Encouraçado Bismarck

Definição

Mark Cartwright
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 08 março 2024
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, Polaco, espanhol
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Bismarck at Sea (by Bundesarchiv, Bild 193-04-1-26, CC BY-SA)
O encouraçado Bismarck no mar
Bundesarchiv, Bild 193-04-1-26 (CC BY-SA)

O Bismarck foi um encouraçado alemão, o maior e o mais poderoso navio da Kriegsmarine ("Marinha de Guerra"). Apesar de todo o seu armamento e blindagem, participou de apenas uma única operação de grande porte na qual, após afundar o cruzador britânico Hood, foi destruído por uma grande força inglesa no Atlântico Norte em 27 de maio de 1941.

Uma Nova Marinha Alemã

A criação da Kriegsmarine, em maio de 1935, representou não somente uma nova marinha, mas também a quebra das restrições impostas às forças navais da Alemanha desde sua derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O Tratado de Versalhes limitou o número e o tamanho dos navios da marinha alemã. O propósito dela a partir dali, segundo o estipulado pelos aliados vitoriosos, seria meramente a defesa costeira. Após assumir o poder em 1933, no entanto, o chanceler Adolf Hitler (1889-1945) estava determinado a construir uma marinha bem mais poderosa e, em particular, que pudesse se equiparar aos encouraçados da Marinha Real britânica, com seus enormes canhões de 38 centímetros. Em junho de 1935, com a assinatura do Acordo Naval Anglo-Germânico, limitou-se a força total da Kriegsmarine a 35% da Marinha Real, mas houve condições para que Hitler realizasse suas ambições de construir encouraçados de grande porte. Estas belonaves eram projetadas para proteger grupos de batalha cuja missão fosse afundar embarcações mercantes inimigas em tempo de guerra. No fim das contas, quando a Segunda Guerra Mundial começou, em 1939, os encouraçados foram usados principalmente para ocupar navios inimigos num jogo de gato-e-rato para garantir que seus correspondentes alemães não pudessem alcançar o alto-mar.

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A Classe Bismarck

A Alemanha decidiu construir dois grandes encouraçados, navios gêmeos de uma classe inteiramente nova, a Bismarck. Estas belonaves seriam comparáveis a qualquer outra em serviço na Marinha Real. Os dois navios eram o Bismarck, denominado em homenagem ao antigo chanceler alemão Otto von Bismarck (1819-1898) e o Tirpitz, que homenageou o grande almirante Alfred von Tirpitz (1849-1930). Tratava-se de um empreendimento tão vasto que estes navios se tornaram projetos importantes para o prestígio da Alemanha Nazista. Ambos eram maiores, mais largos e pesados do que qualquer coisa incorporada até então à marinha alemã.

O Bismarck estava repleto de canhões, com 62 ao todo.

O Bismarck foi construído em Hamburgo, no estaleiro Blohm e Voss. O trabalho começou em 1° de julho de 1936. A blindagem do Bismarck tinha 32 cm de espessura no casco, 5 cm no convés, 8 a 11 cm no convés de serviço interior e 12 polegadas em torno dos motores, caldeiras e depósitos de armamentos, além de 22 compartimentos à prova d'água. A quilha foi oficialmente lançada em 14 de fevereiro de 1939. Hitler fez um discurso de 15 minutos e observou a neta de Otto von Bismarck, Dorothea von Loewenfeld, realizar a tradicional cerimônia de batismo, enquanto o navio deslizava para a água. A equipagem levou mais de um ano e envolveu a mudança para uma moderna “proa atlântica”. O Bismarck entrou em serviço ativo em 24 de agosto de 1940. Seu primeiro e único capitão foi Ernst Lindemann (1894-1941). O encouraçado disparou seus canhões contra aviões inimigos que bombardeavam Hamburgo logo antes dos testes em alto-mar, conduzidos em setembro, com o navio navegando para Gotenhafen (atual Gdynia, Polônia), no Báltico. Novos testes em alto-mar aconteceram em março de 1941 e, com o Bismarck em boas condições, a embarcação foi declarada pronta para o combate em maio. A importância do encouraçado para o esforço de guerra alemão é indicada por uma inspeção pessoal de Hitler em 5 de maio.

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Bismarck, Stern View
Visão da Popa do Bismarck
Bundesarchiv, Bild 193-13-4-32 (CC BY-SA)

Os Aliados estavam bem conscientes do progresso do Bismarck. O primeiro-ministro Winston Churchill (1874-1965) descreveu o navio como o “mais poderoso, bem como o mais novo, encouraçado do mundo” (Boatner III, 328). Amplamente considerado inafundável, para muitos na tripulação o fortemente blindado Bismarck parecia o lugar mais seguro para ficar durante a guerra. Porém, como outro famoso navio supostamente inafundável, o RMS Titanic, o Bismarck não sobreviveria à sua primeira viagem.

Especificações e Armamento

O Bismarck media 250,5 metros de comprimento, com uma boca de 36 metros. Esta largura incomum permitia um calado mais raso e tornava o navio mais estável quando disparava seus enormes canhões. Quando carregado, tinha um deslocamento de 50.900 toneladas (muito mais do que as 35.000 toneladas permitidas pelo Acordo Naval Anglo-Germânico). Cerca de 44% do peso da embarcação consistia em blindagem. Seus três motores a vapor eram abastecidos por 12 caldeiras e impulsionavam três eixos de hélices. Alcançava a velocidade máxima de 30,8 nós. O Bismarck dispunha de uma catapulta para lançar seu complemento de quatro aeronaves, planadores Arado 196, utilizados para ações de reconhecimento. Um guindaste apanhava os aviões do mar. A tripulação totalizava 2.092 marinheiros.

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O navio estava positivamente repleto de canhões, com 62 ao todo; os maiores eram os de 38 cm, divididos em pares, em quatro torres separadas chamadas (da popa à proa) Dora, César, Bruno e Anton. Cada cano destes canhões gigantes pesava mais de 1.000 toneladas. Haviam 12 canhões de 15 cm, em seis torres; 14 canhões antiaéreos com 10,5 cm, em sete torres; e 12 canhões de 2 cm em torres simples ou quádruplas. Os maiores disparavam somente dois projéteis por minuto mas, em compensação, estes projéteis de 800 kg podiam ser lançados a uma distância de até 36,5 km.

Admiral Günter Lütjens
Almirante Günter Lütjens
Bundesarchiv, Bild 101II-MW-0434-05A (CC BY-SA)

O encouraçado recebeu uma camuflagem “báltica”, preta e branca, em seu casco e na superestrutura, usando faixas dispostas num ângulo peculiar, que disfarçavam sua forma quando avistado por uma embarcação inimiga. Além disso, falsas ondas na popa e na proa faziam com que parecesse menor.

Serviço Ativo

O Bismarck devia formar um grupo de batalha com dois outros navios, o cruzador pesado Prinz Eugen e o cruzador de batalha Geisenau. Numa missão de três meses, denominada Operação Rheinübung, o grupo recebeu a tarefa de atacar comboios inimigos, com o Bismarck atraindo as escoltas para que os navios mercantes se tornassem alvos fáceis para o Prinz Eugen e o Geisenau. Seria uma ameaça inteiramente nova para as embarcações que cruzavam o Atlântico Norte com suprimentos vitais para a Grã-Bretanha; o racionamento já havia sido introduzido em janeiro de 1940, enquanto os submarinos U-boat alemães espalhavam o pânico entre os comboios mercantes.

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Infelizmente para os planos nazistas, um bombardeio britânico em Brest, na Bretanha, no dia 9 de abril de 1941, danificou o Geisenau e, assim, o trio da Operação Rheinübung tornou-se uma dupla. O Prinz Eugen e o Bismarck, este último com nada menos do que o Almirante Günther Lütjens (1889-1941) a bordo, foram programados para navegar pelo Atlântico setentrional através do Estreito da Dinamarca, mas novamente o plano foi arruinado quando o Prinz Eugen sofreu danos causados por uma mina magnética no dia 23 de abril. O navio gêmeo do Bismarck, o Tirpitz, ainda não estava pronto, e assim decidiu-se despachar o Bismarck para uma estadia temporária na Noruega, então sob ocupação alemã. Uma vez lá, o encouraçado foi identificado e sua presença comunicada à inteligência militar britânica.

O Bismarck e o Prinz Eugen finalmente partiram para sua missão em 19 de maio de 1941, inicialmente para a Noruega, onde o segundo reabasteceu. Durante a partida, as embarcações foram vistas por um navio sueco, um avistador norueguês da resistência e um avião de reconhecimento da Força Aérea (RAF) britânica. Uma vez positivamente identificados, começou a caçada – através dos navios da Frota Doméstica Britânica, baseada em Scapa Flow, nas Ilhas Orkney – a esta arma nova e altamente perigosa do arsenal alemão. Os britânicos enviaram bombardeiros noturnos para os Fiordes Bergen, mas os navios alemães já tinham deixado o local para o Atlântico, via Estreito da Dinamarca, mais cedo naquele dia, 21 de maio. Ambos tinham sido repintados de cinza para se misturar perfeitamente no tempo pardacento do Atlântico Norte, incluindo as gigantescas suásticas de identificação no convés na proa e popa, já que o navio estaria além do alcance da aviação alemã.

Map of the Bismarck's Route
Mapa da Rota do Bismarck
Citypeek (CC BY-SA)

Em 22 de maio, o Almirantado britânico percebeu que o Bismarck tinha deixado a Noruega e então mobilizou a Frota Doméstica. Nesse meio tempo, Lütjens recebeu uma mensagem dando conta de que o reconhecimento aéreo alemão não tinha avistado movimento de navios em Scapa Flow. Esta informação estava incorreta, pois os britânicos tinham usado navios pintados para dar esta impressão. A Marinha Real já estava se dirigindo a toda pressa em direção ao Bismarck. Com nada menos do que onze comboios prestes a cruzar o Atlântico Norte, provenientes da América do Norte, interceptar o Bismarck era vital.

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Mais de 40 navios britânicos se envolveram na caçada ao Bismarck.

O Afundamento do Hood

Em 23 de maio, os dois navios alemães encontraram dois cruzadores pesados britânicos, o Suffolk e o Norfolk, no Estreito da Dinamarca. O Bismarck abriu fogo contra o Norfolk e os britânicos recuaram sem danos para o nevoeiro. A dupla alemã moveu-se adiante a toda velocidade, mas o novo radar do Suffolk foi capaz de rastrear as embarcações inimigas, apesar das manobras evasivas de Lütjens. A Marinha Real estava agora em alerta máximo e, com o Bismarck localizado, no dia 24 de maio o cruzador de batalha Hood e o encouraçado Prince of Wales aproximaram-se dos navios alemães. O Prince of Wales era tão novo que ainda tinha técnicos civis trabalhando a bordo, mas os canhões de 35,5 cm eram somente um pouco inferiores aos do Bismarck.

Todos abriram fogo. Inicialmente, o Hood atirou no Prinz Eugen, confundindo suas linhas similares com as do Bismarck. Os dois navios alemães concentraram seu fogo no Hood. Uma salva do Bismarck atravessou o convés levemente blindado do Hood e explodiu o depósito de munições, efetivamente partindo o navio em dois quase instantaneamente. O Hood afundou após ter suportado apenas quatro minutos e quatro salvas de artilharia do Bismarck. De uma tripulação de 1.420 pessoas, somente três sobreviveram. Foi um golpe psicológico importante, já que o Hood era, de acordo com Ludovic Kennedy, que servia então como subtenente, "o navio mais amado da Marinha, epítome da Grã-Bretanha e de seu Império" (Ballard, 8). Kennedy equiparou a perda ao bombardeio do Palácio de Buckingham. O Prince of Wales, após sofrer um tiro direto do Bismarck na ponte de comando e com metade das armas fora de ação, bateu em retirada. Foi um encontro agourento. Se o Bismarck podia causar tais danos a navios blindados e com armamento pesado, a destruição que poderia causar a um comboio seria imensa.

HMS Hood
HMS Hood
Vorst17735 (CC BY-SA)

A Caçada Continua

O Prinz Eugen saiu incólume da batalha. O Bismarck, no entanto, havia sofrido sérios danos. Dois projéteis causaram a inundação de conveses inferiores, incluindo uma das salas de caldeiras. O navio estava inclinado na proa, cerca de 1.000 toneladas de combustível encontravam-se inacessíveis e óleo vazava de um tanque de combustível. O vazamento tornou mais fácil para os britânicos seguirem o encouraçado alemão, que deixou o Prinz Eugen (em rota para o Atlântico Sul) e navegou para St. Nazaire, na costa francesa, para reparos. Não havia combustível suficiente para o navio alcançar a Groenlândia, onde U-boats poderiam ter vindo em sua ajuda. Mais importante do que tudo, a velocidade do Bismarck ainda alcançava 28 nós e todos os armamentos permaneciam em bom estado.

Mais de 40 navios britânicos, incluindo couraçados, cruzadores, destróieres e dois porta-aviões integravam a caçada, porém alguns ainda se encontravam distantes da área de ação e o tempo estava péssimo. Os britânicos usaram aeronaves do porta-aviões Victorious para seguir o Bismarck. Estes biplanos torpedeiros Swordfish eram antiquados, mas cada um podia lançar um único torpedo, que as tripulações chamavam de “kipper” [arenque defumado]. Os Swordfish atacaram o Bismarck no dia 24 de maio. Lütjens adotou manobras evasivas, fazendo ziguezagues. Um torpedo atingiu o alvo, mas a placa de blindagem cumpriu seu papel. Porém, a explosão do torpedo afrouxou os reparos temporários feitos para os danos recebidos durante a batalha com o Hood. Novamente, o Bismarck estava fazendo água.

Na madrugada escura do dia 25 de maio, Lütjens fez um amplo círculo para ficar atrás dos perseguidores britânicos e, sem ser detectado, navegou para St. Nazaire. Pensando que os inimigos não haviam perdido sua presa – quando, de fato, eles tinham – Lütjens cometeu o erro de usar o rádio, o que alertou então os britânicos para onde o Bismarck se dirigia. Os navios britânicos, graças em parte a coordenadas mal calculadas, tinham na verdade observado em todos os lugares, exceto onde o encouraçado alemão realmente estava. Começou então uma corrida para evitar que o Bismarck chegasse perto o suficiente da costa para receber proteção dos U-boats e cobertura aérea, mas Lütjens foi obrigado a reduzir a velocidade para economizar combustível; ele deve ter se arrependido amargamente de sua decisão de não reabastecer na Noruega em 20 de maio.

Swordfish Planes & Ark Royal
Torpedeiros Swordfish e o Ark Royal
U.S. Navy (Public Domain)

Um avião anfíbio Catalina identificou positivamente o Bismarck na manhã de 26 de maio. Farejando sangue, o Almirantado britânico direcionou mais e mais navios para o meio do Atlântico. À tarde, um esquadrão de 15 Swordfish do porta-aviões Ark Royal perseguiu o Bismarck. O cruzador leve Sheffield foi a primeira embarcação britânica a fazer contato visual. Os Swordfish atacaram, não o Bismarck, mas o Sheffield, num terrível erro de identificação - nada incomum num mar tempestuoso. Felizmente, os "kippers" tinham sido equipados com detonadores magnéticos e a maioria falhou. O Sheffield escapou incólume. Os Swordfish foram reabastecidos e rearmados com detonadores de contato, mais confiáveis. Em outra ironia da guerra, o U-boat alemão U-556 encontrava-se na área sem ser detectado; seu capitão avistou o Ark Royal mas, já tendo disparado todos os seus torpedos em comboios, não podia fazer nada para ajudar o Bismarck.

Afundem o Bismarck

Os Swordfish partiram do Ark Royal e desta vez atacaram o Bismarck. Todos os 15 aviões lançaram seus torpedos, voando a meros 30 metros acima das ondas para permanecer fora do alcance dos formidáveis canhões antiaéreos do couraçado. Dois torpedos atingiram o alvo, mas causaram poucos danos ao casco blindado. Um terceiro “kipper” quase errou o alvo, mas não exatamente; atingiu de raspão a popa do navio. Foi um golpe insignificante para o poderoso encouraçado, mas que se tornou fatal. Com seu mecanismo de direção danificado, o Bismarck não podia virar para estibordo. O mar cada vez mais tempestuoso, com ondas de 15 metros de altura, impedia quaisquer reparos significativos ou soluções temporárias para o problema do leme. Não havia nada a fazer a não ser encarar o inimigo e sair atirando. Lütjens enviou a seguinte mensagem pelo rádio: “Navio à deriva. Lutaremos até o último projétil. Vida longa ao Führer!” (Boatner III, 328)

Cinco destróieres atacaram o Bismarck, mas foram repelidos pelos canhões superiores do couraçado. O Bismarck foi temporariamente perdido mas encontrado novamente, descrito por Ludovic como “emergindo de uma borrasca distante, negro, massivo, belo, o mais maravilhoso navio de guerra que eu ou qualquer um de nós já tinha visto” (Ballard, 9). O encouraçado ainda estava a cerca de 965 km de Brest.

Ao amanhecer de 27 de maio, dois encouraçados britânicos, o King George V e o Rodney, ficaram finalmente ao alcance de tiro e abriram fogo. Em apoio estavam o Norfolk e, um pouco depois, o cruzador Dorsetshire. Todos os quatro navios dispararam seus canhões. Uma por uma, as torres de tiro gigantes do Bismarck ficaram fora de ação pelas explosões. Numa batalha de 90 minutos, 2.876 projéteis foram disparados no encouraçado, agora um alvo fácil e adernando perigosamente. Tomou-se então a decisão de abrir um rombo no Bismarck, usando explosivos e abrindo as válvulas de inundação e todas as portas à prova d'água. Isso foi confirmado por dois sobreviventes (Gerhard Junack e Werner Lust) e pelo relatório oficial naval alemão (publicado somente muito depois). Ao mesmo tempo, o Dorsetshire disparou dois torpedos no casco em chamas. Lütjens estava morto e o capitão Lindemann deliberadamente permaneceu a bordo enquanto o outrora poderoso encouraçado afundava sob as ondas. O Dorchester e o destróier Maori recolheram alguns sobreviventes, mas o avistamento de um submarino (um alarme falso) suspendeu as operações, deixando centenas de homens à deriva. No total, 2.091 marinheiros do Bismarck morreram e apenas 110 homens sobreviveram dos 1.000 que pularam do navio quando afundou. Destes 110, um morreu devido aos ferimentos e o resto permaneceu pelo resto da Segunda Guerra em campos de prisioneiros de guerra. Ao anoitecer, três marinheiros alemães que haviam subido num bote foram resgatados por um U-Boat e dois num bote salva-vidas acabaram salvos pelo navio alemão Sachsenwald.

Bismarck Survivors
Sobreviventes do Bismarck
Royal Navy official photographer (Public Domain)

Consequências

No panorama da guerra, o Bismarck representou uma grande perda, mas houve a compensação de que sua derrocada havia desviado um grande número de navios inimigos, incluindo muitos que poderiam ter apoiado a defesa de Creta, que caiu diante da invasão alemã naquele mesmo maio de 1941. Hitler proibiu a Kriegsmarine de envolver grandes embarcações em missões no Atlântico, mas a destruição de navios-tanque e a decifração do código de comunicações navais alemãs foram provavelmente fatores mais importantes para garantir aos britânicos a manutenção do controle das rotas marítimas vitais do Atlântico.

As carreiras desapontadoras do Bismarck e do Tirpitz (afundado em águas norueguesas num bombardeio) ilustram que o desenvolvimento da guerra naval os tornaram obsoletos antes mesmo de serem lançados. Grandes navios de guerra eram simplesmente vulneráveis demais aos ataques aéreos para justificar o imenso custo de construí-los.

Os Destroços do Bismarck

O Bismarck continuou a atrair a atenção após a guerra. Dois livros notáveis escritos por homens relacionados a ele foram Pursuit: The Chase and Sinking of the Bismarck [Perseguição: A Caçada e o Afundamento do Bismark], de Ludovic Kennedy, e Battleship Bismarck, de Burkard von Müllenheim-Rechberg. Um filme britânico, Afundem o Bismarck!, foi lançado em 1960. Então, na década de 1980, começou outra caçada, agora para encontrar os destroços do Bismarck.

Robert D. Ballard (n. 1942) havia descoberto local do naufrágio do RMS Titanic em 1985 e, quatro anos depois, liderou uma equipe para descobrir o Bismarck. Após dois anos de buscas, os destroços foram finalmente descobertos em junho de 1989. O grande encouraçado estava apoiado em sua quilha, 4,8 km abaixo da superfície do Atlântico. Onde se situavam os poderosos canhões só havia o vazio, mas o navio ainda possuía uma aura de grandeza e poder. A investigação das condições dos destroços sugeriu que o encouraçado já estava em adiantado estado de afundamento quando se abriram os rombos no casco, mas os explosivos alemães permitiram que muito mais água invadisse a embarcação que, de qualquer forma, permaneceu incrivelmente intacta durante a longa descida para seu local de descanso final no fundo do oceano.

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Perguntas e respostas

Que navio afundou o Bismarck na verdade?

O encouraçado alemão Bismarck afundou porque a tripulação detonou explosivos para afundá-lo. De qualquer forma, ele afundaria porque estava sendo atingido sem cessar por um quarteto de navios britânicos: King George V, Rodney, Norfolk e Dorsetshire.

Por que o Bismarck era tão temido?

O encouraçado alemão Bismarck era tão temido porque poderia superar o armamento e tinha melhor blindagem de qualquer embarcação da Marinha Real. Além disso, sua missão era destruir os vitais comboios de navios mercantes que cruzavam o Atlântico.

Por que o Bismarck se tornou tão famoso?

O encouraçado Bismarck ficou famoso porque era o maior e mais poderoso navio da marinha alemã.

Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Mark Cartwright
Mark é autor em tempo integral, pesquisador, historiador e editor. Seus principais interesses incluem arte, arquitetura e descobrir as ideias que todas as civilizações compartilham. Ele possui mestrado em Filosofia Política e é diretor editorial da WHE.

Citar este trabalho

Estilo APA

Cartwright, M. (2024, março 08). Encouraçado Bismarck [Battleship Bismarck]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-22742/encouracado-bismarck/

Estilo Chicago

Cartwright, Mark. "Encouraçado Bismarck." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação março 08, 2024. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-22742/encouracado-bismarck/.

Estilo MLA

Cartwright, Mark. "Encouraçado Bismarck." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 08 mar 2024. Web. 05 out 2024.