Dinastia Han

Definição

Joshua J. Mark
por , traduzido por Bernardo R. Carvalho
publicado em 03 Julho 2020
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Disponível noutras línguas: Inglês, Chinês, francês
Han Watchtower Model (by The British Museum, Copyright)
Miniatura de uma torre de vigia do período Han
The British Museum (Copyright)

A Dinastia Han (202 a.C.-220 d.C.) foi a segunda dinastia da China Imperial (a era de governos dinásticos centralizados que se estende de 221 a.C. a 1912 d.C.), que estabeleceu o paradigma para todas as dinastias que a sucederam, até 1912. Ela seguiu-se à Dinastia Qin (221-206 a.C.) e foi sucedida pelo período dos Três Reinos (220-280 d.C.). Foi fundada pelo plebeu Liu Bang (c. 256-195 a.C.; nome no trono: Gaozu, reinou entre 202 e 195 a.C.), que atuou pela reparação aos danos causados pelo regime repressivo dos Qin por meio da introdução de leis mais benevolentes e de cuidados com o povo

A dinastia é dividida em dois períodos:

  • Han ocidental (ou, Han anterior): 202 a.C.-9 d.C.
  • Han oriental (ou, Han posterior): 25-220 d.C.

A separação é ocasionada pela ascensão do regente Wang Mang (45 a.C.-23 d.C.), que declarou o fim da dinastia Han e estabeleceu a Dinastia Xin (9-23 d.C.). A maneira idealista de governo de Wang fracassou, e após um breve período de turbulência a Dinastia Han foi restaurada.

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Gaozu reteve, inicialmente, a filosofia do Legalismo da Dinastia Qin, mas com menor severidade. O Legalismo abriu caminho para o Confucionismo, sob o monarca mais famoso dos Han, o imperador Wu (também chamado de Wudi, Wuti, Wu o Grande, que reinou entre 141 e 87 a.C.), que dentre outras realizações impressionantes, abriu a Rota da Seda, estabelecendo o comércio com o mundo ocidental. Os Han também negociaram a paz, que foi razoavelmente observada, com os povos nômades do Xiongnu e Xianbi, ao norte, e Xirong a oeste, o que estabilizou as fronteiras e encorajou a paz e o desenvolvimento cultural nas artes e ciências. Muitos itens modernos, de uso generalizado, foram inventados pelos Han, como o carrinho de mão, o compasso, a chave de boca, o sismógrafo e o papel, para nomear apenas alguns poucos.

Os Han restauraram os valores culturais da Dinastia Zhou, que haviam sido descartados pelos Qin, encorajaram o letramento e o estudo da história.

Os Han também restauraram os valores culturais da Dinastia Zhou, que haviam sido descartados pelos Qin, encorajaram o letramento e o estudo da história. O historiador Sima Qian (145/35-86 a.C.), cuja obra Registros do Historiador estabeleceu o padrão da escrita da história chinesa até o século XX, viveu durante este período. A mitologia e religião chinesas também se desenvolveram durante este tempo, incluindo-se aí o movimento popular messiânico de Xi Wangmu, a Rainha Mãe do Ocidente.

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Por volta de 130 d.C., entretanto, a corte imperial tornara-se corrupta, e os eunucos exerciam mais poder de fato do que o imperador. Ao tempo do imperador Lingdi (reinou entre 168 e 189 d.C.), a realeza Han detinha menos autoridade do que os eunucos do palácio e os generais (que eram, em boa medida, chefes militares autônomos) estacionados nas fronteiras. Em 184 d.C. a Revolta dos Turbantes Amarelos irrompeu em reação aos altos impostos e à fome, e estes generais a esmagaram.

Dentre eles estava Cao Cao (155-220 d.C.), que depois, travou guerra contra outros comandantes pelo controle do Estado. Ele foi derrotado na Batalha dos Penhascos Vermelhos em 208 d.C., depois da qual o país foi dividido em três reinos, e a Dinastia Han caiu. O legado dos Han é tão profundo, que se estende aos dias de hoje, e a maioria dos chineses refere-se a si mesmos como o Povo Han ("Han ren"), orgulhosos em se identificarem como herdeiros da grande dinastia antiga.

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Ascensão e queda da Dinastia Qin

A Dinastia Zhou (1046-256 a.C.) estabelecera-se como um governo descentralizado no qual os senhores, leais ao rei, governavam seus domínios separadamente. Inicialmente, esta forma de governo funcionou bem, mas com o tempo estes estados adquiriram mais poder que o governo central chinês, e cada um tentou reivindicar dos Zhou o Mandato do Céu.

O Mandato do Céu foi um conceito originalmente concebido durante a Dinastia Shang (c. 1600-1046 a.C.) e desenvolvido pelos Zhou, que sustentava que o regime de um monarca era legitimado por poderes divinos, com os quais ele havia feito um acordo: ele governaria com a sua bênção, contanto que cuidasse do bem-estar dos seus súditos. Quando parecesse que o monarca e sua casa dinástica se preocupassem consigo mesmos mais do que com o povo - o que se evidenciaria pelas turbulências sociais e econômicas - era entendido que eles haviam perdido o Mandato do Céu, e deveriam ser substituídos.

Chinese Warring States, 3rd century BCE
Período dos Estados Guerreiros, século III a. C.
Philg88 (CC BY-SA)

Os sete estados separados lutaram entre si pela supremacia - que os asseguraria o Mandato - ao longo da era conhecida como o Período dos Estados Guerreiros (c. 481-221 a.C.), mas nenhum havia assumido a liderança, até que o estado de Qin, sob o seu rei Ying Zheng, adotou uma política de guerra total, e derrotou os demais. Ying então proclamou-se Shi Huangdi ("Primeiro Imperador"), e fundou a Dinastia Qin em 221 a.C. A princípio, Shi Huangdi parece ter observado o Mandato do Céu, e cuidou das necessidades do povo, mas tornara-se cada vez mais opressivo e tirânico. Por volta de 213 a.C. o povo vinha sendo forçosamente recrutado para trabalhar em seus projetos e, essencialmente, serviam como escravizados, enquanto a liberdade de expressão era tolhida e quaisquer livros além daqueles sobre a história Qin, o Legalismo ou assuntos práticos, eram queimados.

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Quando Shi Huangdi morreu, em 210 a.C., seu filho fraco, Qin Er Shi (reinou entre 210 e 207 a.C.) o sucedeu, mas não pôde manter o império contra as rebeliões. As forças rebeldes foram lideradas pelo nobre Xiang Yu de Chu (232-202 a.C.), que enobreceu o plebeu Liu Bang como rei dos Han. Liu Bang aceitou a rendição do último imperador Qin, Ziying (morto em 206 a.C.), e tratou a ele e sua família cortesmente, mas Xiang Yu ordenou-lhes a execução.

Esta não foi a única vez em que ambos discordaram (eles vinham se confrontando a mais de um ano àquela altura), e a ambição de cada um de se tornar o soberano único da China deflagrou o conflito conhecido como a Disputa Chu-Han (206-202 a.C.), que foi resolvida a favor de Liu Bang na Batalha de Gaixia em 202 a.C. As forças de Xiang Yu foram derrotadas, e ele cometeu suicídio em seguida. Liu Bang (depois conhecido como Gaozu) tornava-se então o governante supremo da China, e fundava a Dinastia Han.

Han Ocidental

A princípio, ele recompensou os generais Han Xin, Peng Yue e outros que o auxiliaram na derrota de Xiang Yu com grandes propriedades e seus próprios reinos, mas depois passou a suspeitar deles e os executou, possivelmente a pedido de sua ambiciosa esposa, a imperatriz Lu Zhi (241-180 a.C.). Inicialmente ele estabeleceu sua capital em Luoyang, mas depois mudou-a para Chang'an para fins de defesa. Sem experiência como governante, Gaozu teve que se inspirar em modelos anteriores, e adotou a forma de governo descentralizado dos Zhou e o Legalismo dos Qin (mas este implementado com maior benevolência). O Estado descentralizado foi dividido em 13 distritos administrativos conhecidos como comendas (ou, "jun"), e Gaozu premiou dez reinos a membros de sua família, os quais ele esperava que governassem com justiça.

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Liu Bang (Emperor Gaozu)
Liu bang (imperador Gaozu)
Miuki (CC BY-SA)

A Dinastia Qin havia malversado o Mandato do Céu ao reprimir o povo em nome da glória do então imperador, e Gaozu providenciou para que não cometesse o mesmo erro. Como ex-plebeu ele compreendia a vida camponesa, e deu início a programas, como reduções de impostos e abertura de postos burocráticos para todas as classes, que abriam ao povo oportunidades de mobilidade ascendente.

Gaozu morreu em 195 a.C. e foi sucedido por três reis manipulados pela imperatriz Lu Zhi: Hui (reinou entre 195 e 188 a.C.), Qianshao (reinou entre 188 e 184 a.C.) e Houshao (reinou entre 184 e 180 a.C.). A imperatriz Lu Zhi era o poder por trás do trono durante este período, e era tão temida que ninguém questionava suas políticas. Quando ela morreu, os nobres providenciaram que toda sua família fosse executada, e escolheram um dos seus, Wen (reinou entre 180 e 157 a.C.), o imperador considerado como o mais eficiente entre os monarcas Han.

A Dinastia Han continuava reinando como um Estado descentralizado, segundo as linhas dos Zhou, e sob o filho de Wen, o imperador Jing (reinou entre 157 e 141 a.C.), na medida em que o poder dos estados aumentava, reconheceu-se a ameaça que eles impunham ao trono. Jing compreendeu ser apenas uma questão de tempo antes que eles se rebelassem, e acusou os governantes dos estados e os oficiais das comendas de várias ofensas, reduzindo seus territórios.

Tornava-se claro que um estado descentralizado não funcionaria melhor sob os Han do que havia funcionado para os Zhou.

Suas ações resultaram na Rebelião dos Sete Estados de 154 a.C. As forças imperiais de Jing derrotaram os rebeldes e restauraram a ordem, e tornava-se claro que um estado descentralizado não funcionaria melhor sob os Han do que havia funcionado para os Zhou. Jing centralizou o governo e instituiu outras medidas para manter os estados na linha. Os reinados de Wen e Jing são frequentemente referidos como uma "era de ouro" da história dos Han, por sua estabilidade e avanços culturais, além do fato de que se tivessem sido monarcas fracos, a Dinastia Han teria se encerrado com a Rebelião dos Sete Estados.

Jing foi sucedido por seu filho, Wu, que é comumente referido como Wu o Grande, por suas reformas e políticas expansionistas. Suas reformas iniciais abriram possibilidades para as classes mais baixas ocuparem postos governamentais antes restritos, cercearam a ganância dos nobres e expandiram o código legal, de modo que todos fossem iguais perante a lei. Estas reformas foram rejeitadas pelos nobres e, em especial, pela avó de Wu, que era uma influenciadora poderosa na corte. Wu contornou as objeções ao criar sua "corte interior", composta de plebeus que ele havia elevado a posições importantes no governo para atuarem em suas reformas, mas sem que elas fossem oficialmente aprovadas. Quando sua avó morreu, ele pôde implementar as reformas abertamente, incluindo-se a adoção do Confucionismo como a filosofia nacional.

Ele também se empenhou em uma campanha de expansão em todas as direções, derrotando os Xiongnu no norte e conquistando as regiões atualmente correspondentes à Coréia e ao Vietnã. Em 130 a.C. ele abriu a Rota da Seda, estabelecendo o comércio com o mundo ocidental, e dando início a trocas culturais, além de encorajar a expansão do culto de Xi Wangmu, a Rainha Mãe do Ocidente, que inspirou textos religiosos, filosóficos e literários sobre imortalidade e o sentido da vida.

Queen Mother of the West
Rainha Mão do Ocidente
Captmondo (CC BY-SA)

Durante o reinado de Wu, o culto a Xi Wangmu tornou-se tão popular que templos dedicados a ela se multiplicaram por toda a China. A Rainha Mãe do Ocidente apareceu primeiro em inscrições em ossos oraculares da Dinastia Shang, e ela continuou a ser evocada ao longo das dinastias Zhou e Qin. Ela é também conhecida como a Mãe de Ouro da Jade, e era uma deusa da prosperidade e da vida eterna.

Circularam rumores, à época, de que a Rainha Mãe do Ocidente teria aparecido e se encontrado com Wu na noite sagrada do sétimo dia do sétimo mês, compartilhando com ele os segredos que asseguraram a sabedoria de seu reinado. A professora Patricia Buckley Ebrey observa que "este é o primeiro registro de um movimento messiânico milenarista na história chinesa" (73), que encorajou o desenvolvimento posterior dos conceitos de vida após a morte, eternidade, e "significado final" independente de que provações possa-se estar sujeito. O culto à Rainha Mãe do Ocidente frequentemente tomava forma de apaixonadas manifestações e visões proféticas, uma das quais teria previsto a queda dos Han.

Dinastia Xin e Han Oriental

A queda aconteceu depois do último dos oito monarcas Han que se seguiram a Wu, quando o sobrinho da imperatriz Wang Zhengyuan (71 a.C.-13 d.C.), Wang Mang, foi designado como regente de um jovem herdeiro ao trono, jurando que entregaria o poder quando o menino entrasse na idade adulta, mas então tomou o poder e estabeleceu a Dinastia Xin ("nova"). Wang era um estudioso do Confucionismo, e um idealista que acreditava que um único governante forte, com visão clara e liberdade de agir como bem entendesse, seria mais eficaz do que um governante que se aconselhasse e discutisse suas políticas com outros antes de implementá-las. Estabeleceu-se, então, o governo de apenas um homem, e ele procurou tudo fazer independentemente.

Wang tinha boas intenções em sua tentativa de implementar totalmente os ideais confucianos no governo, mas não tinha nem a experiência nem as características básicas para governar eficazmente.

Como ele não confiava nos outros, ele se recusou a delegar responsabilidades, então, a folha de salários do governo, que precisava ser reformada, foi negligenciada, e os oficiais trabalhavam sem o devido pagamento. Isto deu ensejo à corrupção, na medida em que estes oficiais passaram a cobrar dos cidadãos por serviços que deveriam ser livres de qualquer cobrança, além de passarem a aceitar subornos. Wang tinha boas intenções em sua tentativa de implementar totalmente os ideais confucianos no governo, mas não tinha nem a experiência nem as características básicas para governar eficazmente.

Ele instituiu a propriedade estatal das florestas para assegurar o acesso comum, construiu salões públicos para os rituais e celeiros públicos para a distribuição de aliementos, e cortou o orçamento da corte para prover maiores fundos para seus programas públicos. Contudo, sua inabilidade para delegar e sua visão irrealista de si mesmo e do que poderia realizar, eventualmente levaram à sua queda. O povo se frustrou com sua inépcia e uma multidão invadiu o palácio e dilacerou o imperador, chegando a usar sua cabeça como uma bola.

Depois da morte de Wang, um príncipe chamado Liu Xuan assumiu o trono (conhecido como Imperador Gengshi, reinou entre 23 e 25 d.C.), mas era fraco e foi deposto durante a Rebelião das Sobrancelhas Vermelhas (assim chamada porque os rebeldes pintavam uma linha vermelha sobre suas sobrancelhas). Seu reinado é geralmente descartado pelos estudiosos como uma anomalia em função da rebelião, e o período dos Han Orientais começa com o reinado do imperador Guangwu (reinou entre 25-57 d.C.). Guangwu transferiu a capital de volta para Luoyang e instituiu reformas para prevenir que o tipo de caos da Dinastia Xing voltasse a ocorrer.

As reformas de Guangwu possibilitaram a continuidade da Dinastia Han, mas não muito tempo depois os governos da casa dos Han se degeneraram em uma série de monarcas que preocupavam-se mais em satisfazer seus prazeres do que em governar o país. O imperador An (reinou entre 106 e 125 d.C.) delegou suas responsabilidades aos eunucos do palácio, preferindo beber todos os dias. Seu sucessor, Shun (reinou entre cerca de 125 a 144 d.C.), era igualmente inepto, e tão corrupto que seu reinado inspirou a Rebelião das Cinco Medidas de Arroz, de 142 d.C. Huan (reinou entre 146 e 168 d.C.), que sucedeu Shun, era de tal modo preguiçoso e incompetente, que quando um grupo de estudantes demandou que ele removesse e punisse oficiais corruptos, ele preferiu prender os estudantes e manter os oficiais em seus postos.

A Chinese Servant Statue
Estátua de um servo chinês
Guillaume Jacquet (CC BY-SA)

Os Han Orientais continuaram sua trajetória descendente, com eunucos e oficiais corruptos tomando as decisões políticas e nomeando parentes ineptos para posições burocráticas importantes. Ao mesmo tempo, os Han financiavam suas políticas expansionistas no Vietnã e na Coréia, enquanto se defendiam de incursões dos Xianbi ao longo das fronteiras. Estas campanhas não eram apenas onerosas, demandando altos impostos para custeá-las, mas impunham uma forte presença militar nas regiões fronteiriças, o que empoderou os generais nelas estacionados, ao custo do imperador se tornar cada vez mais isolado.

Sob o reinado de Lingdo, sucessor de Huan, as enchentes, a fome e os impostos exorbitantes levaram à Rebelião dos Turbantes Amarelos, de 184 d.C., a qual foi sufocada por estes generais, alegadamente em nome do imperador, mas na verdade em interesse próprio, enfraquecendo adicionalmente a autoridade imperial. Entre estes generais encontrava-se Cao Cao, que depois foi à guerra contra os outros comandantes em uma tentativa de unificar a China sob seu controle. Ele foi derrotado na Batalha dos Penhascos Vermelhos em 208 d.C., deixando o país dividido durante o Período dos Três Reinos - Cao Wei, Wu Oriental e Shu Han - cada um reivindicando para si o Mandato do Céu, e sinalizando o fim da Dinastia Han.

Conclusão

A Dinastia Han começou como uma espécie de experimento de governo, quando Gaozu e seus conselheiros tentaram encontrar um equilíbrio entre as políticas excessivamente confiantes dos Zhou e a paranóica repressão dos Qin. Os Han herdaram o vasto território que os Qin mantiveram unificado com excessiva força bruta e que os Zhou perderam por tão pouco. Ao procurar o equilíbrio perfeito, eles deram ensejo à ideia de inovação entre o povo.

Os Han desenvolveram a teoria musical por volta de 180 a.C., o sismômetro foi inventado em 132 a.C., o papel por volta de 106 a.C., a roda d´água para provimento de energia estava em uso por volta de 40 a.C. O calendário, tratados médicos e matemáticos, a cartografia, a metalurgia, a arquitetura, a astronomia e muitas outras disciplinas, conceitos e ítens de uso comum e incomum foram desenvolvidos pelos Han. A Rota da Seda criou uma ligação direta com o mundo ocidental, o que permitiu que estas invenções, assim como valores religiosos, filosóficos e culturais fossem transmitidos entre diferentes civilizações.

Sua queda era inevitável, já que o império havia crescido demais para um governo centralizado como o que se formara pudesse governar eficazmente. Acrescente-se a este problema o caráter fraco dos imperadores Han tardios, que esqueceram-se de seus deveres com o povo, visto por eles apenas como fonte de financiamento de seu estilo de vida extravagante, e deixando de lado suas responsabilidades de cuidar e protegê-lo.

O Período dos Três Reinos, que se seguiu à queda da Dinastia Han, foi uma época de violência e incerteza, igual em sofrimento ao Período dos Estados Guerreiros. A estabilidade e a unidade da Dinastia Han seriam restauradas apenas muitos anos depois pela Dinastia Sui (589-618 d.C.), que implementou reformas para se proteger das fraquezas que levaram à queda dos Han e mantiveram os traços que fizeram dela uma das maiores na história da China.

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Sobre o tradutor

Bernardo R. Carvalho
Historiador brasileiro, doutorando e tradutor freelance.

Sobre o autor

Joshua J. Mark
Escritor freelance e ex-professor de filosofia em tempo parcial no Marist College, em Nova York, Joshua J. Mark viveu na Grécia e na Alemanha e viajou pelo Egito. Ele ensinou história, redação, literatura e filosofia em nível universitário.

Citar este trabalho

Estilo APA

Mark, J. J. (2020, Julho 03). Dinastia Han [Han Dynasty]. (B. R. Carvalho, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-11960/dinastia-han/

Estilo Chicago

Mark, Joshua J.. "Dinastia Han." Traduzido por Bernardo R. Carvalho. World History Encyclopedia. Última modificação Julho 03, 2020. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-11960/dinastia-han/.

Estilo MLA

Mark, Joshua J.. "Dinastia Han." Traduzido por Bernardo R. Carvalho. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 03 Jul 2020. Web. 25 Abr 2024.