, como por homens) e perfumes, foram todos inventados, ou um pouco aprimorados, por estes. Inventaram, ainda, a escova e a pasta de dentes, elixires de hortelã para o mau hálito e desodorizante na forma de incenso. A Medicina Dentária também se desenvolveu no Antigo Egito, assim como a prática de diagnóstico por parte dos médicos. Mulheres e homens podiam exercer Medicina, e as primeiras evidências de clínicas e escolas médicas surgem aqui.

A arquitetura egípcia desenvolveu as pirâmides e os obeliscos, bem como respetivas técnicas para os construir e erguer. Porém, os engenheiros, atualmente, ainda não conseguem compreender como é que os egípcios construíram, moveram e erigiram tais monumentos – estruturas que viriam a inspirar culturas futuras. Na agricultura, os egípcios foram buscar as técnicas de irrigação à sabedoria dos hicsos e aprimoraram o arado puxado por bois de calibre leve e pesado. Desenvolveram, ainda, os conceitos babilónicos de Astronomia e Astrologia, o calendário e a Matemática.

A literatura egípcia, especialmente a do Império Médio, estabeleceu o género da balada romântica e do diálogo literário/filosófico (mais tarde, tornado famoso nas obras de Platão). A religião e a filosofia influenciaram em muito a filosofia grega, assim como as religiões monoteístas do Cristianismo e Islamismo, especialmente no que toca aos conceitos de vida eterna, julgamento após a morte e recompensas/punições no Além.

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Sobre o tradutor

Cláudia Barros
Licenciada em Arqueologia, em 2018, pela Universidade do Minho (Braga, Portugal). Atualmente, encontra-se a terminar a tese de Mestrado em Arqueologia, sobre Ksar Sghir (Norte de Marrocos), na mesma instituição (2018 - até ao presente). Principais interesses: Arqueologia, Arqueologia da Paisagem, Arqueologia Egípcia, Egiptologia, Arqueologia do Próximo Oriente, Arqueologia do Norte de Marrocos.

Sobre o autor

Joshua J. Mark
Joshua J. Mark é cofundador e diretor de conteúdos da World History Encyclopedia. Anteriormente, foi professor no Marist College (NY), onde lecionou história, filosofia, literatura e redação. Ele viajou bastante e morou na Grécia e na Alemanha.

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Estilo APA

Mark, J. J. (2020, fevereiro 24). Dez factos sobre o Antigo Egito que precisa de saber [Ten Ancient Egypt Facts You Need to Know]. (C. Barros, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1508/dez-factos-sobre-o-antigo-egito-que-precisa-de-sab/

Estilo Chicago

Mark, Joshua J.. "Dez factos sobre o Antigo Egito que precisa de saber." Traduzido por Cláudia Barros. World History Encyclopedia. Última modificação fevereiro 24, 2020. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1508/dez-factos-sobre-o-antigo-egito-que-precisa-de-sab/.

Estilo MLA

Mark, Joshua J.. "Dez factos sobre o Antigo Egito que precisa de saber." Traduzido por Cláudia Barros. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 24 fev 2020. Web. 04 dez 2024.