Joana d'Arc

Definição

Joshua J. Mark
por , traduzido por Elmer Marques
publicado em 28 março 2019
Disponível noutras línguas: Inglês, africâner, francês, húngaro, italiano, Polaco, Russo, espanhol
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Joan of Arc by John Everett Millais (by John Everett Millais, Public Domain)
Joana d'Arc por John Everett Millais
John Everett Millais (Public Domain)

Joana d’Arc (Jeanne d’Arc, c. 1412-1431) foi uma camponesa medieval que, alegando ter recebido visões de Deus, mudou a maré a favor da França na Guerra dos Cem Anos. Ela foi martirizada por defender sua alegação de que havia recebido inspiração divina, mas posteriormente foi canonizada como santa.

Ela nasceu em Domrémy, na França, filha de um camponês. Aos 13 anos de idade recebeu uma revelação no jardim de seu pai de que ela deveria liderar a vitória dos franceses sobre os ingleses, assegurando assim que Carlos, o delfim (título que designa o primogênito do rei da França, o herdeiro do trono), fosse coroado no local tradicional em Reims, tornando-se Carlos VII da França (r. 1422-1461).

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Joana teve sucesso em levantar o Cerco a Orleans em 1429 e Charles foi coroado na Catedral de Reims em julho do mesmo ano após a Campanha do Loire. Joana foi capturada pelos borguinhões (ou borgonheses, franceses da região da Borgonha que eram aliados dos ingleses durante a Guerra dos Cem Anos) e vendida aos ingleses. Os ingleses não podiam processar uma mulher que afirmava estar servindo a Deus, mas também não poderiam permitir nem mesmo a mera ideia de que ela pudesse estar dizendo a verdade, porque isso significaria que Deus estava do lado dos franceses no conflito. Eles finalmente a condenaram por ser considerada uma herege degenerada e a queimaram na fogueira em maio de 1431.

O julgamento de Joana d’Arc foi revisto em 1452 e declarado inválido. Joana foi absolvida e declarada mártir em 1456. Ela foi posteriormente canonizada e é um dos santos patronos da França nos dias atuais.

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A Guerra dos Cem Anos

A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) foi um conflito entre a França e a Inglaterra acerca da sucessão legítima do trono francês. Guilherme, o Conquistador (também conhecido por Guilherme I ou William I da Inglaterra), liderou a conquista normanda da Inglaterra em 1066, governando-a de 1066 a 1087 e lá estabelecendo uma monarquia francesa. Os posteriores reis da Inglaterra ainda tinham grandes propriedades e interesses na França e periodicamente faziam gestos de afirmação de seus direitos, desconsiderando as políticas e desejos do rei francês. A monarquia na França, consequentemente, queria acabar com o poder dos ingleses dentro da própria França, enquanto os ingleses trabalhavam para aumentar o poder que eles já tinham em território francês.

Em 1328, Carlos IV da França (r. 1322-1328) morreu sem deixar um herdeiro homem. A irmã de Carlos, Isabella da França, reivindicou o trono francês para seu filho, Eduardo III da Inglaterra (r. 1327-1377), mas sua reivindicação foi negada porque ela era mulher e às mulheres não eram permitido reivindicar a linha sucessória do trono. O trono passou para o primo de Carlos IV, Filipe VI da França (r. 1328-1350) e a relação antagônica entre Eduardo III da Inglaterra e Filipe VI da França deu início à Guerra dos Cem Anos em 1337.

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A guerra não foi um conflito contínuo, mas uma série de campanhas militares, a maioria travadas em solo francês, as quais consistiam em hostilidades seguidas por uma trégua e, então, nova hostilidades. Pesquisadores modernos dividem a guerra em três períodos para facilidade de estudo. Joana d’Arc aparece no último período, conhecido como Guerra Lancastriana (1415-1453), em referência à Dinastia de Lancaster, a dinastia que governava a Inglaterra à época.

The Route of Joan of Arc & The Hundred Years' War c. 1429
A rota de Joana d'Arc e a Guerra dos Cem Anos (c. 1429)
Simeon Netchev (CC BY-NC-ND)

A Guerra Lancastriana começou com uma impressionante vitória de Henrique V da Inglaterra (r. 1413-1422) em Agincourt, onde derrotou um exército francês numericamente superior. Durante toda a Guerra dos Cem Anos, as vitórias inglesas superaram em muito as vitórias francesas; nessa última fase da guerra, esse paradigma parecia que iria se manter depois de Agincourt. Henrique V casou-se com Catarina de Valois, filha do rei francês à época - Carlos VI (r. 1380-1422), sob os termos do Tratado de Troyes (1420). Agora, Henrique V poderia reivindicar o trono da França. Carlos VI, entretanto, tinha um herdeiro homem, o delfim (o filho homem primogênito do rei e, portanto, presumivelmente o herdeiro do trono) Carlos, que mantinha seu direito ao trono e era capaz de angariar apoio à sua reivindicação.

As vitórias inglesas continuaram à medida que os apoiadores de Carlos lutavam para expulsar os ingleses da França e legitimar seu governo, coroando-o como rei em Reims, cidade que estava sob domínio dos borgonheses, aliados dos ingleses. O delfim Carlos somente tinha algum poder na cidade de Chinon e em seus arredores. Suas forças diminuíam cada vez mais e eram derrotadas todas as vezes que eles iam ao campo de batalha. Foi nesse período que Joana d’Arc apareceu e mudou o destino de Carlos - e da França.

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Infância e visões

Joana nasceu na vila de Domrémy, filha de Isabelle Romee (1377-1458) e Jacques d'Arc (1380-1440). Ela tinha dois irmãos mais velhos - Jacques (às vezes chamado de Jacquemin) e Jean - e um irmão e uma irmã mais novos - Pierre e Catherine. Jacques d’Arc era um agricultor e seus filhos foram criados aprendendo aquela profissão.

Em seu julgamento, cujos registros são a principal fonte de informação sobre a vida de Joana, ela afirmou que recebeu uma visão de Deus em 1425, quando ela tinha 13 anos de idade. Santa Catarina, São Miguel e Santa Margarete apareceram a ela no jardim de seu pai e a instruiu a expulsar os ingleses da França; ela ainda teve uma visão do delfim sendo coroado rei em Reims.

Joana foi capaz de contar sobre a derrota da França referente ao Cerco de Orleans antes que qualquer um pudesse saber dele, demonstrando, assim, seus poderes divinos.

Joana nunca pareceu ter dúvidas que suas visões eram mensagens genuínas de Deus, e, no entanto, passariam-se três anos antes que ela fosse capaz de começar sua missão. É possível que sua família a tenha impedido ou talvez que ela não soubesse como deveria proceder, mas trata-se apenas de especulação uma vez que não há registro sobre a vida de Joana entre 1425 a 1428.

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Em 1428, ela apareceu no escritório de Robert de Baudricourt (c. 1400-1454), capitão da guarnição em Vaucouleurs, uma cidade próxima, pedindo para ser levada até o delfim. Por pelo menos duas vezes, De Baudricourt riu de Joana, até que ela finalmente conseguiu convencê-lo da seriedade da sua missão.

De acordo com uma versão dos eventos, Joana foi capaz de contar sobre uma derrota da França referente ao Cerco de Orleans antes que qualquer um pudesse saber, demonstrando, assim, seus poderes divinos. A outra versão afirma que Joana o envergonhou ao dirigir-se a ele em voz alta em público, acusando-o de falta de fé e de recusar-se a acreditar que Deus a havia enviado para libertar a França. Seja qual for a versão verdadeira, Robert de Baudricourt e alguns de seus homens acompanharam Joana a Chinon para que ela pudesse se encontrar com o delfim.

Joan of Arc Well, Chinon
Fonte de Joana d'Arc, Chinon
Babeth Étiève-Cartwright (CC BY-NC-SA)

Encontrando o delfim e Orleans

O delfim Carlos havia sido informado da visita de Joana e decidiu testá-la: ele se vestiu como um cortesão e, ao mesmo tempo, escolheu um cortesão e o vestiu como delfim; se Joana fosse verdadeiramente enviada por Deus, então ela saberia quem era o verdadeiro delfim. Quando Joana entrou na corte, ela dirigiu-se diretamente a Carlos e referiu-se a ele como sendo o delfim. Carlos tentou enganá-la, dizendo que não era o delfim, mas ela continuou dirigindo a palavra a ele. Posteriormente, em conversa privada, diz-se que ela o convenceu de sua legitimidade contando-lhe coisas que ele somente havia dito a Deus em oração.

O delfim quis ter certeza de que Joana não era uma bruxa tentando enfeitiçá-lo: submeteu-a a um exame de ortodoxia e pureza realizado por uma assembleia do clero de Poitiers. Ela fora declarada uma cristã ortodoxa de boa reputação e apresentou-se novamente ao delfim como sendo a resposta aos seus problemas em Orleans.

Por anos profecias haviam circulado na França de que uma donzela vestindo armadura surgiria na região da Lorena para salvar o país. Joana cumpriu a profecia ao viajar com o exército para Orleans com os apetrechos completos de batalha. Embora ela não tivesse tido, até então, nenhuma relação com a guerra e não havia nunca se envolvido em um único combate militar, a profecia se encaixava a Joana tão firmemente que ela foi recebida na cidade como uma heroína. O Cerco a Orleans era feito pelos ingleses de uma maneira que brechas de acesso à cidade eram abertas em intervalos, brechas que poderiam ser fechadas rapidamente se necessário. Joana e suas forças foram capazes de entrar na cidade através de uma das brechas no Rio Loire, poucos quilômetros ao leste de Orleans.

Joan of Arc
Joana D'Arc
Yann Caradec (CC BY-NC-SA)

A essa altura, o Cerco a Orleans estava em andamento há cinco meses, e os franceses não encontravam nenhuma maneira de levantá-lo. Estudiosos continuam a debater a importância de Joana d’Arc no levantamento do cerco, citando como novas táticas foram usadas em maio de 1429 que não haviam sido tentadas anteriormente e como os defensores da cidade estavam abertos a novas possibilidades, e assim, por esse raciocínio, a presença de Joana em Orleans pode não ter tido tanto impacto quanto afirma a lenda.

No entanto, esse raciocínio é ilusório, na medida em que poderia e tem sido argumentado que a chegada de Joana em Orleans, aparentemente o cumprimento da profecia, inspirou a mudança das táticas e a crença repentina na possibilidade de vitória. Orleans era uma cidade importante e de imensa importância tática e simbólica para ambos os lados do conflito. Se a cidade caísse, os franceses muito provavelmente perderiam a guerra.

Joana imediatamente abraçou seu papel como heroína, cumprimentando pessoalmente os cidadãos de Orleans e ficando no meio deles diariamente, encorajando-os e inspirando-os, entregando comida e suprimentos. Os homens encarregados da defesa da cidade rotineiramente tentavam impedir que ela participasse dos conselhos de guerra, mas ela não seria dissuadida e, se não pudesse participar, poderia ao menos ouvir.

Por muitas vezes Joana apelou à ação direta contra pontos-chave dos soldados ingleses, mas, embora ignorada, continuou pacientemente a sugerir ações e a se misturar com as pessoas, encorajando-as e levantando seus ânimos. Ela reuniu as tropas e as liderou com sucesso em um ataque à posição inglesa de Saint-Loup. No dia seguinte, apoiada por uma milícia de cidadãos que haviam respondido à sua inspiração, participou de outro combate que enfraqueceu ainda mais o cerco. Joana foi ferida no peito naqueles combates, mas perseverou e carregou seu estandarte (bandeira de guerra), inspirando os outros a continuar lutando. O Cerco a Orleans foi levantado nove dias depois de sua chegada.

Outros combates e captura

Joana imediatamente começou a trabalhar em uma campanha que pavimentaria o caminho para Carlos VII ser coroado em Reims, mas encontrou oposição e objeções contínuas. Reims estava sob controle dos borgonheses, aliados dos ingleses, no coração do território controlado pelos ingleses. O plano de Joana era simplesmente marchar, protegida pela graça e pela força de Deus, e tomar o controle do território parecia uma proposta ingênua e impossível aos comandantes das forças francesas. A sabedoria predominante da época deixava claro que as mulheres tinham certas tarefas que a elas haviam sido dadas por Deus, enquanto os homens possuíam responsabilidades mais importantes. Desta forma, os conselhos das mulheres eram simplesmente ignorados. Joana não era apenas uma mulher, mas uma adolescente sem nenhuma experiência militar ou treinamento profissional em liderança.

Mesmo assim, ela foi capaz de convencer o comando a concordar com sua sugestão, pois sua vitória em Orleans trouxe recrutas de todo o país para se juntarem à Campanha do Loire em 1429. Essa iniciativa resultou em vitórias francesas de Jargeau a Meung e Beaugency, culminando na vitória de Patay em junho, todas inspiradas por Joana, ainda que ela não estivesse em posição de comando em nenhuma delas. A Campanha do Loire aos poucos foi conquistando a região durante sua marcha em direção a Reims. Os franceses tiveram tanto sucesso que os borgonheses de Reims se renderam e abriram os portões da cidades sem oposição, possibilitando a coroação de Carlos VII como rei da França na Catedral de Reims, mantendo assim a tradição, tendo a seu lado Joana d’Arc em julho de 1429.

Joan of Arc Statue, Beaugency
Estátua de Joana d'Arc, Beaugency
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

A escritora medieval francesa Christine de Pizan (1364 - c. 1430) escreveu Le Ditié de Jehanne d’Arc para celebrar a libertação de Orleans. Aquele foi o primeiro trabalho literário escrito em honra de Joana d’Arc e o único escrito durante sua vida. O trabalho demonstra que a escritora devia ter ficado muito feliz devido à coroação do rei. Os registros da época sugerem que os franceses de todos os lugares estavam com o ânimo elevado, uma vez que parecia que “a mesa havia virado” a favor deles e havia, finalmente, uma chance de a França vencer a interminável guerra que, à época, já se arrastava por quase um século. As esperanças francesas foram ofuscadas, entretanto, quando Joana foi capturada pelo borgonheses em 1430 e vendida aos inimigos ingleses.

Julgamento e execução

Joana permaneceu detida em Rouen (ou Ruão, principalmente no português europeu), cidade controlada pelos ingleses e onde foi realizada seu julgamento. Ela poderia ter sido presa em uma prisão eclesiástica, local em que teria sido cuidada por mulheres; entretanto, ela foi presa em uma prisão secular, tendo sido assediada e ameaçada constantemente por guardas masculinos. O julgamento foi uma farsa desde o início; vários clérigos se recusaram a participar, até que tiveram suas vidas ameaçadas pelas autoridades inglesas. Aqueles que finalmente aceitaram participar do julgamento não estavam nada felizes.

Se Joana estivesse dizendo a verdade, então os ingleses estariam errados aos olhos de Deus em continuarem a guerra. Também o clero inglês estaria errado em apoiar a guerra. Joana tinha de ser considerada culpada ainda que a evidência de que Deus teria direcionado suas vitórias fosse irrefutável. Sem experiência em liderança ou em assuntos militares, Joana havia provado ser uma estrategista excepcional, ganhando cada combate em que participou. Os juízes sabiam que ela havia sido examinada quanto à sua ortodoxia e pureza, tendo sido considerada uma boa cristã e virgem. De modo a condená-la, o tribunal tinha de induzi-la a confessar que havia mentido sobre suas visões e que era culpada de heresia.

Joana ficou presa em uma prisão militar, mantida algemada inclusive dentro da cela e foi maltratada pelos guardas. Ela foi levada para ser interrogada pelas principais mentes jurídicas de sua época. De acordo com as transcrições de seu julgamento, ela se defendeu habilmente, especialmente no momento quando os juízes tentaram induzi-la ao erro, perguntando-lhe se ela acreditava estar em estado de graça. Uma vez que a igreja afirmava que uma pessoa, estando em estado de graça, não poderia saber estar em estado de graça, se Joana respondesse sim, que ela estava em estado de graça, então ela seria considerada uma herética; mas se Joana respondesse não, que ela não estava em estado de graça, ela confessaria culpada de não estar em estado de graça e, portanto, que suas visões eram mentiras. Joana escapou da armadilha respondendo simplesmente: “se não estou, que Deus me queira pôr nela; se estou, que Deus nela me conserve”.

Ameaçada com a morte na fogueira, Joana retirou a afirmação de ter sido dirigida por Deus para libertar a França. Ao fazer isso, suas visões voltaram a aparecer a ela, acusando-a de estar tentando salvar sua vida às custas da verdade. Joana retirou sua retratação e foi sentenciada à morte por ter sido considerada uma herege segundo as leis eclesiásticas. Ela foi queimada na fogueira em Rouen, clamando pelo nome de Jesus durante toda a execução, que ocorreu em 30 de maio de 1431. Para ter certeza de que ela havia morrido, a corte ordenou que seu corpo fosse queimado mais duas vezes e suas cinzas lançadas ao Rio Sena.

Conclusão

Carlos VII, por quem Joana deu sua vida, provou ser um monarca indigno em quase todos os aspectos. Ele é geralmente considerado apático e com pouca determinação, especialmente nos anos anteriores ao seu envolvimento com Joana. Considera-se que as conquistas dos seus 38 anos de reinado tenham sido inspiradas e encorajadas por outras pessoas e dificilmente valeram as vidas perdidas para que ele pudesse alcançar o poder. Tentativas haviam sido feitas para libertar Joana, mas nenhuma delas orquestradas ou autorizadas por Carlos.

A França venceria a Guerra dos Cem Anos em 1453 e, embora tenha havido muitos livros que defendem de forma diferente, a vitória se deve mais à inspiração proporcionada por Joana do que a qualquer inovação em táticas militares pela França. Até mesmo uma pesquisa superficial nos livros de história sobre a Guerra dos Cem Anos anterior ao envolvimento de Joana torna claro que a França consistemente perdia mais batalhas do que ganhava, e que as táticas exitosas que mudaram o curso da guerra apareceram após a vitória em Orleans.

Coat of Arms of Joan of Arc
Brasão de Joana d'Arc
Mark Cartwright (CC BY-NC-SA)

Pouco tempo após sua morte, os irmãos de Joana - Pierre e Jean - “adotaram” uma mulher, Jeanne des Armoises, e a apresentaram ao público como sendo Joana d’Arc, afirmando que ela havia escapado de seus carcereiros no último minuto. Os três tiveram uma boa vida decorrente dos frutos provenientes daquele golpe durante seis anos, até que a notícia de que Joana teria sobrevivido em Rouen chegou a Carlos VII que a convocou para comparecer à sua presença. Chegando à corte, Carlos VII questionou a falsa Joana quais segredos ela lhe havia contado em 1429, mas ela não soube responder. Nesse momento, a fraude foi revelada. Os golpistas não receberam nenhuma consequência jurídica. Os irmãos de Joana haviam sido nobilitados pela Coroa em 1429, assim como todos os membros da família de Joana após a vitória em Orleans. Eles continuaram a prosperar e a ter uma boa vida, assim como Jeanne des Armoises, que arranjou um bom casamento.

Popularmente, acredita-se que o pai de Joana tenha morrido de tristeza após a execução de sua filha, mas registros indicam que ele viveu até 1440. A mãe de Joana peticionou repetidamente às autoridades pedindo a anulação da condenação de sua filha. A absolvição só viria a acontecer em 1456, quando a condenação foi anulada e Joana foi proclamada mártir da causa francesa. Embora estudiosos modernos e experts tenham tentado explicar as visões de Joana - principalmente considerando-as resultado de alguma doença mental - nenhum deles teve sucesso. Joana d’Arc continua a inspirar pessoas até os dias atuais, como ela fez em seu próprio tempo, e é homenageada como um dos santos patronos do país que ela ajudou a salvar.

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Sobre o tradutor

Elmer Marques
Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Professor do curso de Direito da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, no Brasil.

Sobre o autor

Joshua J. Mark
Joshua J. Mark é cofundador e diretor de conteúdos da World History Encyclopedia. Anteriormente, foi professor no Marist College (NY), onde lecionou história, filosofia, literatura e redação. Ele viajou bastante e morou na Grécia e na Alemanha.

Citar este trabalho

Estilo APA

Mark, J. J. (2019, março 28). Joana d'Arc [Joan of Arc]. (E. Marques, Tradutor). World History Encyclopedia. Recuperado de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-16982/joana-darc/

Estilo Chicago

Mark, Joshua J.. "Joana d'Arc." Traduzido por Elmer Marques. World History Encyclopedia. Última modificação março 28, 2019. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-16982/joana-darc/.

Estilo MLA

Mark, Joshua J.. "Joana d'Arc." Traduzido por Elmer Marques. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 28 mar 2019. Web. 05 dez 2024.