As Origens da Agricultura no Mundo

Artigo

James Hancock
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 30 Novembro 2021
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Disponível noutras línguas: Inglês, francês, indonésio, espanhol

A agricultura surgiu de forma independente em várias regiões ao redor do mundo, com seu início estimado há cerca de 12.000 anos. As primeiras culturas e animais foram domesticados em seis áreas bastante difusas, incluindo o Oriente Próximo, China, Sudeste da Ásia e a África, no Velho Mundo; e a Mesoamérica, América do Sul e Nordeste da América do Norte, no Novo Mundo.

Egyptian Hoe
Enxada Egípcia
The Trustees of the British Museum (Copyright)

As Origens da Agricultura no Velho Mundo

O cultivo agrícola começou no quarto milênio a.C., nas colinas do interior do sudeste da Turquia, oeste do Irã e no Levante, onde uma ampla variedade de plantas e animais estava disponível para domesticação. Tantos sítios agrícolas antigos têm sido localizados nesta região que alguns estudiosos sugerem que o Oriente Próximo seja considerado como um “núcleo central”, no qual os eventos em um local influenciavam os demais.

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Os humanos começaram a domesticar as plantas há cerca de 12.000 anos.

Os humanos começaram a domesticar as plantas há cerca de 12.000 anos. Os primeiros animais de criação, ovelhas e cabras, foram provavelmente domesticados em algum lugar ao norte e leste do coração da domesticação agrícola. Há cerca de 11.000 anos, cevada, trigo, cabras e ovelhas estavam domesticados no Oriente Próximo, seguidos pelos porcos e gado, 10.000 anos atrás; por ervilhas e lentilhas (8.000 anos atrás); e pelas azeitonas e uvas, há cerca de 6.000 anos.

A agricultura também começou bem cedo nas bordas das florestas da África Ocidental, Etiópia e no Sahel (ou Sael), a zona ecoclimática de transição entre o Deserto do Saara e a savana ao sul. As mais antigas evidências e cultivo africano originam-se da Etiópia, datadas de cerca de 6.000 anos, mas as demais origens do continente são provavelmente tão antigas quanto. Os etíopes domesticaram o café, painço e teff [espécie de cereal]. Os habitantes do Sahel domesticaram o sorgo, milheto pérola, arroz africano e a ave pintada-da-guiné. Os africanos ocidentais foram responsáveis pelo inhame africano, feijão-de-corda, melancia e óleo de palma.

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A China e a Ásia também abrigaram áreas iniciais de domesticação de plantas no Velho Mundo. Há evidências de prática do cultivo datando de 8.000 a 10.000 anos na Tailândia e Nova Guiné. Duas regiões na China começaram a agricultura há cerca de 8.000 anos, nas bacias dos rios Amarelo e Wei, ao norte, e no Vale do Yangtsé, no sul. Banana, taro, cítricos e cana-de-açúcar foram domesticados em primeiro lugar no Sudeste da Ásia; milho-zaburro [um tipo de painço], milhete, arroz, soja e porcos estavam entre as mais antigas espécies domesticadas na China; e a criação de galinhas começou numa área abrangendo a Índia setentrional, sub-Himalaias, China meridional e no Sudeste da Ásia.

Oriente Próximo

África

China

Sudeste da Ásia

Grãos

Cevada e trigo

Capim pé-de-galinha-gigante, milheto pérola, arroz, sorgo e teff

Painço, milho-painço e arroz

Vegetais

Grão-de-bico, ervilha de jardim e lentilha

Inhame e feijão-de-corda

Soja

Inhame e taro

Frutas

Tâmaras, figos e uvas

Melancia

Pêssego

Banana e cítricos

Óleos

Azeite

Óleo de palma

Outros

Linho

Café

Chá

Cana-de-açúcar

Animais

Gado, cabras, porcos e ovelhas

Pintada-da-guiné

Galinhas e porcos

Galinhas

A Dispersão Transcontinental das Culturas do Oriente Próximo

As culturas de grãos do Oriente Próximo espalharam-se rapidamente e, há cerca de 8.000 anos, chegaram à Grécia, Egito, às margens do Mar Cáspio e ao Paquistão. A Europa Central já estava sendo extensivamente cultivada menos do que 1.000 anos depois e, por um período de 5.000 anos, as comunidades agrícolas expandiram-se da costa da Espanha à Inglaterra e Escandinávia.

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A maioria das culturas primordiais do Oriente Próximo (trigo dos tipos emmer e einkorn, cevada, lentilha, ervilha e linho) viajaram através da Europa como um grupo, estimulando a domesticação de outras culturas ao longo do trajeto. Aveia e linho, inicialmente ervas daninhas transportadas com as espécies do Oriente Próximo, eventualmente vieram a ser cultivadas e se tornaram culturas secundárias quando alcançaram a Península Ibérica. Muitos dos vegetais que foram domesticados 5.000 anos atrás também surgiram como culturas secundárias, incluindo repolho, cebola e rabanete.

Map of the Fertile Crescent
Mapa do Crescente Fértil
Simeon Netchev (CC BY-NC-SA)

A disseminação da agricultura através do Oriente Médio e Europa pode ter ocorrido graças à difusão cultural, na qual se transmitiam novas técnicas de pessoa para pessoa através de simples observação, ou pela migração, na qual a transferência associava-se à expansão populacional e acasalamentos intergrupais. A maior parte das evidências dá apoio à hipótese da migração, pela qual o estoque original de povos agrícolas do Oriente Próximo lentamente se diluiu, à medida que seus descendentes se mudavam para oeste e acasalavam-se com povos locais ao longo do trajeto.

A Difusão da Agricultura através da Bacia do Mediterrâneo

A difusão da agricultura ocorreu tanto na terra firme quanto nas ilhas mediterrâneas.

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Recentes evidências sugerem que a expansão das economias agrícolas e de animais domesticados através do Mediterrâneo foi realizada por várias ondas de colonos marítimos, que estabeleceram enclaves agrícolas costeiros ao redor da Bacia do Mediterrâneo. (Zeder, 2008)

A ilha de Chipre foi colonizada entre 10.500 a 9.000 anos por pioneiros neolíticos já estabelecidos no continente. Provavelmente viajando em barcos, estes colonos trouxeram com eles um complemento integral de plantas e animais economicamente importantes no continente, incluindo carneiros, cabras e porcos. Há também evidências de domesticação do trigo einkorn e emmer, cevada e lentilhas, bem como pistache, linho e figos.

Early Domestication of Cattle
Domesticação Inicial do Gado
Unknown (CC BY-NC-SA)

Este padrão de colonização repetiu-se no restante da Bacia do Mediterrâneo. Do Mar Egeu, há fortes evidências da chegada de colonos marítimos entre 9.000 a 8.000 anos, que levaram com eles o pacote Neolítico completo de culturas. Os pioneiros marítimos iniciais estabeleceram comunidades agrícolas na costa da Grécia. O modo de vida Neolítico foi introduzido na Península Italiana há cerca de 8.000 anos, por colonos marítimos, que inicialmente estabeleceram vilas agrícolas na região da Apúlia, no “calcanhar da bota” da Itália. Evidências de uma colônia de fazendeiros migrantes do continente italiano foram descobertas na França meridional, povoada entre 7.700 a 7.600 anos atrás.

A Dispersão no Oceano Índico

Os marinheiros do Oceano Índico transmitiram várias culturas asiáticas importantes para Madagascar, África Oriental e Índia por volta do segundo milênio a.C., incluindo cana-de-açúcar, cítricos, arroz e inhame asiáticos, taro, banana e banana-da-terra, coco, manga, fruta-pão e possivelmente várias especiarias (gengibre, cravo-da-índia e cardamomo). Várias destas culturas se transferiram através do continente para a África Ocidental, incluindo figo, cana-de-açúcar, cítricos, pepino, banana e arroz africano.

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Ao final do terceiro milênio a.C., surgiu uma rede comercial entre a Índia e o Golfo Pérsico, envolvendo as populações da Arábia meridional e os marinheiros gujarates indianos. Em decorrência, logo cinco culturas africanas chegaram ao Sul da Ásia: milheto pérola, sorgo, feijão-de-corda e milhete africano. Esta transferência de culturas ocorreu provavelmente entre o nordeste da África e/ou Iêmen e a Índia Ocidental.

Na direção contrária, da Índia para a África, deslocaram-se o milho-zaburro ou painço (Panicum miliaceum), originalmente da China, que havia começado suas viagens através do comércio em direção às rotas ocidentais por volta de 2.200 a.C.. O gado zebu também transferiu-se da Índia para o Iêmen e o Leste da África nesta mesma época. O gado zebu subsequentemente cruzou com o gado africano, gerando híbridos que se tornaram importantes para os criadores da África oriental.

A banana da Indonésia provavelmente encontrou seu caminho para a Índia tão cedo quanto 2.200 a.C..

Há cerca de 5.000 anos, várias culturas foram domesticadas na Índia, provavelmente estimuladas pela introdução de novas espécies da África e Sudeste da Ásia. Elas incluíram berinjela, pepino, ervilha-de-angola, feijão mungu verde, pimenta, gengibre, gergelim, algodão (G. arboretum e G. herbaceum) e arroz (Oryza sativa ssp. Indica).

Há também evidências de comércio regular entre a Índia e a Península Malaia por volta de 1.500 a.C.. O feijão mungu verde (Vigna radiata) e o feijão nepalês (Macrotyloma uniflorum) foram provavelmente transferidos da Índia meridional para o Sudeste da Ásia aproximadamente neste época. As culturas arbóreas do Sudeste da Ásia como a cidra e a manga podem ter sido levadas para o Sul da Índia do norte, com origens prováveis nas áreas de Assam/Burma/Yunnan, a oeste das regiões montanhosas orientais ao pé do Himalaia.

A banana da Indonésia provavelmente encontrou seu caminho da Índia para a África tão cedo quanto 2.000 a.C., junto com o inhame (Dioscorea alata) e o taro. As bananas alcançaram a África ocidental por volta de 500 a.C., acompanhando manchas florestais e as franjas da floresta tropical equatorial.

As galinhas provavelmente chegaram à África via Índia, através de múltiplas rotas. Os dados linguísticos históricos sugerem três introduções separadas, incluindo duas do norte, através do Saara, e uma do Oceano Índico, na costa leste da África.

As Origens da Agricultura no Novo Mundo

O cultivo agrícola provavelmente começou de forma independente no Novo Mundo, 1.000 ou 2.000 anos mais tarde do que no Velho Mundo. Havia um centro mesoamericano relativamente compacto, estendendo-se da atual Cidade do México para Honduras, enquanto as culturas sul-americanas emergiram numa ampla área cobrindo a maior parte da costa e do centro da América do Sul. Uma região independente também surgiu na América do Norte oriental.

Espécies de amaranto, abacate, feijões, quenopódio, algodão, pimentas chili, abóbora moranga e abóbora comum foram domesticadas na Mesoamérica, junto com o milho. Havia quatro regiões ecológico-geográficas gerais de domesticação na América do Sul:

  1. Andes centrais e de altitude média (quinoa e amaranto)
  2. Andes setentrional e central, altitude média e altitudes elevadas (batata, oca e cañihua)
  3. Terras baixas da Amazônia meridional (mandioca e amendoim)
  4. Equador e noroeste do Peru (feijões e abóbora)

Os perus foram domesticados no México e os lhamas e porquinhos da índia adestrados na América do Sul. Os norte-americanos ficaram responsáveis pelo girassol, margarida-do-campo (sumpweed), quenopódio e provavelmente outras espécies de abóboras.

Mesoamérica

América do Sul

América do Norte

Grãos

Amaranto e milho

Amaranto, cañihua, oca e quinoa

Quenopódio, girassol e margarida-do-campo

Vegetais

Feijões, pimenta chili, abóbora moranga, abóbora e tomate

Mandioca, amendoim, batata, batata-doce e feijão

Abóbora

Frutas

Abacate e agave

Goiaba, abacaxi e morango

Mirtilo, amora, framboesa e morango

Outros

Algodão

Algodão, cacau, tabaco e baunilha

Tabaco

Animais

Peru

Alpaca, lhama, porquinho da índia e pato-do-mato

A Dispersão das Culturas do Novo Mundo

A partir do centro mesoamericano, o trio milho-feijão-abóbora gradualmente moveu-se para o norte, agregando o girassol e numerosas outras espécies nativas no caminho, para a América do Norte oriental, onde já estava bem estabelecido há cerca de 4.500 anos. Chamado de “Três Irmãs”, este trio desbancou as culturas indígenas de sumpweed (margarida-do-campo) e quenopódio. Há um debate em andamento se estas culturas mesoamericanas se difundiram através da Planície Oeste da Costa do Golfo ou através do sudeste americano, em marcha para o oeste.

O movimento ao sul a partir da Mesoamérica é difícil de seguir para a maioria das culturas, mas ao menos o milho chegou à América Central e à bacia amazônica entre 5.000 e 4.000 anos. Espécies domesticadas sul-americanas, a batata, o amendoim e o feijão-de-lima alcançaram o norte do México entre 3.000 e 2.000 anos, viajando seja pelas ilhas do Caribe, a partir da Venezuela, ou via América Central (ou pelos dois caminhos).

Aztec Agriculture
Agricultura Asteca
Peter Isotalo (Public Domain)

Os Intercâmbios Transcontinentais de Culturas - O Intercâmbio Colombiano

Até cerca de 500 anos atrás, virtualmente todas as dispersões de culturas ocorriam dentro dos continentes e não entre eles. Houve disseminação para a Oceania do Sudeste da Ásia, mas poucas transferências aconteceram entre os hemisférios. Quando Cristóvão Colombo chegou ao Novo Mundo em 1492, os fazendeiros nos dois hemisférios estavam cultivando grupos completamente diferentes de culturas. Não existiam grandes animais domesticados nas Américas.

A completa homogeneização das culturais mundiais não começou até Colombo e outros exploradores espanhóis e portugueses trazerem para a Europa a batata, pimenta chili e milho, originalmente da Mesoamérica, e tomate, feijões, mandioca, cacau e amendoins domesticados na América do Sul. Os colonizadores europeus tentaram transferir o sistema agrícola europeu para o Novo Mundo. Na Mesoamérica, América Central e na região andina, os espanhóis introduziram cevada, grão-de-bico, pepino, figo e trigo, originalmente domesticados no Oriente Próximo; cana-de-açúcar e cítricos do Sudeste da Ásia; pêssego da China; melão da África; e repolho, alface, uvas e cebolas do Mediterrâneo. No Brasil, os portugueses introduziram grão-de-bico, favas, figo e trigo do Oriente Próximo; cana-de-açúcar e banana do Sudeste da Ásia; pêssego da China; sorgo da África; e uvas do Mediterrâneo.

Atualmente, os habitantes do globo são bastante dependentes de culturas originalmente domesticadas bem longe de seus lares. A Europa e a América do Norte agora contam com uma miscelânea de culturas mundiais, incluindo o trigo e cevadas domesticados no Oriente Próximo, milho da Mesoamérica, batata da América do Sul e soja da China. O sorgo, milhete e inhame originais africanos foram em grande parte desbancados pelo milho da Mesoamérica, mandioca e batata-doce da América do Sul, além da banana do Sudeste da Ásia. As culturas originais de arroz e soja chinesas permaneceram importantes no país, mas também se cultiva agora o milho mesoamericano e a batata e batata-doce sul-americanas. Nos últimos 500 anos, a agricultura mundial transformou-se radicalmente.

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Bibliografia

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Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Ricardo é um jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

James Hancock
James F. Hancock é um escritor freelancer e professor emérito da Michigan State University. Possui especial interesse na pesquisa da evolução da cultura agrícola e história do comércio. Seus livros incluem "Spices, Scents and Silk" (CABI) e "Plantation Crops" (Routledge).

Citar este trabalho

Estilo APA

Hancock, J. (2021, Novembro 30). As Origens da Agricultura no Mundo [Origins of World Agriculture]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1886/as-origens-da-agricultura-no-mundo/

Estilo Chicago

Hancock, James. "As Origens da Agricultura no Mundo." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação Novembro 30, 2021. https://www.worldhistory.org/trans/pt/2-1886/as-origens-da-agricultura-no-mundo/.

Estilo MLA

Hancock, James. "As Origens da Agricultura no Mundo." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 30 Nov 2021. Web. 27 Abr 2024.