
O líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler (1889-1945), atacou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no dia 22 de junho de 1941 com o maior exército já reunido numa única operação militar. A ofensiva do Eixo (aliança entre Alemanha, Itália e Japão) de junho a dezembro de 1941 recebeu o codinome de Operação Barbarossa ("Barba Ruiva"), em homenagem a Frederico I Barbarossa, Sacro Imperador Romano Germânico (reinado 1155-90). A despeito das vitórias iniciais do Eixo, o Exército Vermelho permaneceu resiliente, graças às maiores reservas de tropas e melhores linhas de suprimentos.
A bem-sucedida defesa de Moscou representou um ponto de virada, pois os invasores não conseguiram suportar as duras condições do inverno, mas a guerra germano-soviética continuaria por mais quatro anos, até que a URSS conquistasse uma vitória total na primavera de 1945.
Por que Hitler atacou a URSS?
A partir da década de 1920, Hitler passou a identificar o comunismo como uma das maiores ameaças à prosperidade da Alemanha. Este sentimento foi posto de lado quanto ele e o líder da União Soviética, Joseph Stalin (1878-1953), assinaram o Pacto Nazi-Soviético em agosto de 1939. Este acordo incluía uma cláusula de não-agressão, segundo a qual nenhum dos signatários atacaria o outro, já que Hitler pretendia invadir a Polônia, mas não queria enfrentar os exércitos britânicos e franceses no oeste e, ao mesmo tempo, as forças soviéticas a leste. Stalin, nesse meio tempo, ganhava um tempo valioso para o rearmamento. Protocolos secretos no pacto permitiam que a Alemanha e a URSS atacassem seus vizinhos, dividindo efetivamente a Europa Central e Oriental entre eles. A URSS tinha liberdade de ação no leste da Polônia, Bessarábia [atual Moldávia], Finlândia, Estônia, Letônia e Lituânia. A Alemanha tinha a Polônia ocidental e os estados ao sul. O acordo incluía tratados comerciais, graças aos quais os soviéticos forneciam matérias-primas em troca de ouro nazista.
Para ambos os lados, o pacto nazi-soviético representava somente um acordo temporário de conveniência; a guerra entre os dois parecia inevitável diante das diferenças ideológicas, as ambições territoriais de Hitler e a necessidade alemã de matérias-primas. O líder nazista havia descrito estas ambições em seu livro de 1925, Mein Kampf [Minha Luta], onde descreve a necessidade de Lebensraun [espaço vital] para o povo alemão, ou seja, novos territórios no leste nos quais pudessem encontrar recursos naturais e prosperar. Após a bem-sucedida invasão da Polônia, em 1939, Hitler teve de lidar com a Grã-Bretanha e a França, que declararam guerra à Alemanha. Para surpresa geral, os ataques da Alemanha a oeste foram incrivelmente bem-sucedidos. A França rendeu-se em junho de 1940 e a Grã-Bretanha precisou recuar com a Retirada de Dunquerque. Hitler não venceu a Batalha da Inglaterra no ar (julho-outubro de 1940), o que inviabilizava a invasão do país. Em vez disso, os nazistas iniciaram uma campanha de bombardeiro, mas, quando a Grã-Bretanha não se rendeu, Hitler voltou-se para o Leste.
A Polônia havia sido dividida em dois ao longo do Rio Bug em 1939, com a URSS tomando a porção oriental e a Alemanha o lado ocidental. Os soviéticos transformaram a Estônia, Letônia e Lituânia em estados clientes, mas a Finlândia resistiu obstinadamente aos ataques (um tratado de paz foi assinado em março de 1940). Uma consequência destas apropriações de terras foi que a linha de defesas bastante negligenciadas da URSS, a Linha Stalin, que protegia seu flanco ocidental, localizava-se bem atrás do que se tornariam as linhas de frente.
A invasão à União Soviética recebeu o codinome de Operação Barbarossa. A justificativa oficial para a invasão era a de que a URSS havia quebrado o espírito do Pacto Nazi-Soviético com atos de sabotagem em território alemão e estava reunindo tropas para ameaçar diretamente o Terceiro Reich. Por seu lado, Stalin acusava Hitler de romper o pacto ao mobilizar tropas alemãs na Romênia e Bulgária. Como observou o historiador W. L. Shirer, "Os ladrões [...] começavam a brigar pelos despojos" (801).
Objetivos: Uma Longa Frente de Invasão
O exército nazista vinha planejando a Operação Barbarossa desde o verão de 1940. Os generais não concordavam inteiramente entre si, no entanto, sobre como proceder com a invasão. O plano de Hitler consistia em golpear as linhas soviéticas ao centro e, então, dividir suas forças em direção ao norte e para o sul. Seu objetivo era bastante claro: "esmagar a Rússia Soviética numa campanha rápida" (citado em Dear, 86), destruindo o Exército Vermelho. Hitler prometeu a seus generais: "Chutaremos a porta e a casa cairá" (Stone, 138) em questão de semanas. Os serviços de inteligência militar britânicos e americanos concordavam com esse ponto de vista, acreditando que a URSS entraria em colapso em seis ou, no máximo, 12 semanas.
Os objetivos específicos da Operação Barbarossa eram tomar Leningrado [atual São Petersburgo], ocupar as regiões ricas em recursos, tais como a de Donbas e outras na Ucrânia e tomar os campos petrolíferos do Cáucaso. A conquista de Moscou tornou-se um objetivo secundário. A ausência de um planejamento claro e de longo prazo, em especial sobre o que fazer caso o Exército Vermelho não fosse repelido para tão longe quanto se esperava (ou seja, os rios Dvina Ocidental e Dnieper), mostrou-se uma fraqueza fatal. A resistência além do esperado do Exército Vermelho trouxe outro problema. Não pela primeira vez, um exército da Europa ocidental penetraria nas vastas imensidões da Rússia sem saber que enfrentaria não apenas um inimigo, mas três: o exército defensor, problemas de logística e as duras condições do inverno.
As Forças da Oposição
"Barbarossa" foi lançada às 3h do dia 22 de junho. Seis horas depois, a Alemanha declarou formalmente a guerra contra a União Soviética. O maior exército da história, experiente, bem organizado e altamente confiante após as façanhas na Europa Ocidental, moveu-se numa ampla frente que se estendia do Báltico ao Mar Negro.
O exército do Eixo, que incluía tropas alemãs, eslovacas, italianas, romenas e finlandesas, entre outras, consistia em 3,6 milhões de homens em 153 divisões, 3.600 tanques e 2.700 aeronaves (Dear, 86). O marechal de campo Walter von Brauchitsch (1881-1948) comandava a campanha. A força estava dividida em três grupos de exércitos: Norte, Centro e Sul, comandados respectivamente pelos marechais de campo Wilhelm Ritter von Leeb (1876-1956), Fedor von Bock (1880-1945) e Gerd von Rundstedt (1875-1953). Havia também três grupos de força aérea.
O exército soviético no oeste reunia cerca de 2,9 milhões de homens, 10-15.000 tanques e 8.000 aeronaves (Dear, 88). Uma parcela significativa de seu armamento era inferior, particularmente no que se referia aos tanques, muitos dos quais obsoletos, embora cerca de 1.800 (os T-34 e KVs) fossem, na verdade, superiores aos dos nazistas. Somente cerca de um quarto das aeronaves da força aérea soviética podiam ser descritas como modernas em 1941. Outros pontos fracos incluíam a ausência de veículos de transporte, armamento com ótica inferior e sistemas de telecomunicações de reserva deficientes em caso de corte linhas telefônicas terrestres.
As táticas soviéticas continuavam a investir pesadamente nas ações de infantaria e empregavam-se os tanques tipicamente como meras unidades de artilharia móvel, em vez de, como nas divisões panzer alemães, atuar como uma arma efetiva. Os oficiais de nível médio do Exército Vermelho, ao contrário dos seus colegas alemães, não recebiam estímulo para tomar iniciativas no campo de batalha, um aspecto que não raro transformava uma derrota localizada num desastre total. Stalin assumiu o controle total de todas as operações do Exército Vermelho e não demorou a remover comandantes em casos de contratempos. O comandante-em-chefe durante a Operação Barbarossa era o marechal Semyon Timoshenko (1895-1970); outro comandante-chave era Semyon Budenny (1883-1973), mas o general mais talentoso da campanha era Georgi Zhukov (1896-1974), que se mostrou incrivelmente hábil em antecipar os movimentos do inimigo.
Não se conhecem com certeza as intenções de Stalin, mas pode ser que tenha esperado que a campanha alemã na Europa Ocidental durasse vários anos, como na Primeira Guerra Mundial e, assim, a velocidade das vitórias nazistas nos Países Baixos e na França o pegou de surpresa. Ele já havia iniciado a mobilização do exército antes da invasão, mas as posições adotadas privilegiavam operações ofensivas e, assim, suas linhas não eram profundas o suficiente para absorver ataques frontais completos do inimigo. Além disso, muitas unidades do Exército Vermelho se projetavam nas linhas alemães e, portanto, ficavam expostas ao inimigo pelos três lados. Havia também muitos problemas logísticos, que variavam de comandantes detidos a vários quilômetros de suas tropas a unidades de artilharia sem munição. No lado positivo, 4.000 oficiais do exército retornaram ao serviço ativo, após terem sido aprisionados nos expurgos stalinistas do final da década de 1930. Stalin conquistou outra grande vantagem ao organizar sua indústria e economia para a guerra total, algo descartado por Hitler, na crença de que a campanha oriental seria tão curta quanto as do ocidente. Finalmente, os comandantes soviéticos aprenderam rapidamente com seus erros. Restava uma questão crucial: a União Soviética poderia sobreviver ao primeiro ataque maciço dos invasores?
Vitórias do Eixo
O avanço do Eixo teve grande êxito inicial. Em poucos dias garantiu-se a supremacia aérea, após a destruição de cerca de 2.500 aeronaves soviéticas, a maioria ainda no chão. As tropas atravessaram as defesas seguindo o plano da Blitzkrieg ("guerrra relâmpago") de combinar suporte aéreo com velozes divisões blindadas e de infantaria. O Exército Vermelho, surpreendido não pelo ataque, mas pela sua escala, sofreu pesadas derrotas. Grandes bolsões gigantes de tropas soviéticas surgiram atrás da linha de frente, enquanto os tanques do Eixo avançavam muito adiante da infantaria de apoio. Estes grupos de soldados, em certos casos, renderam-se em massa, mas em outras ocasiões tentaram escapar com incrível tenacidade. As forças do Eixo simplesmente não eram grandes o suficiente para criar movimentos de cerco fechados o suficiente e, novamente, as divisões soviéticas conseguiram recuar e se reagrupar.
Tratava-se de uma campanha implacável, com as forças nazistas encorajadas a adotar uma política de terra arrasada e a executar comissários políticos. O "Decreto de Jurisdição Barbarossa" deu aos soldados alemães a liberdade de cometer atrocidades contra os civis soviéticos com seus esquadrões da morte móveis especiais, os Einstazgruppen, que executavam judeus e povos eslavos à medida que a linha de frente se deslocava em direção aos objetivos da operação. Alguns historiadores sugeriram que, se Hitler tivesse adotado uma atitude mais simpática em relação aos povos conquistados, talvez conseguisse mais apoio na luta contra Stalin. O Exército Vermelho também era igualmente culpado de crimes de guerra, pois os fundamentos da Convenção de Genebra costumavam ser inteiramente ignorados.
Stalin reagiu às derrotas iniciais e à natureza brutal da campanha denominando o conflito como uma "Guerra Patriótica", na qual todos deveriam oferecer nada menos ao inimigo do que uma "luta implacável". Quem não combatia conforme o exigido recebia punições e havia ordens do ditador para que os desertores fossem sumariamente fuzilados.
Batalhas Principais
As batalhas principais da Operação Barbarossa incluem:
- Batalha de Bialystok-Minsk, junho-julho 1941
- Batalha de Umam, julho-agosto 1041
- Batalha de Smolensk em 1941
- Batalha de Kiev em 1941
- Batalha do Mar de Azov, setembro-outubro de 1941
- Cerco de Leningrado (São Petersburgo), setembro de 1941 a janeiro de 1944
- Batalha de Bryansk, outubro de 1941
- Batalha de Moscou em 1941-42
- Cerco de Sebastopol em 1941-2
- Batalha de Rostov, novembro-dezembro de 1941
Enquanto avançava, Hitler imaginou realizar o desfile da vitória em Moscou já em agosto. Ele planejou uma "germanização" do leste; grandes cidades seriam destruídas e suas populações eliminadas ou removidas. O líder nazista estava pronto a implementar seu triplo objetivo no Leste: conquistar, administrar e explorar. O exército do Eixo promoveu enormes cercos de cidades, como na Batalha de Bialystok-Minsk e a Batalha de Smolensk em 1941. Hitler então ordenou que a maioria de suas forças se deslocasse para o norte, em torno de Leningrado, e para sul, em direção à Ucrânia, para capturar materiais e indústrias úteis ao esforço de guerra.
O Grupo de Exércitos Central permaneceu na defensiva, uma decisão com a qual os generais não concordavam, já que permitia ao inimigo melhorar suas defesas dentro de Moscou e em seus arredores. A Batalha de Kiev em 1941 e a captura de 650.000 prisioneiros representou o ponto mais alto da campanha do Eixo, e contribuiu para a conquista de matérias-primas úteis para a luta dos invasores no ano seguinte.
A despeito de não ter reservas estratégicas consideráveis, Hitler parece ter alterado seu plano inicial e o Grupo Central de Exércitos recebeu finalmente a ordem de atacar Moscou em outubro, com o codinome de Operação Tufão. Novamente, a campanha começou muito bem para Hitler, com vitórias em Bryansk e Vyazma. À medida que as forças do Eixo chegavam a meros 32 km de Moscou, parecia que a capital soviética, com seu grande centro ferroviário, logo cairia nas mãos dos invasores; até mesmo o corpo embalsamado de Vladimir Lenin (1870-1924), fundador da Rússia Soviética, foi removido para um lugar seguro.
O Contra-ataque Soviético
Tornou-se claro que a baixa opinião do alto comando alemão sobre as capacidades militares soviéticas estava completamente errada. Mesmo sofrendo derrotas e perdas tremendas, o Exército Vermelho ainda conseguia lançar repetidos contra-ataques. A dura lição de como resistir ao movimento de pinça do Eixo tinha sido aprendida. Os soviéticos em retirada também se dedicavam a destruir qualquer coisa que pudesse ser utilizada pelo inimigo que avançava. No entanto, as forças nazistas tomaram muitas instalações industriais que produziam carvão, aço e alumínio. De maneira crucial, Stalin havia transferido a maioria do seu parque industrial para a Rússia Central e Oriental e este plano agora pagava dividendos, pois as perdas no campo de batalha podiam ser repostas e suprimentos fornecidos às tropas sob ataque cerrado, tais como as de Moscou, ou durante os longos cercos, como o de Leningrado em 1941-1944 e Stalingrado (Volvogrado) em 1942-3.
Os exércitos do Eixo, enquanto isso, enfrentavam dificuldades cada vez maiores para obter suprimentos, devido às grandes distâncias envolvidas à medida que avançavam pelo interior da Rússia. Como observou o general Hasso von Manteuffel (1897-1978): “Os espaços pareciam intermináveis, o horizonte nebuloso. Ficávamos deprimidos com a monotonia da paisagem e a imensidão dos trechos de mata, pântano e planície” (Stone, 146). As estradas eram pobres ou inexistentes, havia poucas pontes, distantes uma das outras, e as aldeias ofereciam muito pouco em termos de suprimentos. A logística alemã também ficou severamente prejudicada pelas ordens de Stalin de que os partisans sabotassem os suprimentos nazistas sempre que possível.
Para piorar a situação, as condições climáticas do final do outono de 1941 deixaram as estradas lamacentas e, assim, a logística tornou-se um grande problema para os dois lados. E, ainda pior para Hitler, como o Japão parecia se concentrar no Pacífico, não mais representando uma ameaça para a URSS, Stalin conseguiu trazer tropas descansadas da Sibéria e da Rússia Oriental para a frente de batalha. Moscou continuou sob ameaça, mas, de maneira significativa, Stalin permaneceu na capital e ordenou a transformação da cidade numa fortaleza. A defesa de Moscou foi orquestrada por Zhukov, que havia reunido recursos para um contra-ataque maciço.
Enquanto as tropas soviéticas se fortaleciam na defesa da capital, os generais do Eixo viam com ansiedade a chegada do inverno, lamentando suas reservas inadequadas. A Operação Barbarossa não havia sido planejada para durar tanto tempo e, agora a ausência de força em profundidade do exército invasor, após sofrer perdas maciças por cinco meses, começava a ficar evidente. Para piorar a situação dos homens no campo de batalha, como Hitler não planejara uma campanha de inverno, as tropas careciam de equipamentos essenciais e até de vestimentas adequadas. O exército do Eixo, literalmente, começou a congelar até a morte.
O Fim da Barbarossa
As tropas nazistas enfrentaram vários contra-ataques soviéticos em dezembro, que repeliram as forças do Eixo para 280 km de Moscou. A Operação Barbarossa conquistou enormes extensões de terreno, mas não conseguiu esmagar a resistência soviética, que resultou em confrontos contundentes entre dois enormes exércitos. Em 31 de janeiro de 1942, o exército do Eixo "tinha perdido quase 918.000 homens, feridos, capturados, desaparecidos e mortos - 28,7% dos 3,2 milhões de soldados envolvidos" (Dear, 89). Ao mesmo tempo, "3,35 milhões de soldados soviéticos foram feitos prisioneiros pelos alemães" (ibid). O conflito se transformou numa guerra de atrito, na qual a URSS podia dispor de mais recursos do que os invasores. Além disso, a União Soviética recebia a ajuda do programa norte-americano Lend-Lease, que forneceu apoio material equivalente à cerca de 7% da produção industrial do país. Hitler perdera sua aposta de nocautear a URSS em poucas semanas: "a derrota diante de Moscou foi um sério revés, um fracasso indiscutível do conceito de Blitzkrieg" (Dear, 89).
A Frente Oriental Continua
Hitler estava determinado continuar lutando e lançou a Operação Azul. Após remover muitos generais que defendiam uma retirada, nomeou-se comandante-em-chefe do exército na Frente Oriental em dezembro de 1941. Com a chegada da primavera de 1942, uma nova fase da guerra germano-soviética começou. O conflito prosseguiria por mais três anos. As principais batalhas incluem a crucial Batalha de Stalingrado (julho de 42 a fevereiro de 43), a Batalha de Kursk (julho-agosto de 1942), a Batalha de Smolensk em 1943 e a Revolta de Varsóvia (agosto-outubro de 1944). A capacidade industrial da URSS em termos militares superava em muito a da Alemanha e, a partir de 1943, Hitler viu-se obrigado a desviar milhões de tropas do Eixo para enfrentar a invasão da Itália pelos Aliados ocidentais em julho de 1943 e o Dia D, na Normandia, em junho de 1944. Também não ajudava a campanha a recusa sistemática do líder nazista de permitir qualquer retirada e, assim, os comandantes precisavam se render, no final das contas, em vez de recuar e se reagrupar.
Stalin venceu sua luta titânica contra Hitler. A URSS assumiu o controle da Europa Oriental e Central, marchou direto para a capital alemã e a capturou na Batalha de Berlim (abril-maio de 1945). A guerra germano-soviética foi responsável por pelo menos 25 milhões de mortes de militares e civis, talvez metade do número total de mortos na Segunda Guerra Mundial. Hitler cometeu suicídio em abril de 1945 e a Alemanha se rendeu pouco depois. Muitos historiadores identificam a Operação Barbarossa como o ponto em que Hitler perdeu a guerra. O legado da campanha perdurou. Determinada a não permitir que tal invasão acontecesse novamente, a URSS reformulou a Europa Oriental com essa finalidade. Até os dias atuais, a suspeita russa sobre as motivações europeias continua a influenciar a geopolítica do continente.