O Japão Antigo tem feito contribuições únicas para a cultura mundial, do qual fazem parte o Xintoísmo e sua arquitetura, figuras de arte distintas como as estátuas haniwa, os vasos de cerâmica mais antigos no mundo, as maiores construções de madeira daquele tempo, e muitos clássicos literários incluindo o primeiro romance do mundo. Apesar de o Japão ter tido grande influência da China e Coréia, as ilhas nunca foram alvo de controle político estrangeiro, então eram livres para aderirem os costumes que os atraíam, adaptando da forma que quisessem, e continuando com suas práticas culturais indígenas para criar uma abordagem única para o governo, religião, e as artes.
Japão na Mitologia
Na mitologia Japonesa, a ilha do Japão foi criada pelos deuses Izanami e Izanagi quando eles mergulharam uma lança ornamentada dentro do mar primordial. Eles também criaram mais de 800 kami ou espíritos, líderes entre os quais estava a deusa do sol Amaterasu, e asssim criaram as divindades do Shinto, a religião indígena do Japão Antigo. Ninigi, o neto de Amaterasu se tournou o primeiro governante, e foi ele o bisavô do primeiro imperador do Japão, o semi-lendário Imperador Immu (rein. 660-585 a.C). Sendo assim, se estabeleceu uma ligação divina entre todos os imperadores subsequentes e os deuses.
Período Jomon
O primeiro período histórico do Japão é o Período Jomon que abrange os anos de 14,500 até 300 a.C (embora as datas de início e término desse período são contestadas). O nome desse período deriva da cerâmica característica produzida naquele tempo, os vasos mais antigos do mundo, os quais eram revestidos por cordas como decoração ou jomon. É o surgimento desse vaso que define o fim da Era Paleolítica (30,000 anos atrás) quando as pessoas cruzavam pontes terrestres, não mais existentes, da ilha principal da Asia para as ilhas Japonesas do Norte e do Sul.. Então eles se difundiram para as quatro ilhas principais de Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu, e eventualmente para as centenas de ilhas menores que constituem o Japão. A produção de cerâmica não necessariamente significa que comunidades viveram em acomodações fixas, e pela maior parte deste período, as pessoas viviam pela caça usando ferramentas de madeira e de pedra.
Os primeiros sinais de agricultura aparecem desde 5000 a.C e o considerado mais antigo povoado em Sannai-Maruyama por volta de 3500 a.C prevalecendo até 2000 a.C. As populações aparentemente concentraram-se em áreas litorais e registravam por volta de 100,000 e 150,000 habitantes pelas ilhas. Registra-se evidências de arroz por volta de 1250 a.C, mas seu cultivo não era provável até 800 a.C. A primeira evidência de plantações de arroz em campos úmidos data por volta de 600 a.C Fósseis do período indicam humanos de porte muscular com rostos longos e retangulares, com uma altura média de 1 metro e 52 cm para mulheres e 1m e 60 cm, para os homens. Estudos genéticos e do crânio apontam que o povoado Jomon foram os ancestrais do pequeno grupo presente nos dias atuais, os Ainu.
Os sepultamentos mais comuns da época eram feitos em valas, algumas vezes alinhados com pedras de concreto, contendo um ou mais indivíduos. Outros tipos de enterros colocavam um indivíduo em jarras e em largos buracos, chegando até mesmo 100 corpos. Artefatos descobertos relacionados com o Período Jomon incluem figuras humanas esculpidas em areia e pedra, máscaras de areia, cetros de pedra, e joalheria de areia, pedra e jade (colares e brincos). A arqueologia também nos revela as estruturas Jomon construídas para rituais com círculos de pedra, fileiras de pedras em formato de seta, e pedras únicas e compridas, cercada por um conjunto de pedras menores.
O Período Yayoi
O Período Yayoi abrange de 300 a.C até 250 d.C, no entanto, como mencionado acima, a data de início tem sido recuada conforme mais descobertas são feitas na arqueologia. O nome deriva da cerâmica avermelhada encontrada primeiro no distrito Yayoi de Tokyo, o qual indica um avanço da cerâmica do Período Jomon. Por volta de 400 a.C (ou mesmo antes) migrantes começaram a chegar da Ásia continental, especialmente a península Coreana, motivada provavelmente pelas guerras devido a expansão Chinesa e entre reinos rivais.
A nova chegada conquistou ou integrou com pessoas indígenas, como indicam as evidências genéticas, trazendo com eles nova cerâmica, bronze, ferro, e técnicas aprimoradas do manuseio com metal, produzindo mais ferramentas para uma agricultura eficiente, e uma melhora nos armamentos e armaduras.
Melhorando o manuseio na agricultura, a sociedade podia desenvolver-se com negociações e profissões especializadas (fazendo surgir mercados para negociação), práticas ritualísticas usando objetos distintos como os cinto de bronze dotaku, classes sociais com riqueza variada, e foi estabelecida uma classe dominante da qual governou sobre alianças de clãs, formando eventualmente pequenos reinos. Informantes Chineses perceberam a frequência de guerras no Japão entre os reinos rivais, e a arqueologia tem revelado as ruínas de vilarejos reforçados. A população do Japão pelo final deste período pode ter atingido o número de 4.5 milhões.
O Japão estava começando suas primeiras tentativas com relações internacionais no final do período. Mensageiros e um valor simbólico foram enviados para os comandantes Chineses ao norte da Coréia pelo Wa, foram então conhecidos as confederações de pequenos estados no sul e no oeste do Japão, sendo o mais importante destas o Yamato. Essas missões registram-se em 57 e 107 d.C. Um governador Japonês famoso por ter enviado embaixadas ao território Chinês (238, 243, e 248 d.C) e a figura mais famosa desse período foi a Princesa Himiko (rein. por volta de 189-248 d.C) Comandando mais de 100 reinos (ou talvez apenas a monarquia do mais poderoso), a princesa nunca casou e viveu em um castelo acompanhada de 1,000 mulheres. Himiko foi também uma shamã, inteirando a vida dupla de governante e sumo sacerdotisa, o que teria sido comum naquele período. Uma mulher poder performar qualquer um desses papéis é um indicativo da atitude em favor das mulheres no Japão antigo, antes de sofrer influência cultura Chinesa a partir do século 7.
O Período Kofun
O Período Kofun data em torno de 250 a 538 e é nomeado graças aos morros para enterros que foram construídos na época. Algumas vezes o período é chamado de Período Yamato (250-710) sendo aquela a região e estado dominante, seja acrescentando regiões rivais ao seu domínio ou, como no caso do comandante rival Izumo, conquistando pela guerra. Não se sabe ao certo a locação exata de Yamato, mas grande parte dos historiadores concordam em ter sido a região de Nara.
A partir do século houve um afluxo significativo de pessoas da Península Coreana, especialmente o reino Baekje (Paekche) e da Confederação Gaya (Kaya). Talvez foram eles os guerreiros a cavalo da teoria controversa da cavalaria, alegando que os Coreanos conquistaram o Japão fazendo dele apenas um estado vassalo. É improvável que uma conquista completa ocorreu de verdade (e algumas fontes contrariando sugerem o oposto, de que o Japão estabeleceu uma colônia na Coréia do Sul), mas é certo que os Coreanos tiveram um posicionamento alto no governo, chegando a se misturar com a linhagem do sangue imperial. Qualquer que tenha sido a relação política entre Coréia e Japão, com certeza houve uma chegada de bens produzidos pelos Coreanos, matéria prima como ferro, e idéias culturais que vieram por meio de professores Coreanos, intelectuais e artistas viajando ao Japão. Eles trouxeram com eles elementos da cultura Chinesa como a escrita, textos clássicos de Confúcio, Budismo, tecelagem, irrigação, assim como idéias Coreanas de arquitetura. Também houveram enviados à China em 425, 478 d.C e depois outros 11 enviados até 502. O Japão Yamato estabelecia uma presença diplomática internacional.
Os grandes Túmulos conhecido como kofun são outra ligação com a ilha principal da Ásia, já que foram construídos para a elite em diversos estados da península Coreana. Há mais de 20,000 Túmulos pelo Japão, e geralmente eles possuem um formato de fechadura quando vistos por cima; os maiores exemplos mediam centenas de metros de diâmetro e eram cercados por um fosso. Muitas das tumbas possuíam armadilhas para cavalo, que não eram vistas nos enterros precedentes, ressaltando o contato com a ilha continental Asiática. Outra particularidade do kofun era o posicionamento de estátuas humanas, animais, e mesmo estatuetas chamadas haniwa ao redor e em cima, provavelmente servindo como guardiões.
Os Kofun, construídos em maior escala conforme o tempo, são grandes indicadores de que os soberanos Yamato comandavam recursos tremendos - ambos humanos e material. Reinando com uma combinação de força e união com os clãs importantes ou os uji, firmados por casamentos inter-raciais, a elite dos Yamato sucederam no objetivo de criar uma propriedade de estado centralizado. Então, um governo aprimorado com recurso burocráticos operáveis, foi o que se tornou necessário, e este modelo seria proveniente da China.
O Período Asuka
O Período Asuka abrange de 538 a 710. O nome deriva da capital da época, Asuka, localizada no norte da prefeitura de Nara. Em 645 a capital se trasferiu para Naniwa, e entre 694 e 710 foi para Fujiwarakyo. Claramente vemos o primeiro imperador histórico (ao contrário dos imperadores lendários e fantasiosos), Imperador Kimmei, que foi o 29º na linha imperial (rein. 531-539 até 571 d.C). O imperador mais importante foi o Príncipe Shotoku que regeu até sua morte em 622. Shotoku é atribuído ao seu governo centralizador e reformador baseado no modelo Chinês, entre outras coisas, criando seus Dezessete Artigos de Constituição, desfazendo a corrupção e encorajando relações melhores com a China.
O próximo grande acontecimento político no Período Asuka foi em 645 quando o fundador do Clã Fujiwara, Kamatari Fujiwara, organizou um golpe que tirou o poder do clã dominante até então, o clã Soga. O novo governo foi remodelado novamente dentro de linhas Chinesas, numa sequência de mudanças duradouras, conhecidas como as Reformas Taika, nas quais ocorreu a nacionalização da ilha, o pagamento das impostos passou a ser feito em bens ao invés de mão de obra, alteração nas classes sociais, o exame dos serviços civis foi introduzido, leis foram escritas, e o imperador foi estabelecido como autoritade absoluta. Kamatari se tornou o ministro sênior do Imperador e recebeu o nome de Fujiwara. Sendo este o começo de um dos mais poderosos clãs do Japão que monopolizariam o governo até o século 12.
O imperador Temmu (rein. 672-686) delimitou a família real para que apenas os descendentes diretos pudessem reivindicar qualquer direito ao trono imperial, fazendo com que surgissem mais clãs rivais. Temmu escolheu Fujiwarakyo como a primeira capital Japonesa, a qual tinha um palácio no estilo Chinês e ruas construídas em quadras.
Talvez o desenvolvimento de maior significância no Período Asuka não foi político, mas religioso, com a introdução do Budismo ao Japão por volta do século 6, tradicionalmente em 552. Foi adotado oficialmente pelo imperador Yomei, e logo encorajado pelo Príncipe Shotoku, que construiu diversos templos grandiosos como Horyuji. O Budismo foi em geral bem aceito pela elite do Japão, tendo ajudado a subir o status cultural do Japão como uma nação desenvolvida aos olhos de seus vizinhos influentes, Coréia e China.
Shotoku enviou a embaixada oficial para a corte Sui na China a partir de 607, dando continuidade pelo século 7. No entanto, as relações com os vizinhos do Japão nem sempre foram amigáveis. O reino Silla invadiu seu vizinho Baekje em 660 com forte ajuda da força naval da Dinastia Chinesa de Tang. Uma força rebelde de Baekje persuadiu o Japão em enviar 800 navios para auxiliar na tentativa de recuperar controle de seu reino, mas a força suplementar foi derrotada na Batalha de Baekgang em 663. O sucesso do Reino Unificado de Silla resultou em outra onda de imigrantes adentrando o Japão com a queda dos reinos Baekje e Goguryeo.
Enquanto isso, as artes floresceram e deram origem a um nome alternativo, o Período Suiko (552-645) seguindo a Imperatriz Suiko (rein. 592-628). A literatura e a música baseados nos padrões Chineses foram promovidos ativamente pela corte, e foi entregue aos artistas taxas de auxílio.
O Período Nara
O Período Nara data de 710 até 794 e é chamado assim por sua capital naquele tempo ser em Nara (Heijokyo) e depois se mudando ligeiramente para Nagaokakyo em 784. A capital foi construída nos padrões Chineses de Chang-an, a capital de Tang, era estruturada com quadras em grade, e suas construções públicas eram semelhantes a arquitetura Chinesa. Um palácio real em expansão, o Heijo, foi construído, e o estado burocrático aumentou para 7,000 empregados civis. A população total de Nara pode ter sido alta como 200,000 ao final desse período.
O controle do governo central sobre outras províncias aumentou, por uma presença reforçada militar, aos arredores das ilhas do Japão, e o Budismo foi ainda mais disseminado pelo projeto do Imperador Shomu (rein. 724-749) de construir um templo em cada província, um plano que elevou os impostos a níveis absurdos. Templos principais foram construídos em Nara também, como o Todaiji (752), o Grande Templo de Buda, a maior construção de madeira contendo as maiores estátuas em bronze de Buda no mundo. O Xintoísmo era representado pelo templo Kasuga Taisha, junto com outros, nas florestas fora da capital (710 ou 768) e proxímo a Kyoto pelo templo Fushimi Inari Taisha (711).
O Japão também se tornou mais ambicioso no exterior e desenvolveu um relacionamento forte com Balhae (Parhae), o estado na Coréia do Norte e Manchuria. O Japão enviou 13 embaixadas diplomáticas e Balhae enviou 35 em retorno ao longo das décadas. A Troca floresceu, com o Japão exportando tecidos e Balhae pele de animal, ceda e panos a base de cânhamo. Os dois estados conspiraram invadir a Silla Unificada, a qual controlava a península Coreana, com o ataque de um exército aliado em 733 envolvendo uma grande frota japonesa, mas acabou não resultando em nada. Depois em 762, houve uma invasão planejada que nunca saiu do quadro dos generais.
O Período Nara produziu possivelmente dois dos mais importantes e famosos trabalhos na literatura japonesa já escritos, o Kojiki e as Crônicas do Japão com seus mitos da criação, deuses do Shinto, e as genealogias da realeza. Juntamente houve o conjunto de poesias Manyoshu, primeiro de muitos no Japão, o qual foi compilado desde 760.
Em contraste com as artes, as pessoas comuns apenas viveram suas vidas. A agricultura ainda dependia de ferramentas primitivas, não havia terra suficiente preparada para plantações, e as técnicas de irrigação eram insuficientes em prevenir o fracasso de uma colheita e surtos de fome. Sendo assim, a maioria dos camponeses preferiu obter maior segurança ao trabalhar por aristocratas com propriedade rural. No cume das infortunas, houveram epidemias de varíola em 735 e em 737, da qual os historiadores calculam ter reduzido a população natal em 25-35%.
A corte, além de enfrentar os desastres naturais, tinha poucos recursos após muitos terrenos de aristocratas e templos terem recebido isenção de impostos. Nara, também, foi atingida por conflitos internos por favores e posições entre a aristocracia, e as políticas estavam indevidamente sendo influenciadas pelos templos Budistas situados na cidade. Consequentemente, o Imperador Kammu (rein. 781-806) mudou a capital novamente, um movimento que aclamou a próxima era de Ouro da história Japonesa.
O Período Heian
O Período Heian abrange de 794 até 1185 e é nomeado por conta da capital daquele tempo, Heiankyo, conhecida hoje por Kyoto. A nova capital foi levantada em padrões de quadras em grade. A cidade possuía uma avenida larga, e como antes em Nara, a arquitetura seguia os padrões Chineses, pelo menos nas construções públicas. A cidade tinha palácios para a aristocracia, e grandes parques para lazer foram construídas ao sul do palácio real (Daidairi). Nenhuma construção Heian existe hoje exceto a Shishin-den (Salão de Audiência), o qual foi incendiado mas graciosamente reconstruído, e o Daigoku-den (Salão do Estado), o qual teve um destino semelhante, e foi restaurado numa proporção menor no Templo Heian, A partir do século 11, o longínquo nome informal da cidade ‘cidade capital’ foi oficialmente adotado como: Kyoto. Permanecendo a capital do Japão durante milhares de anos.
Kyoto foi o centro do governo do qual consistiam o imperador, seus supremo ministros, o conselho de estado, e oito ministros, dos quais com a ajuda de uma burocracia extensa, governavam sobre 7,000,000 pessoas espalhadas em mais de 68 províncias. A maioria da população do Japão trabalhava nas terras, sendo de cunho pessoal ou para o patrimônio de outros. Carregada de bandidos e impostos excessivos, não eram raras as rebeliões. No século 12, 50% da terra foi tida em propriedades privadas (shoen), e muitas dessas, tiveram dispensa especial por favores ou motivos religiosos, sendo isentas de pagar impostos, criando uma ferida nas finanças do estado.
Na corte, o imperador, ainda que considerado divino, se aliou com burocratas poderosos que vieram de uma família: o clã Fujiiwara. O que enfraqueceu a realeza, foi o fato de muitos imperadores terem tomado o trono enquanto crianças, então eram governados por um regente (Sessho), normalmente um representante da família Fujiwara. Quando o imperador se tornava adulto, ele ainda era aconselhado por um novo cargo, o Kampaku, o qual garantia que os Fujiwara ainda mantinham as normas políticas da corte. Imperador Shirakawa (rein. 1073-1087) tentou impor sua independência dos Fujiwara ao se abdicar em 1087 e permitindo seu filho Horikawa reinar dentro de sua supervisão. Esta estratégia de imperadores ‘aposentados’ continuarem governando, se tornou conhecida por ‘governo de clausura’ (insei) com o imperador permanecendo por trás das cenas em um monastério. Acrescentando mais uma peça para a máquina complexa de governo.
O Budismo continuou prevalecendo, tendo ajuda de monges renomados como Kukai (774-835) e Saicho (767-822),ambos trazendo idéias e textos da China, fundando assim as seitas Budistas Shingon e Tendai. Ao mesmo tempo, idéias Confucianas e Taoistas continuaram a serem influentes no governo, e o antigo Shinto e as crenças animistas continuaram a oscilar na população geral.
Em relação aos estrangeiros, depois de 838 o Japão de alguma forma se tornou isolado, sem nenhuma necessidade de defender suas fronteiras ou embarcar numa conquista territorial. No entanto, assim como anteriormente, negociações esporádicas e trocas culturais continuaram com a China. Bens importados da China incluíam medicamentos, fábricas de seda trabalhada, livros, cerâmica, armamentos, e instrumentos musicais, enquanto o Japão mandava em retorno pérolas, pó de ouro, âmbar, seda pura, e um envernizamento dourado. Monges, intelectuais, estudantes, músicos, e artistas foram enviados para ver o que eles poderiam aprender com a ainda avançada cultura Chinesa.
O período é marcado por suas conquistas culturais, tal qual a criação da escrita Japonesa (kana) utilizando dos caracteres Chineses principalmente na fonética, permitindo a criação da primeira novela do mundo, o Romance do Genji por Murasaki Shikibu (1020), assim como inúmeros diários (nikki) escritos pelas mulheres da corte, incluindo O Livro do Travesseiro por Sei Shonagon (1002). Outro trabalho importante foi a antologia dos poemas Kokinshu, em 905.
Os artistas visuais eram representados pelas pinturas em tela, pergaminhos de imagens e textos (e-maki), e também a delicada caligrafia. Pintores e escultores continuaram tendo o Budismo como inspiração, mas gradualmente, uma nova abordagem Japonesa ampliou o alcance da temática na arte, indo para pessoas simples e os locais. O Yamato-e, um estilo Japonês, em particular desenvolvido na pintura, se distinguiu das demais obras Chinesas. É caracterizado pelas linhas angulares, o uso de cores mais claras e enfoque nos detalhes decorativos.
Toda essa produção artística na capital era algo positivo, mas nas províncias, o mau-olhado estava surgindo. Deixados de lado e alimentados pelo sangue da minoria nobre, dois grupos importantes cresceram: os clãs Minamoto e Taira. Com seus exércitos particulares de samurais, eles se tornaram instrumentos importantes, nas mãos de membros rivais do conflito interno do clã Fujiwara, que acabou por estourar em 1156 na Rebelião Hogen, e também em 1160 na Rebelião Heiji.
Os Taira eventualmente venceram os Fujiwara e outros rivais, mas na guerra do Genpei (1180-1185), o clã Minamoto regressou vitorioso, e na guerra final, na Batalha de Dannoura, o líder dos Taira, Tomamori, e o jovem imperador Antoku cometeram suicídio. O líder do clã Minamoto, Yoritomo, recebeu logo em seguida o título de Shogun pelo imperador, e seu governo seria porta de entrada na era medieval da história Japonesa, com o Período Kamakura (1185-1333), também conhecido como o Xogunado Kamakura, quando o governo Japonês foi dominado pelo exército.
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