Pocahontas

Definição

Joshua J. Mark
por , traduzido por Ricardo Albuquerque
publicado em 15 fevereiro 2021
Disponível noutras línguas: Inglês, francês, espanhol, Turco
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Statue of Pocahontas (by Matt Brown, CC BY)
Estátua de Pocahontas
Matt Brown (CC BY)

Pocahontas (v. c. 1596-1617, também chamada de Amonute e Matoaka) era a filha de Wahunsenacah (v. c. 1547-c. 1618, também conhecido como Chefe Powhatan), líder da Confederação Powhatan, situada na região do atual estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Provinha da tribo Mattaponi-Pamunkey, que integrava a confederação.

Ela é mais conhecida atualmente pela associação com o Capitão John Smith (v. 1580-1631), da Colônia de Jamestown da Virgínia, um relacionamento frequentemente caracterizado como um caso de amor (como no famoso filme de animação e na sequência em vídeo), ainda que Pocahontas tivesse, no máximo 12 anos e Smith por volta de 27 quando se encontraram. A história do salvamento da vida de Smith, após ter sido capturado e levado para o povoado indígena é vista atualmente como uma interpretação equivocada de um ritual powhatan ou uma completa invenção.

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Os ingleses fundaram Jamestown em 1607 e Pocahontas teria encontrado Smith em algum momento ao longo daquele ano. Ele retornou à Inglaterra em 1609 e, não muito tempo depois, as relações entre a Confederação Powhatan e os colonos se deterioraram. Pocahontas foi sequestrada em 1613 por Sir Samuel Argall (v. c. 1580-1626) e mantida na colônia de Henricus, ao norte de Jamestown, aguardando pagamento de resgate. Lá se converteu ao cristianismo e mudou seu nome para Rebecca. Ainda na colônia, ela se encontrou com o rico negociante de tabaco John Rolfe (v. 1585-1622), com quem se casou em 1614. O matrimônio encerrou a Primeira Guerra Powhatan (1610-1614) e deu início a um período de oito anos de paz entre o povo indígena e os imigrantes.

O casal teve um filho, Thomas Rolfe (v. 1615-c. 1680) e viajou para a Inglaterra, promovendo Jamestown e a colonização, em 1616. Quando iniciaram a viagem de volta, Pocahontas adoeceu e faleceu em Março de 1617. Thomas foi deixado com parentes e John Rolfe voltou à Virgínia, morrendo em 1622, provavelmente no início da Segunda Guerra Powhatan (1622-1626). Pocahontas é frequentemente retratada como a "Princesa Índia" - como ficou conhecida durante seu período na Inglaterra - que preferiu a vida entre os colonizadores do que com sua própria gente.

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Os eruditos modernos, porém, enfatizam o fato de que a mais conhecida versão de sua história provém de fontes inglesas, que ressaltaram ao máximo sua conversão e casamento como propaganda para encorajar a colonização da América do Norte. A tradição oral dos mattaponi fornece uma versão diferente de sua vida, na qual ela permanece estreitamente ligada aos valores tradicionais de seu povo; nunca foi uma princesa; e acabou uma vítima de Rolfe e outros ingleses. Os acontecimentos de sua vida, e seu significado, continuam a ser debatidos.

Início de Vida e Jamestown

Embora ela seja mencionada rotineiramente como a filha de Wahunsenacah, isso pode ter sido apenas um epíteto.

Conta-se que o nome de nascimento de Pocahontas era Amonute (o significado é incerto, possivelmente "presente"), mas posteriormente adotou (ou recebeu) o nome Matoaka ("Flor entre dois riachos"). "Pocahontas" era seu apelido de infância, geralmente traduzido como "Brincalhona", talvez o nome de sua mãe. Ainda que ela seja mencionada rotineiramente como a filha de Wahunsenacah, isso pode ter sido um epíteto uma vez que, como Chefe Powhatan, ele era considerado como o "pai" daqueles sob seus cuidados. É possível, portanto, que os colonos ingleses - em especial John Smith - entenderam "filha" literalmente quando não o era.

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Quase nada é conhecido sobre sua mãe. Se aceito que Pocahontas fosse realmente filha de Wahunsenacah, então ela seria levada de volta para o povoado de sua mãe após o nascimento até ser desmamada, quando retornaria para o pai. Sugeriu-se que sua mãe possa ter morrido no parto e que uma das outras esposas de Wahunsenacah a criou. Integrante da tribo mattaponi, uma ramificação dos pamumkey, Pocahontas falava Algonquiano, como outras tribos da confederação.

Em sua criação, ela aprendeu as tarefas e responsabilidades tradicionais das mulheres da Confederação Powhatan, como construir uma casa (yehakin), plantar e colher o que a tribo cultivava, cozinhar refeições, tecer tapetes e cestos, sair em busca de ervas e plantas e administrar transações financeiras. Como a filha do chefe (e, de acordo com John Smith, sua favorita) ela pode ter recebido responsabilidades adicionais ou aliviada de algumas das mais tediosas mas, seja como for, Pocahontas era vigiada e protegida com grande cuidado.

Jamestown Settlement - Powhatan Village
Povoado de Jamestown - Vila Powhatan
Beth (CC BY-NC)

Quando os colonos ingleses fundaram Jamestown, em 1607, o Chefe Powhatan os aceitou cautelosamente, até mesmo dando-lhes boas-vindas, pensando que poderiam se tornar aliados contra os espanhóis que haviam pilhado as regiões costeiras no passado. John Smith sugeriu que Pocahontas, aos 10 anos de idade, fosse enviada como uma intermediária, com apenas uma ou duas escoltas mas esta, como a maioria das alegações de Smith, não merece muito crédito, já que ela certamente receberia mais proteção. O contato entre os dois povos ocorreu em algum momento no início do verão de 1607. Wahunsenacah providenciou comida e assistência aos recém-chegados enquanto eles se estabeleciam.

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Pocahontas e John Smith

Pocahontas encontrou John Smith ao ser enviada a Jamestown para negociar o retorno de alguns prisioneiros detidos sob a alegação de furto de ferramentas e armas. Smith afirma que ela chegou em companhia do guerreiro Rawhunt, um companheiro de confiança do chefe, e a descreveu como "uma criança de 10 anos que, não somente pela aparência, semblante e proporções, em muito excedia a qualquer um do seu [do chefe] povo" (Smith, 34). Com as negociações concluídas, Smith deu à menina "algumas bugigangas que a deixaram contente" e lhe pediu que informasse ao pai que os prisioneiros haviam sido bem tratados. Em seguida, segundo se conta, Pocahontas viajou até o povoado inglês ou se encontrou com Smith e eles teriam ensinado um ao outro suas respectivas culturas e linguagens, mas este relato é visto com ceticismo.

Em Dezembro de 1607, Smith foi aprisionado por Opchanacanough (v. 1554-1646), meio-irmão de Wahunsenacah. Smith descreve este evento num relato de 1608 e conta que foi levado a vários povoados antes de ser apresentado a Wahunsenacah, na capital, Werowocomoco, como um convidado de honra. Wahunsenacah fez Smith entender que queria uma aliança, que o inglês não era um prisioneiro e, mais tarde, deu-lhe permissão para retornar a Jamestown.

Em 1616, quando Pocahontas chegou à Inglaterra como uma celebridade e esposa do abastado John Rolfe, Smith contou outra versão deste evento numa carta à Rainha Anne da Dinamarca (v. 1574-1619), esposa de Jaime I da Inglaterra. Nesta versão atualizada, é tratado duramente por Opchanacanough e condenado à execução por Wahunsenacah. Sua cabeça fica sobre uma pedra e um guerreiro powhatan levanta um porrete para matá-lo, mas Pocahontas intervém, cobre a cabeça dele com a sua e exige que seja libertado. Ele repetiu esta versão, com enfeites adicionais, em sua obra de 1624, The General History of Virginia (História Geral da Virgínia).

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Pocahontas Saving the Life of Captain John Smith
Pocahontas Salvando a Vida do Capitão John Smith
New England Chromo. Lith. Co. (Public Domain)

Embora seja um aspecto central na narrativa padrão sobre Pocahontas, estudiosos concordam que ou nunca aconteceu ou que todo o ocorrido tenha sido mal interpretado por Smith. Se realmente aconteceu, é mais provável que tenha sido um ritual no qual o visitante estaria sendo recepcionado pela tribo através de um ritual de morte-e-renascimento, no qual ele encarava a mortalidade, era salvo por Pocahontas, que estaria desempenhando um papel, e então renasceria como "Chefe dos Colonizadores" - exatamente o tipo de título que Wahunsenacah tinha em mente para ele na aliança entre ambos. Muitos eruditos, porém, alegam que o evento jamais teria ocorrido porque meninas - especialmente tão jovens quanto Pocahontas - não tinham permissão de participar ou testemunhar tais rituais.

Os powhatan continuaram seu relacionamento com Smith, em certas ocasiões bastante contencioso, por dois anos até que, ferido numa explosão de pólvora, ele voltou à Inglaterra. Nessa época, as relações entre os dois povos tinham piorado porque os colonos, mal-adaptados para a colonização de uma terra estrangeira, persistiam em pedir alimentos e outros suprimentos aos powhatans, em vez de providenciá-los por conta própria. Smith não comunicou a Wahunsenacah ou a Pocahontas que estava partindo para a Inglaterra; uma desfeita que seria lembrada por ela, anos depois, quando chegou ao país.

A Chegada de Rolfe e o Sequestro

Embora imperfeita, a liderança de Smith tinha mantido a colônia alimentada e, com sua ausência, eles passaram fome durante o inverno de 1609-1610. O navio de suprimentos Sea Venture (Aventura Marítima), que deveria ter chegado da Inglaterra em 1609, havia naufragado próximo às Bermudas naquele verão (o que mais tarde inspirou a peça A Tempestade, de William Shakespeare) e os passageiros e a tripulação levaram quase um ano para construir dois novos navios para trazê-los a Jamestown em Maio de 1610. A bordo de um dos navios estava o novo governador colonial, Sir Thomas Gates (v. c. 1585-1622) e John Rolfe.

Ou Rolfe tinha consigo ou, de alguma forma, conseguiu sementes e iniciou o cultivo de tabaco.

Gates encontrou o povoado em ruínas, com somente 60 colonos vivos. Ele ordenou que a colônia fosse abandonada, embarcou os sobreviventes e navegou rio abaixo até se encontrar com o navio de Thomas West, Lorde De La Warr (v. 1577-1618) que assumiu o controle do restabelecimento da colônia. Ou Rolfe tinha consigo ou, de alguma forma, conseguiu sementes de Nicotiana tabacum - a planta de tabaco tão cuidadosamente vigiada pelos espanhóis, que estavam fazendo fortuna com o cultivo - e iniciou sua própria plantação. Em 1611, teve sua primeira colheita e, três anos depois, era um homem de posses.

Conforme a versão dos eventos dos mattaponi, Rolfe recebeu as sementes dos powhatan, bem como as instruções sobre o cultivo, colheita e secagem, processo que o deixou rico. O tabaco era bem conhecido entre os povos indígenas como uma planta sagrada, usada em rituais religiosos, em reuniões comunitárias, para selar tratados e como um estimulante e erva medicinal. Se Rolfe recebeu tais conhecimentos ou as primeiras sementes dos powhatan, nunca mencionou o fato a ninguém. A fonte das sementes de Rolfe ainda é tema de debates.

A contínua carência dos colonos, unida à rudeza do tratamento de De La Warr aos nativos, levou à Primeira Guerra Powhatan, em 1610. Este conflito ocorreu ao longo do litoral da Virgína em etapas, com vantagens alternadas para ambos os lados. Nesse meio tempo, Pocahontas havia crescido e, de acordo com os mattaponi, casou-se com um guerreiro chamado Kocoum, possivelmente um dos guarda-costas de seu pai, e foi viver com a tribo dele, os patawomeck, num povoado mais próximo de Jamestown.

Em 1613, Sir Samuel Argall (v. c. 1580-1626) havia assumido o cargo de De La Warr (que retornou à Inglaterra) e mantido a política de seu predecessor em relação aos powhatan. O novo governador soube que Pocahontas estava nas proximidades e a sequestrou, matando Kocoum. Os detalhes de como isso ocorreu ainda são debatidos, mas os colonos agora tinham uma importante prisioneira, cujo resgate seria o retorno dos prisioneiros ingleses, armas e suprimentos dos powhatans. Wahunsenacah concordou com as exigências, mas a jovem não foi libertada. Em vez disso, disseram-lhe que seu pai não se importava com ela e não pagaria o resgate. Pocahontas só soube da verdade quando sua irmã teve permissão para visitá-la e contradisse a versão dos colonos.

Casamento e Conversão

Os detalhes do cativeiro de Pocahontas também são alvo de controvérsias. Conforme a versão dos mattaponi, ela foi maltratada, estuprada e ficou grávida; Rolfe só se casou para evitar que o pai soubesse dos abusos, o que levaria a novos conflitos, algo ruim para os negócios. O colono Ralph Hamor (v. 1589-1626), porém, alega que ela foi bem tratada e recebeu toda a cortesia na casa onde permaneceu, na colônia de Henricus, ao norte de Jamestown. Do outro lado do rio situava-se a plantação de John Rolfe e ele se encontrou com a jovem numa das visitas ao povoado.

Baptism of Pocahontas
Batismo de Pocahontas
John Gadsby Chapman (Public Domain)

Os estudiosos que não concordam com a versão dos eventos dos mattaponi indicam uma carta que Rolfe escreveu para o governador da época, Sir Thomas Dale (v. c. 1560-1619), pedindo permissão para se casar com Pocahontas e argumentando que isso ajudaria a comunidade como um todo, com a ressalva de que a conversão da jovem ao cristianismo inspiraria outros nativos a fazer o mesmo. Se ela tivesse sido abusada e Rolfe tivesse se casado somente por questões pragmáticas, argumentam, por que ele se daria ao trabalho de escrever uma carta tão sincera?

Rolfe e Pocahontas casaram-se em 5 de Abril de 1614 em Jamestown, num serviço presidido pelo padre anglicano Richard Buck, que viera da Inglaterra na mesma ocasião que o recém-casado. A união encerrou a Primeira Guerra Powhatan e estabeleceu a Paz de Pocahontas, que duraria até 1622. Pocahontas converteu-se ao cristianismo após aceitar o pedido de casamento de Rolfe e escolheu Rebecca como seu nome de batismo. Em Janeiro de 1615, nasceu o filho do casal, Thomas, e, segundo Ralph Hamor, a vida tanto dos nativos quanto dos imigrantes melhorou dramaticamente a partir do casamento, com relações profícuas para ambos os lados.

Excursão pela Inglaterra e Morte

Em 1616, os Rolfes foram convidados a viajar para a Inglaterra pela Companhia da Virgínia (financiadora da expedição de 1607 que fundara Jamestown) para uma excursão promocional da colônia. Os investidores finalmente estavam vendo algum retorno, graças ao lucrativo comércio do tabaco, e queriam persuadir outros a investir também. Pocahontas (agora Rebecca Rolfe), uma indígena que se transformara numa "dama educada", afastaria os temores ingleses de que os nativos americanos eram selvagens perigosos e sem alma que não podiam ser civilizados.

Wahunsenacah designou seu sacerdote (e cunhado de Pocahontas) Tomocomo e outros membros da família da jovem para acompanhá-la, e o grupo desembarcou na Inglaterra em Junho de 1616. Pocahontas tornou-se uma celebridade instantânea na corte inglesa e eventos foram organizados em sua honra. Ciceroneada em Londres por aristocratas tais como Lorde De La Warr e sua esposa, encontrou-se com a Rainha Anne e o Rei Jaime I e foi recepcionada com toda a pompa. A jovem posou para um retrato e foi lançada uma gravura comemorativa da visita. John Smith evitou encontrar-se com ela até o momento da partida e, quando os dois finalmente ficaram frente a frente, Pocahontas o criticou duramente por quebrar os acordos firmados com seu pai. A jovem contou que os indígenas haviam sido informados de que ele estava morto e como isso apenas confirmava que os ingleses não eram confiáveis.

Portrait of Pocahontas
Retrato de Pocahontas
The Trustees of the British Museum (Copyright)

De acordo com algumas fontes, Pocahontas queria permanecer na Inglaterra, mas esta alegação é controversa. Rolfe precisava retornar à Virgínia e o grupo partiu em Março de 1617. Eles não haviam sequer deixado o Rio Tâmisa quando Pocahontas caiu doente e morreu. Foi sepultada em Gravesend no dia 21 de Março de 1617. A causa da morte é geralmente considerada como decorrente de pneumonia ou tuberculose, mas também sugeriu-se que teria sido envenenada, possivelmente com o consentimento ou participação de Rolfe, para evitar que relatasse ao pai certas informações que aprendera na Inglaterra. Esta alegação é controversa, porém, já que Tomocomo e outros tiveram as mesmas (ou similares) experiências que Pocahontas e retornaram sem contratempos.

Conclusão

Thomas Rolfe ficara doente ao mesmo tempo que sua mãe e foi deixado aos cuidados de alguém em Gravesend até que pudesse ser levado para a casa do irmão de Rolfe. Este retornou à Virgínia, casou-se pela terceira vez em 1619 e morreu em 1622, provavelmente no Massacre Indígena de 1622, que iniciou a Segunda Guerra Powhatan. Após o retorno da Inglaterra, Tomocomo denunciou os ingleses ao chefe. Alguns autores do período colonial alegam que os colonos desmentiram as acusações, levando o sacerdote à desonra e ao silêncio, mas a guerra lançada por Opchanacanough indica que os relatos foram levados a sério. Do que exatamente o Tomocomo acusou os ingleses não se sabe, mas os powhatans liderados por Opchanacanough (após a renúncia de Wahunsenacah) dificilmente precisariam de mais razões para a guerra do que os muitos acordos rompidos e a expansão das colônias inglesas à custa das tribos indígenas.

Thomas Rolfe cresceu na Inglaterra e voltou à Virgínia para reclamar as terras paternas por volta de 1635. Respeitado pelos powhatans como o filho de Pocahontas, ele parece ter sido visto com alguma suspeita pelos compatriotas ingleses. Thomas lutou ao lado dos colonos como tenente na milícia durante a Terceira Guerra Powhatan (1644-1646) e foi recompensado com a concessão de novas terras pelos seus serviços, o que claramente sugere que esteve contra o povo de sua mãe. Esta alegação, como muitos aspectos da vida de Pocahontas, é controversa, tendo em vista que ele pode ter assumido uma posição defensiva mas não se engajado em combate.

Pela maior parte dos últimos 400 anos, Pocahontas tem sido caracterizada como uma traidora de seu povo ao se aliar com os ingleses; como uma espiã dos powhatans; como uma vítima de brutalidade e estupro; e como uma convertida sincera ao cristianismo que encontrou uma vida satisfatória entre os colonos. Como a maior parte das figuras histórias mais ressonantes, Pocahontas reflete os valores de cada pessoa com os quais entra em contato e é preciso lembrar que o que se recebe desta experiência é um reflexo da própria história, não a dela.

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Sobre o tradutor

Ricardo Albuquerque
Jornalista brasileiro que vive no Rio de Janeiro. Seus principais interesses são a República Romana e os povos da Mesoamérica, entre outros temas.

Sobre o autor

Joshua J. Mark
Joshua J. Mark é cofundador e diretor de conteúdos da World History Encyclopedia. Anteriormente, foi professor no Marist College (NY), onde lecionou história, filosofia, literatura e redação. Ele viajou bastante e morou na Grécia e na Alemanha.

Citar este trabalho

Estilo APA

Mark, J. J. (2021, fevereiro 15). Pocahontas [Pocahontas]. (R. Albuquerque, Tradutor). World History Encyclopedia. Obtido de https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-19421/pocahontas/

Estilo Chicago

Mark, Joshua J.. "Pocahontas." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. Última modificação fevereiro 15, 2021. https://www.worldhistory.org/trans/pt/1-19421/pocahontas/.

Estilo MLA

Mark, Joshua J.. "Pocahontas." Traduzido por Ricardo Albuquerque. World History Encyclopedia. World History Encyclopedia, 15 fev 2021. Web. 13 nov 2024.